Grace se levantou do sofá onde estava deitada enrolada num cobertor. Torrent não estava ali e mesmo o cobertor sendo quente, ela sentiu frio devido a ausência dele.
"Mamãe!" Storm apareceu na sala, limpo, bem vestido e com o cabelo penteado.
"Vamos?" Tempest apareceu logo atrás. Eles estavam calçados com tênis, usavam bermudas e camisas pólo de bebê.
"Não estão bonitos, Grace?" Daisy perguntou. Tempest subiu no colo dela e ela o segurou como se ele não tivesse o tamanho de um bebê de uns dois anos já.
"Sim, Daisy, muito bonitos, obrigada por ter dado banho e vestido eles. Onde está a sua irmã?" Grace já não sabia como agradecer tudo o que elas faziam por ela.
"Estou aqui, Grace. Estava ajudando Torrent a vestir uma camiseta. Ele foi ao hospital se consultar com a doutora. Disse que vai passar na nossa casa na volta."
Grace se enrolou no cobertor e se levantou do sofá. Eles fizeram amor, depois ela adormeceu. A gravidez a deixava sonolenta na maioria das vezes, sua barriga já estava crescida, Grace se sentia pesada e indisposta. E os enjôos eram fortes, ela inclusive sentiu vontade de vomitar.
"Eu preciso de um banho, mas não vou demorar. " Ela disse subindo as escadas.
"Talvez fosse melhor você ficar na cama. Você está verde." Violet sugeriu.
"E nós sabemos que é Storm e Tempest que meus pais querem ver. Posso pedir uma refeição leve no restaurante pra você." Daisy completou.
"Tia Tammy!" Storm disse e Tempest bateu palmas. Eles pareciam ansiosos para verem os tios.
"Bom dia." Simple, Candid e Honest apareceram na sala. Seus bebês se lançaram sobre eles. E durante uns instantes eles se revezaram beijando e cheirando seus filhos.
Seu pai a cheirava e era a melhor sensação do mundo. E foi observando os trigêmeos fazerem algo que provavelmente aprenderam com Vengeance que ela sentiu o coração apertar. O familiar arrepio frio na coluna a fez se segurar no corrimão, tamanho foi o desconforto que sentiu.
Saudade, medo, dor, e muitos outros sentimentos ruins a tomaram e ela percebeu que tudo estava relacionado a Vengeance. Ele iria embora! Essa certeza gritou em sua mente a deixando em pânico, desesperada e infeliz.
"Grace, você está bem?" Candid tocou seu ombro e ela se assustou.
"Me ajuda a subir, Candid? Eu estou um pouco tonta. Simple, pode chamar o meu pai, por favor?"
Candid a surpreendeu quando a pegou no colo, com cobertor e tudo e subiu os degraus como se ela não pesasse nada. Caminhou pelo corredor e parou no meio do quarto esperando Violet ajeitar os travesseiros e tirar a colcha. Colcha que ela deveria ter acabado de estender.
"A cama estava tão bem arrumada, me desculpe, Violet." Ela se sentiu na obrigação de dizer.
"Papai sempre diz que camas foram feitas para serem desarrumadas." Grace imaginou pai gigante dela falando isso. Será que ela entendia o sentido de 'desarrumar a cama' de que ele falava?
Candid a deitou na cama com delicadeza e saiu sem dizer uma palavra. Daisy entrou no quarto de mãos dadas com Tempest e Storm, eles a beijaram se despedindo. Daisy disse que Vengeance estava a caminho.
Ela se aconchegou na cama, mas nenhuma coberta amenizaria o frio que sentia em sua alma. Uma tristeza imensa a abateu e ela apertou os lábios segurando os soluços. Fechou os olhos com força e a visão de seu pai com um tiro no peito, o sangue formando um círculo vermelho em sua camisa e seus olhos ficando vidrados como dois diamantes azuis, opacos e sem brilho. Era uma visão tão aterrorizante que Grace gritou.
"Bonequinha!" Ela continuou gritando, chorando mesmo vendo seu pai diante dela sentado na cama e a abraçando forte.
Grace ainda chorou baixinho durante um tempo, seu pai acariciando seus cabelos.
"Eu não quero que você vá. Por favor, Papai! Não vá, eu vi uma coisa horrível." Ela o abraçou mais apertado ainda.
"O que você viu?" Peter perguntou. Grace nem tinha visto que ele estava no quarto.
Ela olhou seu irmão, tão parecido com seu pai. Peter poderia detê-lo? Poderia impedir seu pai de sair dali?
"Quem me dera ser forte o suficiente, irmãzinha! A única coisa que posso fazer é implorar pra ele não ir."
Vengeance se levantou. O quarto, uma suíte, tinha uma parede inteira feita de vidro. A vista era incrível.
"Você me viu levando um tiro no peito. Sei que é uma imagem horrível, bonequinha, mas diferente de sua visão, não vou morrer."
Grace se levantou, ela estava nua, mas não se importou em se vestir, tal era seu desespero. Seu pai tirou a camiseta que vestia e deu para ela que vestiu.
"Pai. Você precisa mesmo ir?" Peter perguntou. Vengeance se aproximou dele e colou suas testas. Era como se estivesse diante de uma imagem duplicada. Grace queria muito se parecer com eles.
"Sim, filhote, eu preciso. Mas voltarei, eu juro."
Talvez o juramento fosse suficiente para Peter mas não era para Grace.
"Pai, por favor, não vá!" Ela entrou no meio dos dois e eles a abraçaram, mas o frio na coluna continuou.
"Grace?" Torrent disse entrando no quarto.
"Fui na casa de Valiant, Daisy disse que você não estava bem."
Ela se soltou de seu pai e irmão e se jogou nos braços dele. Ele a abraçou apertado.
"Meu pai vai embora." Ela não teve forças para falar mais alguma coisa. Torrent rosnou.
"Como pode fazê-la sofrer desse jeito, no estado em que ela está?"
Ele perguntou. Seus músculos ficaram inflados e ele pareceu aquecer.
"Não tenho que te dar explicações, Torrent. Você sim a assustou, sumindo do jeito que sumiu." Vengeance rosnou e mostrou os dentes e presas.
"Sabe muito bem que não foi de propósito, eu fui atacado pelos seus Leãozinhos!" Os trigêmeos? Como eles poderiam atacar Torrent?
"Leãozinhos de cinco anos, você esqueceu de dizer. De todos os machos daqui, bonequinha, tinha de ter escolhido o mais frouxo?"
Torrent a soltou.
"Retire o que disse!" Grace se postou entre eles.
"Por favor, não briguem!" Ela fez a única coisa que podia fazer os dois esfriarem a cabeça: vomitou.
"Grace! Grace, me desculpa!" Torrent disse, afastando seu cabelo de seu rosto.
"A culpa é sua, Torrent! Pare de choramingar e vamos levá-la ao hospital!" Vengeance rosnou.
"Acho que talvez vocês só precisam parar de brigar, seus idiotas!" Peter disse.
"Bonequinha, tudo bem?"
Grace acenou. Torrent a pegou no colo e a levou ao banheiro, enquanto os mandava ir embora.
No banheiro, ele tirou a camiseta de seu pai que ela vestia, com uma interrogação no olhar.
"Eu me levantei nua e ele me deu a camiseta para vestir." Ele rosnou.
"São meu pai e meu irmão, não tenho vergonha deles." Ele continuou em silêncio abrindo a porta de vidro do box e ligando o chuveiro para ela. Grace entrou e a água morna abundantemente do chuveiro de luxo a atingiu ajudando a acalmar seu estômago.
"Venha. Tome banho comigo." Ela convidou.
"Não posso. A doutora me receitou uma pomada para a pele, e eu só posso me molhar daqui a algumas horas."
Ela ficou em silêncio e começou a se ensaboar. Torrent estreitou os olhos e soltou um rosnado baixo. Sua calça de moletom começou a estufar. Grace sorriu e continuou se ensaboando.
"Seus seios. Toque neles." Ele ordenou. Seus olhos estavam azuis claros agora.
Grace obedeceu. Apertou seus seios, circulando os mamilos. Torrent rosnou. Seu pau tinha crescido tanto que a ponta saía pelo cós da calça. Grace lambeu os lábios.
"Faça isso de novo!" Ele falava entre rosnados baixos. Grace lambeu os lábios de novo bem devagar.
"Toque sua buceta, agora!" Ela se tocou. Enfiou um dedo em si mesma, e ele uivou.
"Desligue o chuveiro." Ela desligou e ele a carregou para fora do banheiro. A jogou na cama já atacando o meio das pernas dela com a boca, até Grace gozar gritando. Ato seguinte, estava atolado dentro dela, o vai e vem de seu pau fazendo a cama sacudir. Grace rosnava também, arranhando suas costas, mordendo sua garganta. O clímax veio avassalador. Grace fechou os olhos, estar ali com Torrent preso dentro dela era tudo o que ela precisava. Sentia que poderia enfrentar qualquer coisa.
Torrent se ergueu sobre os antebraços com muita dificuldade.
"Você rasgou a pele das minhas costas." Ele falou com um gemido. Grace olhou suas mãos e havia sangue em suas unhas.
"Me desculpe, Torrent, eu não tive intenção."
Ele a beijou,um beijo delicioso, faminto e molhado.
"Valeu a pena. Mas vou ter que voltar ao hospital."
Pensar nele saindo de dentro dela e depois saindo da casa a deixou em pânico.
" Calma, não vou demorar. Posso deixar você na casa de Valiant, com os filhotes. Tammy nos convidou para o almoço."
Ela assentiu.
Torrent saiu dela e Grace percebeu que toda a sensação ruim que tinha sentido acerca da partida de seu pai, tinha diminuído um pouco.
Ela se vestiu com um dos conjuntos de moletom que adorava e desceu as escadas. Seu pai e seu irmão ainda estavam na sala.
"Pensei que tinham ido." Ela disse.
"Acredite em mim. Ouvir um macho fazer sexo selvagem com minha irmã não é uma das minhas coisas preferidas de se fazer." Peter disse dando de ombros.
"Preciso conversar com vocês." Vengeance disse.
Grace se sentou no sofá ao lado dele, ele pegou uma de suas mãos. Torrent apareceu sem camisa, com o cabelo todo recolhido no alto da cabeça.
"É assim que você recebe visitas em sua casa, sem camisa?" Vengeance o repreendeu.
"Grace rasgou a pele de minhas costas, não posso vestir uma camisa." Ele fez cara de dor.
"Bem feito, bonequinha!" Seu pai sorriu.
"Eu preciso contar para vocês que os trigêmeos, com a ajuda de Noble e chantageando o piloto humano de Slade, conseguiram capturar Michael Marshall. Ele está preso na mesma guarita em que você teve os filhotes, Grace. Depois dos trigêmeos o convencerem a falar, ele me contou uma coisa e é por isso que ficarei fora."
"Pobre humano, me dói só de imaginar como eles o convenceram a falar." Torrent disse.
"Algo envolvendo as unhas dele, mas isso não vem ao caso. Eu preciso de vocês dois, Peter e Grace."
Peter se levantou da cadeira e andou de um lado a outro da sala.
"O que precisa, pai?"
"Preciso dos dois juntos. Aqui, nessa casa, de preferência. Eu não poderei me comunicar com os gêmeos, nem quero envolver os trigêmeos nisso. Então, vou precisar das suas premonições para conseguir voltar."
"Como assim?" Peter perguntou, mas Grace sabia do que se tratava.
"Sabe como quando não falamos, mas ele responde assim mesmo? Acho que ele quer que fiquemos sintonizados nele."
"Você sabe fazer isso?" Peter perguntou e Torrent a encarou.
Grace sorriu.
"Sim. Não é fácil, mas vai ajudar a passar o tempo em que ele estiver fora." Seria uma alternativa, pelo menos.
"Torrent você sabe quanto custou esse sofá? Nem eu sei, mas foi muito dinheiro para você estragá-lo com seu sangue. Vá para o hospital! Eu vou te deixar na casa de Valiant, bonequinha." Vengeance disse se levantando e a pegando no colo.
"Não vamos de jipe?" Grace perguntou, adorando, porém estar nos braços de seu pai.
"Deixe o jipe para as mocinhas. Quero aproveitar cada segundo com a minha filhote preferida."
"Pensei que eu fosse o seu preferido." Peter reclamou.
"Não, você anda demais com Flame." Grace riu. Flame era bonito, educado e gentil. Qual seria o problema de andar com ele?
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TORRENT
FanfictionTorrent tinha tudo que um macho poderia querer. Morava num lugar bonito, calmo e tranquilo na Zona Selvagem, longe do caos que era a área familiar. Ajudava Leo com seus animais, curtia o melhor de ser celibatário: não ter que lidar com as frescuras...