Capítulo 19

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Peguei meu pijama e fui tomar banho antes de deitar.

Eu acordei umas quatro vezes durante a noite, porque os monstros do meu passado decidiram me atormentar nos meus sonhos, estava sendo uma noite irritante.

Resolvi descer para a sala, para tentar me distrair um pouco até passar tempo o suficiente para que eu pudesse voltar ao meu quarto e tentar dormir outra vez. As luzes estavam acesas e Kisame estava sentado no sofá.

Nós ficamos fazendo companhia um para o outro. Falei que estava com dificuldades para dormir e ele disse que estava esperando o horário de sair para uma missão em sua antiga vila.
Perguntei a ele como era sua vida antes da Akatsuki e ele, como sempre, respondeu gentilmente. Apesar de sua aparência bruta e agressiva, ele é uma das pessoas mais gentis que conheci. Desde o início Kisame foi carismático comigo.

Kisame me contou sobre seu passado na Vila da Névoa e sobre sua antiga missão de proteger a Divisão de Inteligência Secreta de sua vila. Ele disse que teve que matar as pessoas que ele deveria proteger para impedir que vazassem as informações que eles possuíam.

S/n: Você não teve escolha?

Me olhou pensativo.

Kisame: Todos sempre temos outras opções, S/n. — ele respondeu. — Mas optamos por aquelas que julgamos certas.

S/n: Achou certo matá-los?

Seu olhar era compreensivo.

Kisame: Aconteceria de qualquer forma... mas seria triplamente pior se eu não tivesse feito o que eu sentia que precisava fazer.

Nem senti quando uma leve curva se formou em meus lábios.

Kisame: O que foi?

Despertei e voltei a ficar séria.

S/n: Nada... — respondi. — É que eu já ouvi isso de uma pessoa... — ele assentiu.

Kisame também falou que, eventualmente, descobriu que seu comandante estava vendendo informações para as outras vilas. Assim, Kisame decidiu matá-lo.
Arriscaria dizer que ele tem um forte senso de justiça. Corajoso a ponto de ter feito o que ninguém teria coragem de fazer.

Conversamos sobre diversos assuntos. Eu e Kisame tivemos ataques de risos algumas vezes e eu prensava meu rosto contra a almofada do sofá para abafar minhas gargalhadas para que não ecoassem pelos corredores e acordasse todo mundo. A risada de Kisame, felizmente, era mais discreta.

Kisame: Tenho que ir... — falou com a mão na barriga, tentando recuperar o fôlego.

S/n: Sim, você tem que ir... — minha cabeça estava jogada para trás, eu estava tentando me controlar, mas meus olhos até lacrimejavam por conta das gargalhadas.

Ele levantou e por um reflexo eu fiz o mesmo, para acompanhá-lo até a porta.

Quando Kisame pegou a sua espada que estava apoiada atrás do sofá, eu levei um susto. Afinal, sua espada tinha lambido o meu rosto.

Eu olhei para Kisame assustada com o rosto todo babado e não demorou muito para que nós voltássemos as gargalhadas, ainda mais intensas que antes.

Hidan: Que porra tá acontecendo aqui?! — descendo as escadas indignado. — Vocês sabem que horas são, idiotas?!

Ignoramos a presença de Hidan e nos esforçamos para nos recuperar, outra vez.

Kisame: A Samehada gostou de você. — falou apontando para a espada que já estava em suas costas.

Decisão DolorosaOnde histórias criam vida. Descubra agora