Torrent e Grace davam banho nos gêmeos. A água da banheira estava marrom e eles achavam graça nisso.
"Tô limpo, mamãe!" Storm reclamou tentando sair da banheira.
"Espera, bebê! Ainda tem açúcar nos seus dedinhos." Grace disse rindo. Eles tiveram que esvaziar e encher a banheira novamente para que eles ficassem limpos.
Torrent os tirou da banheira e os embrulhou na toalha.
"Vamos, vou vestir vocês." Grace parecia cansada.
Ela ficou para organizar a bagunça que fizeram no banheiro.
"Simple!" Tempest disse. Torrent inspirou, mas não sentiu o cheiro do filhote.
"Ainda não chegaram, Tempest." Ele disse atento aos sons lá fora.
"Violet e Daisy." Storm disse e apontou para fora.
Torrent inspirou bem fundo e devagar procurando sentir o cheiro dos filhotes de Valiant. Mas ainda não sentiu nada.
"Eles já estão vindo, vamos ligar para o restaurante e pedir a pizza?"
"Pizza!" Eles gritaram.
"Eu quero azeitonas, Torrent, por favor, peça pra mim."
Grace disse entrando no quarto dos filhotes.
"Azeitonas?"
"Eu comi na casa de Dusky e Blue. Quero comer mais."
Torrent deu de ombros, ouviu dizer que grávidas gostavam de comer coisas esquisitas.
"E queijo, muito queijo." Ela sorriu. Grace estava com o rosto mais cheio, e as bochechas coradas pelo vapor da banheira. Linda!
Eles desceram e só então Torrent começou a sentir o cheiro dos trigêmeos e das gêmeas.
"Grace eles teriam um faro aguçado? Já?" Torrent perguntou.
Ela sorriu e deu um beijo nas bochechas de Tempest.
"Não me importa, Torrent." Ela disse mas uma sombra passou pelos olhos claros dela. Realmente não importava, ele pensou.
E passaram horas muito divertidas comendo pizza e assistindo aos filmes infantis que ele já até conhecia algumas falas.
No quartinho dos filhotes Grace e ele colocaram cada filhote em sua caminha.
"Mamãe?" Storm já dormia, mas Tempest, ainda tinha os olhinhos azuis abertos, meio sonolentos, mas abertos.
"Sim, meu amor?" Ela colocou os cabelos negros dele para trás de seu rostinho gordo.
"Amanhã, podemos ir na casa do tio Brass?"
"É claro! Quer brincar com Brave e Gift?" Ele acenou e fechou os olhos.
Eles foram para o quarto e ela tirou toda a roupa com um movimento impaciente. Torrent ergueu as sobrancelhas.
"Eu não gosto de vestir tanta roupa, Torrent. Eram apenas os filhotes!"
Torrent se aproximou dela e já colou suas bocas. Ela desfrutou do beijo, mas se afastou. Sua barriga estava grande e os movimentos de Harmony deformavam a barriga redonda. Torrent não resistiu, se ajoelhou e beijou a barriga de Grace. Levou um chute da filhote e riu.
"Quero te pedir um favor. Algo importante."
Será que ela queria acasalar? Torrent tinha ficado sabendo da conversa que ela teve com Bells. No dia seguinte faria uma visita a ele que ou arrumaria as presas dele, ou ele ficaria sem elas.
"Diga." Ele não se importava desde que não fosse uma coisa pública. Não ficaria diante de todos apertado numa roupa de palhaço jurando um amor que todos já sabiam que ele sentia. Qual o propósito dessa bobeira? Grace era dele, e ai daquele que ousasse questionar isso.
"Podemos dormir abraçados, sem sexo, durante toda a noite?"
Ela tinha um olhar suplicante. Parecia muito importante para ela, mas Torrent achava que não conseguiria.
"Que tal se a gente fizesse amor uma única vez? Aí a gente dorme abraçados?"
Uma lágrima rolou pelo rosto dela, deixando Torrent desesperado.
"Bonequinha! O que foi?"
Torrent tocou seu rosto, enxugando o rosto dela sem entender o que estava acontecendo.
"Preciso saber o que é causado pela droga e o que não é. Preciso resistir, pois posso acabar consumida pela luxúria. Não posso deixar meus filhos longe de mim! Eu fico fora de mim, Torrent! Eu vou ser mãe de novo, amamentar, ficar sem dormir, dar banho, trocar fraldas... Não posso estar consumida pelo desejo por você!"
Ele a abraçou e ela chorou. Muito.
Torrent entendia o que ela queria dizer. Grace foi capaz de esfaquear Fiona para que ela não tirasse seus filhotes dela, ou a matasse depois do parto. Mas estava sempre na cama com ele agora, seus filhotes adoravam seu primo, Sunny, e os outros filhotes pequenos, mas eles precisavam dela. E se ela precisava resistir a compartilhar sexo com ele, ele ajudaria.
"Posso me aliviar no banheiro?"
Ela enxugou o rosto e fez que não.
"Eu preciso de você aqui. Se for ao banheiro, só de saber o que estará fazendo lá, não vou resistir."
Ele inspirou fundo.
"Venha." Ele se deitou e ela se aconchegou de lado, encostada na ereção dele que latejava. Torrent travou o maxilar e orou ao Deus do reverendo Bhrams por forças.
Ela não demorou a dormir. Fez longas caminhadas durante o dia cuidou dos filhotes e antes de dormir tinha limpado a cozinha e o banheiro.
Mas para Torrent era outra história. O cheiro de sabonete do corpo dela misturado ao seu próprio cheiro nela era afrodisíaco. Se ela não tivesse tão fortemente abraçada a ele! Torrent sentia suas bolas apertadas.
Mas por alguma razão ele sentiu as pálpebras pesarem e o sono chegar. E Torrent escorregou para o mundo dos sonhos feliz por estar atendendo a um pedido de Grace.
De manhã, ela já tinha levantado quando Torrent acordou. O pânico por não vê-la desapareceu quando sentiu o cheiro dela, dos filhotes e das florzinhas no jardim. Ele tomou banho, seu corpo ainda sentindo os efeitos da falta que sentia dela.
No jardim, eles estavam sentados sobre um grande cobertor com várias vasilhas de comida abertas. Tempest tinha um bigode de achocolatado, Violet estava limpando o rosto de Storm.
"Bom dia!" Ele disse e os filhotes pularam nele. Era um ritual diário, eles o viam de manhã e pulavam nele que tinha que os apanhar no ar.
"Bom dia! Dormiu bem?" Ela perguntou, talvez fosse impressão mas seu rosto estava ainda mais bonito.
"Sim, surpreendentemente eu adormeci rápido."
"Eu fiz toda aquela limpeza na casa para ficar cansada e dormir rápido, ajudou." Ela sorria, parecia muito satisfeita.
"Estão tentando diminuir o ritmo em que compartilham sexo, Grace?" Daisy perguntou. Torrent abriu a boca. Como poderia repreendê-la por tocar num assunto tão particular?
"Sim, querida. Lembra que eu te disse que estava me sentindo obsecada por sexo? Pois é, ontem conversei com Dusky, ele me ajudou a ver o que eu precisava fazer! Estou tão feliz. Não vão precisar ficar com os gêmeos tanto tempo. Eu também quero agradecer." Ela beijou a testa de Daisy.
Torrent nunca imaginou que ela conversasse sobre essas coisas com Daisy e Violet.
"Gostamos de cuidar deles, Grace. Não vamos parar de vir aqui." Daisy disse seus olhinhos azuis meio molhados. Era meio assustador, ela era autoritária como o pai.
"Mas é claro que não vão. São minhas melhores amigas, salvaram minha vida e a dos meus bebês! Eu só vou ficar mais tempo com eles, eu preciso, vocês entendem?" Grace disse segurando as mãos delas.
"Sim, Grace. Só não deixe a gente longe deles, os amamos demais!" Violet disse abraçando Storm. O filhote a abraçou de volta.
Torrent sentiu novamente a onda de sentimento que o atingiu enquanto ele olhava Grace andar de mãos dadas com seus filhotes. Seria felicidade?
"Bom vamos para a cozinha, levar essas vasilhas e depois vamos para a casa do tio Brass. Quem quer ir?" Grace perguntou.
"Eu!" Seus filhotes gritaram, Torrent riu.
Na cozinha enquanto Violet e Daisy ajudavam os filhotes a escovarem os dentes, Torrent fez a pergunta que queria fazer desde que levantou.
"Enquanto eles estiverem lá, podemos fazer amor?" Ela baixou os olhos.
"Eu preciso de mais tempo, só mais uns dias, por favor!" Ela começou a tremer.
"Só mais uns dias!" Torrent via o sofrimento dela e sentia mal por desejá-la tanto.
"Quer que eu fique na cabana?" Sua cabana estava vazia, talvez fosse melhor ficar lá.
"Não!" Ela arregalou os olhos. Torrent a abraçou
"Calma, bonequinha, calma, não vou a lugar nenhum."
Ela o abraçou,mas quando sentiu ela acariciar suas costas, ele a afastou. Ele aguentaria uns dias. Eles conseguiriam!
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TORRENT
FanfictionTorrent tinha tudo que um macho poderia querer. Morava num lugar bonito, calmo e tranquilo na Zona Selvagem, longe do caos que era a área familiar. Ajudava Leo com seus animais, curtia o melhor de ser celibatário: não ter que lidar com as frescuras...