Capitulo 20

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Eu passei o dia perambulando pela propriedade, conversando com os criados, até os ajudei na cozinha e fiz um bolo de morango com a ajuda da governanta da cozinha, o distribui a todos os criados depois de guardar um pedaço para Feyre e comer o meu, modéstia parte estava uma delícia.

– Me dê isso -eu disse a uma criada de braços finos que tentava colocar um saco de farinha de 10 kg em cima de um armário.

– Obrigada senhora. -ela disse de cabeça baixa e saiu.

– Não ligue para Rose, ela trabalhava na corte outonal, não olha nos olhos de qualquer grão-feérico. -a governanta disse sentada na mesa.

– A maltravam la? -perguntei a ela

– Maltravam é pouco pra oque fazem com os criados de lá, mas Rose conseguiu sair, fugiu para a corte estival perambulou até aqui depois da queda de Amarantha.

– Oque leva alguém a fazer esse tipo de coisa? -foi uma pergunta retórica, eu não esperava que ela tivesse uma explicação de fato.

– Menina, até a esposa do grão-senhor é maltratada naquela corte, quem dirá um de nós, somos tão relevantes quanto lixo para eles e para a maioria das pessoas como você -ela diz me olhando –Aqui também há pessoas ruins, não nessa propriedade mas na montanha abaixo de nós, todo lugar tem gente ruim.

Algo se revirava em meu estômago com citação da Corte outonal, Lucien tinha me contado algumas coisas sobre a crueldade de seu pai, os criados me contaram ainda mais, algo nessas citações faziam meu coração acelerar, como se... como se de alguma forma eu estivesse ligada a isso, eu não sabia dizer oque estava errado.

Feyre passou o dia fazendo algum tipo de lição com Rhysand, não perguntei oque era mas provavelmente ele estava ensinando minha irmã a usar o poder que herdou dele ja que eu cheguei no quarto ela alegou que sua mente estava uma poça de lama.

– Trouxe bolo para você. -estendo prato a ela.

– Obrigada -ela pega o prato da minha mão –Pelo caldeirão eu estou morta de fome.

Ela já parecia estar melhor, mesmo que só tivesse aqui a um dia, pelo menos não vomitou as tripas noite passada, obviamente o simples fato de estar longe daquela Corte e daquelas pessoas, principalmente Tamlin e Ianthe, ja fazia bem a ela.

– Como vai com Rhysand? -perguntei casualmente.

– Péssimo, ele é um canalha. -ela diz com a boca cheia

– Pelo menos está aprendendo a usar o poder que herdou dele. -dei de ombros.

– Como você sabe? -ela olha para mim com as bochechas inchadas por causa do bolo em seu boca

– Consigo sentir que sua mente não está completamente exposta -observo ela enfiar uma garfada atrás da outra na boca –Gostou? -pergunto rindo e ela concorda com a cabeça

– Estava uma delícia, onde aprendeu a fazer isso? -ela diz lambendo os dedos.

– A governanta me ajudou, passei o dia lá ja que Mor teve que sair para resolver uma coisa e eu não tinha nada melhor para fazer. -disse pegando o prato ja vazio da mão dela e o levando até o banheiro. –Você... por acaso sabe onde Rhysand está?

– No escritório provavelmente, ele me levou la a pouco, comentou sobre a possivel guerra com Hybern.

– Ah sim, a guerra. -digo pensativa

– Você ja sabia? -ela perguntou balancei a mão num sinal de "mais ou menos"

– Ouvi algumas coisas sobre o assunto quando espiava uma das reuniões que espiei de Tamlin, os movimentos de Hybern estão cada vez mais notáveis, as pessoas de la estão preocupadas por estarem tão proximas da muralha -explico –Por favor, não conte a Tamlin sobre isso, são informações confidenciais da corte, ele saberá que foi eu quem lhe contou.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora