Capítulo 16

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Passei o resto da tarde trancada em meu quarto, me reconstruindo. Era o que eu precisava, ficar sozinha por um tempo e esclarecer as coisas de uma vez por todas.

Konan bateu na porta perguntando se estava tudo bem, eu respondi que sim e só precisava ficar um pouco sozinha. Deidara fez o mesmo, lhe dei a mesma resposta.

Fiquei batendo a cabeça enquanto andava inquieta dentro do quarto, me perguntando como Pain sabia da minha habilidade. Como?

Desisti de tentar encontrar a resposta, estava quase enlouquecendo. Então, eu simplesmente voltei para o escritório dele. Entrei sem bater e fechei firmemente a porta atrás de mim, arrancando dele um olhar furioso.

Pain: Não lembro de tê-la chamado, S/n. — deixou de lado os papéis que segurava.

S/n: Não foi preciso — parei em pé na frente de sua mesa. — , chefe...

Ele olhou torto para mim, o que quase me desconcertou. Não posso me deixar intimidar por esse homem. Por mais difícil que seja...

S/n: Como sabia? — perguntei com a voz firme, antes que ele me tirasse da sua frente a força.

Ficou me encarando como seu eu fosse uma idiota.

Pain: Sabe quem eu sou, não sabe? — não respondi. — Como eu poderia não saber?!

S/n: Como poderia ser tão babaca?! — pensei.

Pain: Como é?

Merda. Merda. Merda.

Minha língua grudou no céu da minha boca. Não acredito que disse aquilo em voz alta.

Pain poderia, literalmente, me matar só pelo jeito como olhava para mim.

Ele levantou-se lentamente de sua cadeira, apoiou suas mãos na mesa e inclinou seu corpo na minha direção.

Pain: O que você disse?! — eu engoli seco.

Meu corpo estava eletrizado. Que porra eu estava sentindo?! Medo?! Ri mentalmente por pensar nessa possibilidade. Eu não tenho medo dele. Então o que era?

Meu estômago estava revirando, eu estava em um tipo de "estado de alerta". Como se meu corpo estivesse, naquele exato momento, produzindo uma enorme quantidade de adrenalina.

Ergui meus olhos aos poucos, até alcançar sua boca. Sua mandíbula estava rígida e seus lábios em linha reta. Senti um calafrio ao observar os piercings em seu lábio inferior. Subi o olhar mais um pouco, até seus olhos minimamente cerrados.

Só pode ser brincadeira... eu NÃO tenho medo dele.

S/n: Acho que você escutou perfeitamente bem da primeira vez. — mantive meu olhar firme. — Não preciso dizer pela segunda...

Pain deu a volta na mesa e parou atrás de mim. Eu não me dei o trabalho de mover um músculo.

Pain: Eu vou deixar passar dessa vez. — seu hálito quente em minha nuca me arrepiou. Sua voz era baixa, mas ainda assim intensa e carregada. — Sabe por que?

Não respondi. Estava ocupada demais tentado controlar a minha respiração.

Ele suspirou. Em seguida, segurou fortemente a minha cintura me virando rispidamente para olhar para ele, empurrando meu corpo para trás até que meu quadril encostasse na borda da sua mesa.

Decisão DolorosaOnde histórias criam vida. Descubra agora