Capítulo 1: I feel it coming

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Max Hale

Coloco as minhas coisas na traseira do ônibus e procuro um lugar para sentar. Decido ficar no banco que tem a janela, é muito melhor passar horas vendo a paisagem do que vendo esse monte de garoto fazendo palhaçada essa hora da manhã. Pego meus fones de ouvido e dou play na minha playlist favorita, fiz ela nesse verão só para esse momento.

Olho pela janela do ônibus e vejo pessoas a caminho de seus trabalhos, crianças indo para escola com seus pais e outras pessoas indo para outra responsabilidade do dia. Parece que com o início do ano escolar a cidade ganhou vida novamente. Nas férias tudo estava um pouco meio parado, sem graça.

O restante dos alunos sobem e quando o motorista está prestes a engatar marcha alguém bate na traseira do ônibus. Uma pessoa passa correndo desesperadamente do lado de fora e bate na porta com força.

O motorista abre a porta.

- Quase, hein.

- Eu tive um pequeno imprevisto. - O menino fala ofegante quase não conseguindo pronunciar as palavras. - Obrigado por abrir. - Ele olha em volta procurando um lugar para se sentar e vem em minha direção.

- Posso me sentar aqui?

- Sim. - Eu tiro minha mochila do banco.

Eu volto a olhar pela janela e o ônibus começa a andar. Ele atravessa toda a cidade e logo vejo a placa de despedida agradecendo pela visita nessa pacata e chata cidade.

Mal posso acreditar que eu estou indo para um colégio interno. Isso me deixa um tanto nervoso, em toda a minha vida eu nunca me dei muito bem com meninos e agora irei para um colégio que só tem garotos. Isso é algum tipo de Karma? Se for... Deus me perdoe desde já. Agora eu posso ir pra outro lugar? Sempre fui zoado por ter um jeito diferente dos demais e não gostar muito de esportes, como por exemplo futebol. Mas confesso que natação é uma das coisas que eu gosto, quando entro na água eu me sinto leve. Como se todos os meus problemas em casa com meu pai saíssem dos meus ombros e flutuassem pra fora de mim.

- Desculpe... - O menino me cutuca no ombro.

Tiro um lado meu fone e olho pra ele.

- Você é calouro não é? - Ele me pergunta.

- Está tão na cara assim? - Falo com a voz um pouco nervosa.

- Dá pra ver de longe o quanto você está tenso. - Ele dá uma risada. - Mas não se preocupe... Está vendo? - Ele aponta para algumas pessoas do ônibus. - Eles também são calouros assim como você. Hoje é o início para quase todos, não tem com o que se preocupar.

- Tem razão... Você também é calouro? -Pergunto olhando em seus olhos tão escuros. Quase consigo ver o meu próprio reflexo em seu olhar.

- Não. - Ele abre mais um sorriso. -Eu sou veterano. Inclusive... - Ele me estende a mão. - Eu sou Eros, prazer.

 - Eu sou Eros, prazer

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Doce Perdição (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora