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Henrique P/2

Uma vez me disseram que nem parecia que eu tinha coração, que eu era frio e não me importava muito com as pessoas. E eu concordava com isso, sabia que eu era assim mesmo e que nada poderia mudar

Mas algo mudou quando encontrei Marina ali, eu percebi que eu tinha um coração e ele estava prestes a explodir só de pensar na hipótese de não ter mais ela, ou pelo simples fato, dela estar machucada.

Jhonatan- Ela está bem não é?- Me encarou sério parando a minha frente.

Henrique- Eu não sei, nem a Kim e nem a Maria apareceu ainda- Suspirei.

Priscilla- Ela estava muito machucada? O que aconteceu?- Ela estava tremendo.

Henrique- Eu não sei, eu só...cheguei tarde demais- Passei a mão em meu cabelo

Jhonatan- Chegou tarde demais?- Se aproximou- E que merda você estava fazendo?

Henrique- Me responde isso você- O enfrentei- Você e a porra do pai dela, não deveria estar lá não, em caralho?

Luara- Já chega- Se colocou entre nós dois me empurrando.

Priscilla- Para com isso- Sussurrou para Jhonatan.

Heitor- Aquí não é lugar de ficar brigando não- Disse sério e me empurrou fazendo eu cair sentado na cadeira

Kimberly- Oí gente- Atravessou a porta e parou a nossa frente- Marina está na medida do possível, bem. Ela teve muitas fraturas e uma hemorragia muito intensa, ele teve duas paradas e seu coração está super fraco. Ela vai ficar em observação caso o estado dela se agrave.

Henrique- Podemos ver ela?- Me levantei sentindo meu pulso acelerado.

Kimberly- É melhor deixar os pais dela irem primeiro, as visitas são curtas na UTI- Esfregou a mão em meu braço tentando me confortar.

Jhonatan e Priscilla passaram por mim e entraram, enquanto eu permanecia ali parado, sentindo que uma bomba dentro de mim tinha me quebrado por inteiro.

°°°°°°°°

Já era de manhã e eu nem tinha ido para casa, mal coloquei um copo de água na boca. Estava ali sentindo uma vontade absurda de quebrar as regras e entrar lá para ver ela

Henrique- Por favor, vai ser rápido eu juro- Suplico segurando sua mão.

Maria- Eu não posso deixar, você sabe-Me encarou suspirando fundo

Henrique- Eu juro que vou ser quase invisível, nem vão me ver- Faço uma expressão pidona- Por favor, eu preciso disso...

Maria- Tudo bem!- Suspirou- Mas se isso me der complicações eu te mato viu

Henrique- Como quiser- Dei um sorrisinho e ela me deu o cartãozinho de liberação.

Empurrei a porta e fui andando apressado pelos corredores, cheguei no quarto dela e fui entrando. As luzes estavam apagadas mas não estava escuro

A olhei e ela parecia estar dormindo ligada a tantos aparelhos. Me aproximei e segurei sua mão, me sentei na beirada da cama e fiquei lhe encarando

Devagar ela foi abrindo os olhos se acostumando com o ambiente, parecia levemente desorientada.

Henrique- Está tudo bem, não faça esforço- Coloquei a mão em seu braço- Você está segura agora, está tudo bem.

Marina- Minha...garganta dói- Falou um pouco rouca e notei os roxos ali

Henrique- É melhor não dizer nada, você precisa ficar em repouso. Você está muito machucada- Suspirei

Marina- Por...que, está aqui?- Me encarou falando devagar e baixo

Crias do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora