IV NO TEMPO DOS PRIMEIROS HOMENS

34 4 0
                                    


Hoje, não mais se ignora que os seres vivos, suas formas, estrutura,
funcionamento  orgânico e vida psíquica, longe de serem efeitos sobrenaturais ou 
fruto de acasos, resultam de estudos, observações e experimentações de longa
duração, realizados por entidades espirituais de elevada hierarquia, colaboradoras
diretas do Senhor, na formação e no funcionamento regular, sábio e metódico, da
criação divina. O princípio de todas as coisas e seres é o pensamento divino que, no ato da
emissão e por virtude própria, se transforma em leis vivas, imutáveis, permanentes. Entidades realmente divinas, como intérpretes, ou melhor, executoras dos
pensamentos do Criador, utilizam­se do Verbo — que é o pensamento fora de Deus — e pelo Verbo plasmam o pensamento na matéria; a força do Verbo, dentro das
leis, age sobre a matéria, condensando­a, criando formas, arcabouços, para as
manifestações individuais da vida. O pensamento divino só pode ser plasmado pela ação dinâmica do Verbo, e
este só  pode ser  emitido por entidades espirituais individualizadas —  o que o 
Absoluto não é —  intermediários existentes fora do plano Absoluto, mas que
possuam força e poder, para agir no campo da criação universal. Assim, quando o pensamento divino é manifestado pelo  Verbo, ele se
plasma na matéria fundamental, pela força da mesma enunciação, dando nascimento 
à forma, à criação visível, aparencial. Sem o Verbo não há essa criação, porque ela, não se concretizando na
forma, é como se não existisse; permaneceria como pensamento divino irrevelado, no campo da existência abstrata. Ora, para a criação da Terra o Verbo foi e é o Cristo. Paulo, em sua epístola aos Efésios, 3:9, diz: “Deus, por Jesus Cristo, criou 
todas as coisas.” E João Evangelista muito bem esclareceu: — “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era
Deus.” (João, 1:1) “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele, nada do que foi
feito se fez.” (João, 1:3) 
Por isso é que o Divino Mestre disse: — “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por
mim.” (João, 14:6)

Assim, pois, formam­se os mundos, seres e coisas, tudo pela força do 
Verbo, que traduz o pensamento criador, segundo as leis que esse mesmo 
pensamento encerra. Noutras palavras:
O Absoluto, pelo pensamento, cria a vida e as leis, e entidades espirituais
do plano divino, pela força do Verbo, plasmam a criação na matéria, dão forma e
estrutura a todas as coisas e seres e presidem sua evolução na Eternidade. Na Gênese cósmica no que se refere à Terra, a ação do Verbo traduziu o 
pensamento criador, a seu  tempo, na constituição de uma forma globular fluídica
emanada do Sol central que veio situar­se, no devido ponto do sistema planetário, como novo recurso de manifestações de vida para seres em evolução. Ao seu redor, circundando a Terra formou­se uma camada fluídica, de teor 
mais elevado, destinada a servir­lhe de limitação e proteção, como também de
matriz astral para a elaboração das formas vivas destinadas a evoluir nesse mundo 
em formação. Nessa camada se continham os germes dos seres, conforme foram
concebidos pelos Espíritos Criadores das Formas, representando tipos­padrões,
fluidicamente plasmados para futuros desenvolvimentos. E, com o tempo, progredindo a condensação da forma globular, segundo as
leis que regem a criação universal, os gases internos emanados do núcleo central
subiam à periferia do conjunto, onde eram contidos pela camada protetora, e daí, condensados pelo resfriamento natural, caíam novamente sobre o núcleo, em forma
líquida, trazendo, contudo, em suas malhas (se assim podemos dizer) os germes de
vida ali existentes. Esses germes, assim veiculados, espalharam­se pela superfície do globo em
formação, aguardando oportunidade de desenvolvimento; e quando, após inúmeras
repetições desse processo de intercâmbio, a periferia do globo ofereceu, finalmente, condições favoráveis de consistência, umidade e temperatura, nela surgiu a matéria
orgânica primordial —  o protoplasma —  que permitiu  a eclosão da vida, com a
proliferação dos germes já existentes, bem como espíritos humanos em condições
primárias involutivas — mônadas — aptas ao início da trabalhosa escalada evolutiva
na matéria, e outros germes que, segundo a cronologia dos reinos, deveriam, no 
futuro, também manifestar­se.

Os seres vivos da Terra, com as formas que lhes foram atribuídas pelo 
Verbo e seus Prepostos, apareceram no globo há centenas de milhões de anos;
primeiro nas águas, depois na terra; primeiro os vegetais, depois os animais, todos
evoluindo até seus tipos mais aperfeiçoados. Segundo pesquisas e conclusões da ciência oficial, a Terra tem dois bilhões
de anos de existência, tendo vivido um bilhão de anos em processo de ebulição e
resfriamento, após o que e, somente então, surgiram os primeiros seres dotados de
vida.

OS EXILADOS DA CAPELAOnde histórias criam vida. Descubra agora