CAPÍTULO 20

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Grace acordou e mergulhou no azul escuro dos olhos de Torrent. Estavam escuros, o que dizia que ele queria conversar, não fazer amor. Eles estavam a vários dias nus e parando o sexo apenas para comer, e as vezes nem isso. Ela sorriu se lembrando dos morangos que introduziu em sua vagina e na delícia que foi quando ele os pegou com a língua.
"Grace, querida, onde estão os filhotes?" Ela sorriu. Seus bebês estavam bem, estavam com as florzinhas.
"Eles estão bem, Torrent. As florzinhas estão cuidando deles. Eu os amamentei ontem, você não lembra?"
Ele sorriu. Torrent ficava lindo quando sorria, ela sorriu de volta, estava vivendo um sonho, com ele e seus bebês.
"Eu não sei se foi ontem que os vi, meu bem. Acho que não."
"Ora, é claro que foi, você não lembra? Você pediu para deixarem um pouquinho de leite para você."
Ele tocou o seio dela e sugou seu leite. Era bom demais! Enguanto sugava, ele a penetrou com dois dedos, Grace rosnou. Ele rosnou também, logo a virou, Grace ficou de quatro, e ele veio por cima dela. Com força!
Ele, porém, parou e ficou ouvindo, imóvel.
"Continua, Torrent, com força, do jeito que eu..."
Batidas na porta soaram, batidas fortes, que se continuassem iriam derrubar a pobre da porta.
"Torrent? Grace? Vou entrar!" Era Vengeance. O que ele queria? Já não bastava estar com Fiona, aquela puta?
"Não queremos você aqui! Vá ficar com aquela desgraçada, vá embora!"
Grace disse e Torrent continuou as embatidas. Ele não disse nada.
"Vocês estão aí dentro a muito tempo, filhote. Estamos preocupados." Ele disse estamos? Sério? Ele e Fiona estavam preocupados com ela?
"Fiona pode ir para a puta que pariu, Vengeance e você também! Vá embora!"
Torrent começou a gozar e ela também. Eles iriam embora em algum momento.
"Torrent! Estou avisando, parem, vou entrar!"
"Talvez devêssemos voltar depois, Ven." A voz de Brass parecia estranha para Grace, ele era sempre simpático, hoje não estava parecendo muito amistoso.
A porta caiu e Vengeance apareceu no campo de visão dela. Torrent ainda estava com a base do pau totalmente inchada. Eles ficaram encarando Vengeance, Brass e Leo. Grace não se importou, desde que Torrent continuasse.
"Torrent. Pare com isso, amigão. Vamos conversar." Era Leo. Grace rosnou para ele.
"Eles vão continuar?" Brass parecia assustado.
Grace virou a cabeça para trás, Torrent tomou sua boca. Eles que fossem embora.
"Grace, vamos buscar os filhotes? Eles estão sentindo sua falta. Vamos, filha, por favor."
Seus bebês. Ela os tinha visto ontem, não fazia tanto tempo assim. Eles eram independentes, já falavam e corriam, ela precisava de Torrent, ele tinha de se apaixonar por ela, só assim seriam uma família feliz!
"Não. Eles estão com as florzinhas. Estão bem. Continue, Torrent!" Torrent rosnou e  recomeçou a entrar e sair de dentro dela, mordendo seu ombro a firmando no lugar. Grace fechou os olhos, e quando ele lhe circulou o clitóris e aumentou a força das estocadas, Grace rosnou.
"Eu não posso continuar a ver isso, Ven." Brass saiu. Grace sorriu, ela não se importava.
Ela fechou os olhos, mas os abriu e gritou quando Vengeance puxou Torrent pelo pescoço e o lançou longe dela. Ela atacou Vengeance com as unhas em garras, ele a segurou pelos punhos, ela tinha mirado os olhos dele. Mas Grace queria fazê-lo se arrepender de tentar tirar Torrent dela. Ninguém podia se meter no amor deles! Ela se contorcia, enquanto Torrent lutava com Leo. Sentiu cheiro de sangue, mas não era dela, nem de Torrent, então, tudo bem.
Conseguiu cravar os dentes no pescoço de Vengeance e mordeu com toda sua força. Ele aguentou firme. A segurou. O sangue começou a jorrar e ela bebeu um pouco, era bom.
"Grace, filhote, por favor!" Ele disse. Ela se contorceu mais selvagemente ainda.
Alguém a segurou pelo pescoço e por debaixo dos seios, ela uivou. Brass devia ter resolvido ajudar.
"Não! Não me separem dele! Não! Torrent!" Torrent pareceu ter acabado com Leo e logo Brass a soltou. Vengeance continuava a segurando.
"Grace, querida. Acalme-se!"
Um barulho de ossos se partindo fez com que Vengeance desviasse seu olhar e Grace aproveitou para abocanhar a orelha dele. As cartilagens fizeram um barulho quando ela cravou os dentes.
Ele a afastou pelo pescoço e apertou, sem cortar seu suprimento de ar. Grace esperneou, rosnou, uivou e gritou.
Torrent lançou Brass como um boneco contra a parede. Leo o esmurrou, mas ele revidou batendo sua cabeça contra a parede várias vezes.
Mais pessoas apareceram, Torrent esmurrava, rosnava, lançava um ou outro longe, enquanto Grace gritava enlouquecida. Ela cravou as unhas nos braços de Vengeance e perfurou.
"Me desculpe, filhote." Ele disse e tudo apagou.
Quando acordou, Grace estava num quarto do hospital. Não tinha idéia de quanto tempo estava ali, a única coisa que sabia era que estava algemada, e que Torrent não estava ali.
Um monitor apitou e o Nova Espécie que trabalhava ali apareceu. Grace não se lembrou do nome dele, nem se importava.
"Onde está Torrent? Onde o colocaram?"Ele a olhou com pena. Meu Deus! O que teriam feito com ele?
"Não se preocupe com Torret, está bem? Precisamos cuidar de você. Me diga, querida, como se sente?"
Grace rosnou e tentou se levantar.
"Eu quero ver Torrent! Agora!"
Charlie apareceu no quarto. Que droga! Ela não queria conversa.
"Grace! Que bom que você está bem! Eu estava tão preocupada!"
"Vá se foder! Traga Torrent! Torrent! Não quero ver ninguém! Quero Torrent. Torrent!"
"Não quer ver seus bebês?" Grace a olhou. Seus bebês! Tempest e Storm, tão lindos, tão parecidos com Torrent.
Ela estava confusa. Ela tinha amamentado eles no dia anterior e eles estavam com as florzinhas. Eles estavam bem.
"Vou vê-los depois que estiver com Torrent. Traga Torrent, Charlie, por favor! Traga meu Torrent pra mim!"
O Nova Espécie balançou a cabeça, parecia triste. Grace estava triste também, ela estava sofrendo sem Torrent. Doía. Doía muito.
"Charlie, eu estou implorando, traga Torrent, traga ele pra mim!" Ela começou a chorar alto, quanto mais chorava, mais seu peito doía.
Tudo ficou escuro novamente.
Era noite quando Grace acordou. Tudo estava embaralhado na mente dela. Ela se lembrou de chorar, de implorar e de ter sido separada de Torrent e algemada naquela cama.
Ela olhou ao redor e viu Vengeance sentado numa cadeira, os olhos claros dele brilhando na escuridão.
"Boa noite." A voz dele era calma, carinhosa. Grace não estava nem aí. Mas ela entendeu que não devia gritar e chorar. Achariam que ela estava louca. Ela só queria sair dali e ficar com Torrent e seus bebês. Era algo perfeitamente normal.
"Como se sente, filhote?" Ele tocou o rosto dela, ela se deixou envolver pelo carinho. Era bom, mas não mudava o fato de que Torrent estava longe.
"Onde está Torrent? Por favor, papai! Me leve para ele, para meus bebês."
"Eu quis tanto ouvir você me chamar de pai, mas não assim." Ele estava sério, com uma carranca que deixava seu rosto bonito, assustador.
Ela sentiu a ira subir a superfície. Tinha que se controlar, mas estava difícil, ele não parecia que iria trazer Torrent para ela, ninguém iria, ela tinha de sair dali.
"Traga Simple." Ele ajudaria, ele entenderia, ele gostava de dinheiro, Grace lhe daria tudo que ele pedisse.
"Grace, você está doente, filhote. Precisa se curar. Quando isso acontecer, Torrent virá."
Ele estava mentindo, todos mentiam.
A ira a tomava, ela queria gritar, espernear. Eles achavam que ela estava louca, não adiantava conversar , ela tinha de agir.
"Torrent! Torrent! Torrent!" Ela gritaria até perder a voz. Ele escutaria, ele tinha uma audição melhor que a dela. Ele tinha que tirá-la dali. Seus bebês precisavam dela e dele.
"Torrent!" Ela gritava a plenos pulmões agora. Se contorcia, balançava a cama.
"Torrent!"

TORRENTOnde histórias criam vida. Descubra agora