Capitulo 79

3K 477 506
                                    

Eu podia ouvir as ondas do mar se quebrando e o vento frio adentrando pelas janelas do quarto junto do cheiro salgado de marezia quando acordei está manhã, ainda estava envolvida nos enormes braços de Helion, deitada sobre seu peito nu.

Nessa madrugada, quando acordei com ele me chamando em desespero, não notei que ele não vestia nada mais que uma calça, de algum tecido maleável que eu não fazia ideia de qual era, mas agora, com o seu corpo junto tão proximo e seu calor se misturando ao meu, aquecendo nossos corpos em contraste com o vento frio que circulava no quarto, não pude ignorar o fato dele estar semi nu e tão próximo a mim.

Helion dormia tranquilamente, seu rosto parecia sereno e sua respiração estava tranquila, completamente relaxado, como se eu não estivesse ali ou talvez estivesse daquela forma porque eu estava ao seu lado mas não ousei pensar mais sobre o assunto, tinha medo da resposta.

Ele estava tão próximo, tão calmo e quase não tive coragem de toca-lo mas o fiz, espalmando minha mão em seu peito com cuidado, o calor de seu corpo se misturando ao meu, sua pele macia contra a minha.

Desci a mão exitante pelo seu peito e um pouco mais para baixo, o sentindo, e então parei na altura de seu estômago, não ousaria descer mais.

Meu toque era carinhoso, não havia malicia, apenas acariciei suavemente o local mas meus olhos me trairam e desceram um pouco mais, passando por seu abdômen, admirando os músculos definidos e poderosos do local, imaginei quão bonitos os músculos de suas costas também seriam, a pele marrom reluzindo o dourado, a luz que ele, literalmente, continha dentro de si tentando escapar.

Meus olhos outra vez me trairam, descendo além do abdômen trincado, até o volume contido em suas calças e ousei pensar que, se ele fosse um illyriano, teria asas enormes e talvez fossem as maiores que eu ja tivesse visto, mas não sabia dizer, não tinha visto mais que um volume marcado em suas calças.

Helion deu risada sem emitir som algum, pude notar pelos musculos de seu abdômen se contraindo com sua diversão e seu corpo chacoalhava de leve.

– Pode ter meu corpo quando quiser, não precisa ficar apenas olhando desse jeito -ele disse quando subi meu olhar para ele, havia um lindo sorriso em seu rosto, até hipnotizante eu diria.

– Convencido - estalei a lingua e me tentei me virar para me afastar mas ele apertou um pouco seus braços ao meu redor, um deles em minha cintura, me impedindo de fazer tal coisa e me puxando mais para perto, não insisti em me afastar e apenas virei para ele de volta.

– Está melhor? -ele pergunta com a voz suave, se referindo ao pesadelo, agora havia preocupação sutil e cuidado estavam estampados em seu rosto.

– Uhum -confirmei desviando o olhar.

Helion ergue meu queixo me fazendo olhar diretamente para ele outra vez.

– Tem certeza? -ele perguntou ainda suave e deslizou sua mão pela minha bochecha e a acariciou suavememente com o polegar.

– Tenho -dei de ombros e fechei os olhos deitando a cabeça em sua mão, aproveitando seu carinho.

Ele notou minha reação e apertou o braço que circulava minha cintura, fazendo meu corpo colar contra a lateral do seu, logo depois deslizou a mão até minha nuca, entrelaçando os dedos em meu cabelo, transformando o carinho em cafuné.

– Não quer conversar sobre oque falou ontem? -ele perguntou baixo

– Eu disse apenas por impulso, esqueça -respondi no mesmo tom

– Passarinho -ele chamou com a voz suave, abri os olhos e emiti um "hm" em resposta – Não minta para mim.

– Eu minto para todo mundo amor -disse com um sorriso ladino e ele negou com a cabeça

– Não para mim ‐disse me olhando – Sei oque está sentindo, não há motivo para mentir.

– Não preciso de motivos -dei de ombros – E não vai conseguir uma conversa sobre sentimentos e traumas comigo, então mude o assunto.

– Certo, prefere falar sobre como você admira meu pau enquanto eu durmo? -ele perguntou, agora com um sorriso malicioso.

"argh" emiti revirando os olhos

– Eu não estava olhando seu pau, deixe de ser convencido -disse cruzando os braços – Nem tem nada para olhar ai.

A risada de Helion preencheu o quarto com minha ultima frase, o desgraçado tão seguro quanto ao tamanho do próprio pau que nem piscou em abalo quando insinuei que era pequeno.

– Bem, eu podia jurar que ouvi alguém murmurar em minha mente que se eu fosse illyriano teria asas enormes, mas, se meu passarinho diz que é mentira... -ele disse dando de ombros.

Corei com a menção das asas illyrianas e me amaldiçoei por ter enviado aquele maldito pensamento involuntariamente a Helion pelo laço.

– Não precisa ficar vermelha passarinho, deixo você olhar sem as calças se quiser. -ele sussurou para mim

– Saia da minha minha cama -disse irritada e o empurrando mas ele nem se moveu e apenas me puxou mais para perto – Isso é assédio sexual sabia? Dá um baita problema. -eu completei o fazendo rir

– Sua cama? -ele perguntou ainda rindo.

– Sim, minha cama, você cedeu ela a mim, é minha, eu que mando -digo dando de ombros

– Certo, sua cama... -ele se virou para mim, se inclinando levemente por cima de mim e se aproximou do meu ouvido – minha corte -ele completou sussurrando em meu ouvido – sou eu quem manda.

Um arrepio percorreu meu corpo com aquela menção de poder.

– Posso ouvir seu coração acelerar, gosta do fato de eu mandar em você? -perguntou a mim, a voz ainda rouca de sono.

Meu corpo reagia a ele, a sua voz seu toque, mal conseguia respirar com a forma com que ele me olhava.

– Meu passarinho sujo - um sorriso malicioso cresceu em seus lábios.

Sua mão estava apoiada ao lado do meu rosto, servindo de apoio para manter seu corpo erguido e a outra deslizou pela minha cintura com firmeza depois que ele ja tinha sutilmente analisado minhas reações.

– Talvez eu pudesse prende-la a essa cama -ele sugeriu em meu ouvido, meu corpo reagindo ao seu.

Aquele sorriso em seus labios deixava claro que ele adoria testar aquela idéia e apenas aquilo poderia ter sido o motivo do meu colapso, da minha completa perdição.

– Seria uma idéia interressante de se testar, grão-senhor -disse a ele em tom baixo – É uma pena que nós dois saibamos que sou eu quem manda em você.

Em meio segundo minha mão ja tinha deslizado para pegar a adága debaixo do meu travesseiro.

– Então vou ter que mandar que se afaste -eu disse com a adága ja pressionada contra sua garganta.

Helion agora me encarava, faminto e ele não se afastou, pelo contrário, ele se aproximou mais. A adága abria sua pele não muito fundo mas o suficiente para que o sangue pingasse em meu seio parcialmente exposto devido ao decote da camisola que eu vestia.

– Nós dois sabemos -ele sussurou em meu ouvido, seu sangue quente pingando em minha pele – que você jamais teria coragem de me matar.

– Não me subestime -avisei em tom baixo, ele sorriu ainda mais.

– Está com uma adaga em meu pescoço, se quisesse, ja teria me matado -seus lábios roçaram em meu ouvido

– Talvez apenas tenha gostado de ver seu sangue pingando em meu corpo -sussurrei de volta, Helion gemeu baixo em meu ouvido com aquela menção.

– Seus peitos ficaram uma delicia sujos com o meu sangue mas ficariam ainda melhor com outro liquido meu os sujando.

– Quem sabe outro dia.

Tirei a adága de seu pescoço e o empurrei para o lado.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora