Capitulo 150

1.6K 200 93
                                    

A noite se estendia pelo acampamento de guerra Hyberniano, todos os soldados observavam enquanto Kendra Archeron era levada ao centro do local.

Sentado sobre um trono improvisado no centro do acampamento, o Rei observava enquanto sua bela fênix era levada até ele. Ela não estava mais vestida com uma camisola, o nobre ordenou que lhe dessem roupas de couro hyberniano, jamais deixaria que todos aqueles soldados famintos vissem sua fênix com tão pouca roupa como estava quando saiu do caldeirão.

— Porque está algemada? – perguntou o rei a ninguém especifico, sua voz fria como a noite que os cercava. — Tirem isto, agora.

— É uma prisioneira perigosa, majestade. – respondeu um dos guardas, hesitante.

O Rei voltou sua atenção lentamente para aquele soldado, o fazendo estremecer dos pés a cabeça.

— Solte-a. – foi a única coisa que o Rei pronunciou ao feérico, seu tom mesmo que estritamente controlado soava ameaçador.

Ninguém ousou dizer nada, ninguém ousou pronunciar uma palavra contra a ordem de seu Rei. Aquele soldado imediatamente assentiu com a cabeça, colocando-se frente a fêmea semi-feérica que estendeu os pulsos em sua direção e o encarou em silêncio, o fazendo hesitar.

— O que está esperando? –perguntou o Rei, sorrateiro, divertindo-se com o medo que o soldado iniciante exalava perante a ele, mas principalmente, perante sua fênix.

O jovem soldado procurou a chave das algemas em seus bolsos evitando o olhar predador de Scarlett, então ela sorriu feito um felino e ferro tintilou quando ela abriu a mão em frente ao rosto do hyberniano, lhe mostrando o molho das chaves pendurado em seu dedo indicador. Com cautela, e tentando ao máximo esconder o quão violentamente suas mãos tremiam, o feérico pegou as chaves da mão de Scarlett.

O Rei admirava o fato de que sua fênix podia fazer um homem adulto, mesmo que jovem, tremer sem que ela precisasse pronunciar uma única palavra. Ele experimentava algo como uma obsessão cega por aquela fêmea desde o dia em que a viu frente ao caldeirão, ele podia sentir como o poder dela preenchia a sala, como ela facilmente se comunicava com o caldeirão, talvez ela tivesse alguma ligação com ele mas se de fato tinha, o Rei não sabia dizer, e isso o intrigava mais, o fato de não ter nenhuma certeza sobre ela além de que era uma criatura poderosa e perigosamente cativante. Ele adorava que mesmo que fosse metade humana ela possuía tanto poder que sequer precisava mostra-lo para causar medo em alguém e queria que ela fosse apenas dele, imaginava o que poderia conquistar com ela ao seu lado. Seriam imbatíveis juntos, temidos em hybern, em prythian e em todos os outros continentes, em todo esse mundo e além dele, seus filhos seriam tão temidos m quanto eles, talvez mais, teriam todos os reinos aos seus pés.

Todos observavam em silêncio, o único barulho que soava no local era o tintilar das chaves girando e até os animais da floresta ao lado pareceram se calar quando o primeiro "clic" soou.

Um dos pulsos da fêmea estava livre.
Um segundo "clic". Os dois pulsos estavam livres.

E então um "crack" limpo e hostil. Osso se quebrando. O pescoço daquele soldado hesitante. Tão rápido que ele sequer havia percebido. Seus olhos ainda estavam abertos quando seu corpo desabou sobre o chão.

Soldados hybernianos dispararam até Scarlett com espadas em mãos mas pararam antes mesmo que chegassem até ela quando a voz do Rei soou pelo acampamento.

— Não é necessário tanto drama.

— Um dos nossos foi morto por esta puta estrangeira. – cuspiu um dos soldados com o pesado sotaque hyberniano.

Aquele soldado, reparou Scarlett, era maior e mais robusto do que aquele que ela acabara de matar, assim como também era mais velho, o que o tornava mais... hostil.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora