Torrent estava derretendo. O sol tinha estado a pino, quente como uma fornalha diretamente sobre ele. Ele ia morrer ali, sem ver seus filhotes e sem dar um último beijo em Grace. Seu corpo queimava e nos lugares que os trigêmeos morderam parecia que estava infeccionando. Resumindo: ele morreria devagar cozinhando lentamente sob o sol.
A noite veio e trouxe algum alívio, com uma brisa leve correndo sobre seu corpo, mas o dia seguinte chegaria e o inferno voltaria.
Ele sabia que tinha de juntar forças e lutar contra a ordem de ficar ali, deitado com fome, sede e dor, mas era fraco, era um idiota e merecia morrer. Ele fechou os olhos e esperou.
Alguém saiu da água, mas ele estava sentindo tanta dor, sua pele estava em chamas e sua garganta inchada que não teve forças para abrir os olhos.
Quem quer que apareceu o suspendeu e o encaixou nos ombros, a dor o fez rosnar baixinho. A travessia até as margens do lago foi dolorosa, com Torrent tomando água, tossindo e adicionando mais uma dor às que já sentia.
"Acredito que não vão conseguir se livrar dessa vez, Simple. Papai vai surrar vocês e lhes tirar todos os brinquedos, celulares e jogos. Eu acho que vou adorar seu Xbox." A voz de James soava longe.
"Eu prefiro o PS4. Tem um jogo deles que eu tentei comprar, mas não consegui." A risada de Joe deveria lhe causar curiosidade pelo que falavam, mas Torrent só queria alívio das dores.
"Ninguém vai saber. E não planejávamos deixá-lo lá, só que papai nos surpreendeu com a caçada. Vamos tratá-lo e Pride o fará esquecer." A voz de Simple despertou medo nele. Quando dizia que não aceitava ameaças, ele dizia a sério. James e Joe deviam ser loucos por o provocarem.
"Não, por favor, me levem pra casa! Eu não vou contar pra ninguém, só quero ver meus filhotes e Grace."
Ele queria muito poder abraçar o corpo pequeno e cheiroso dela e beijar as bochechas gordinhas de seus gêmeos, só isso.
"Vai acabar o deixando louco com tantas sugestões, Simple. Papai precisa dar um fim nisso. Eu vou contar." James disse.
"O que vai contar, James?" Ele não queria abrir os olhos, estavam em movimento e ele vomitaria a qualquer momento. A voz de Vengeance, porém, o fez abrir os olhos.
"Como está Grace?" Ele estava pendurado no ombro de Joe. O rapaz parou e o desceu. Torrent se deixou ficar caído, não tinha forças para se sentar.
"Preocupada." Vengeance respondeu, seco.
"Eu vejo que dessa vez passaram dos limites, Leãozinhos. Acho que não vou me meter." O tom de Vengeance era de decepção.
Torrent olhou para os meninos. Candid e Honest baixaram a cabeça, mas Simple continuou com os olhos frios e duros. Com o queixo erguido.
"Não era nossa intenção machucá-lo. Nós amamos Torrent. Muito. É justo sermos castigados." Os outros dois elevaram as cabeças e acenaram concordando. Por mais que sabia que eles eram meninos terríveis, Simple dizer que o amava tocou alguma coisa nele e Torrent se ouviu dizendo.
"Acredito em vocês. Não quero que sejam castigados, quero que se arrependam e não machuquem ninguém mais. Ninguém, ouviram? Me ajude, V., quero voltar pra casa e ver meus filhotes." Torrent ainda queria saber por que eles estavam lutando e queria que jurassem nunca mais mexer com a mente dele.
Simple engoliu em seco. Parecia emocionado, era uma criança, afinal.
"Obrigado pela bondade, Torrent. Seremos sempre agradecidos a você." Eles se aproximaram e Torrent se abaixou para abraçá-los. Sua pele queimava, então ele beijou a testa de cada um deles.
"Iremos conversar depois." Ele disse e eles sorriram o sorrisinho travesso que os deixava ainda mais adoráveis.
"Vamos." Vengeance o ajudou na longa caminhada até a casa nova.
Quando chegaram, a luz da sala estava acessa. Grace estaria acordada até aquela hora?
Entraram e na sala, ela dormia mal acomodada na cadeira que ele costumava se sentar. A maldita cadeira onde ele passava horas a observando discretamente. Ele gemeu. O cheiro dela ficaria agarrado naquela cadeira. Isso lhe provocaria uma ereção instantânea se voltasse a se sentar naquela porra de cadeira.
Vengeance se ajoelhou a frente da cadeira e beijou os lábios dela de leve. Torrent desconfiava que ele fazia isso para provocá-lo. Mesmo que ele fosse pai dela, Torrent não conseguia impedir o ciúme que lhe queimava as entranhas.
"Bonequinha? Acorde, meu amor." Outra coisa que Torrent morria de vontade de fazer, chamá-la de bonequinha. Por que não havia apelido carinhoso que pudesse se aplicar melhor a ela que esse, ainda mais quando a primeira pessoa a chamá-la assim tinha sido a mãe dela.
"Papai? Você o encontrou?" Ela abriu os olhos claros e Torrent sentiu o coração errar uma batida.
Vengeance afastou uma mecha do cabelo negro dela da frente de seus olhos e saiu da frente da cadeira.
Ela se levantou com um salto e se jogou sobre ele o abraçando pelo pescoço. Torrent estava fraco e sofrendo os efeitos da insolação, então caiu pra trás. Vengeance riu alto e saiu fechando a porta.
Grace ia saindo de cima dele, mas Torrent impediu. Mesmo com toda dor que sentia, tomou a boca dela. E a beijou, não com volúpia, mas com carinho. Com reverência, como se ela fosse tão preciosa que não quisesse profanar a linda boquinha dela.
Mas Grace tinha outras pretensões. Ela abriu as pernas e se encaixou sobre ele, afundando os dedos em seus cabelos embaraçados. Todas as intenções de reverenciá-la com seus lábios foram esquecidas e Torrent aprofundou o beijo. Ela correu as mãos sobre sua pele queimada e a dor deu lugar ao calor do desejo. Torrent virou as posições deles ficando por cima dela e a penetrando com um movimento vigoroso. Ela vestia uma camisola fina e estava sem calcinha, Torrent ficou grato por isso.
Estar dentro dela depois de tanto tempo foi uma loucura. Torrent uivou. Era bom demais para ficar calado! Ela se movia embaixo dele, sua pélvis recebendo suas estocadas com força, ate que a pressão e a fricção deliciosa sobre a carne do pau dele o levaram ao clímax. Os músculos da buceta dela o apertaram forte enquanto seu pau inchava na base, os prendendo juntos. Como deveria ser. Esse foi o último pensamento de Torrent antes de desmaiar.
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TORRENT
FanficTorrent tinha tudo que um macho poderia querer. Morava num lugar bonito, calmo e tranquilo na Zona Selvagem, longe do caos que era a área familiar. Ajudava Leo com seus animais, curtia o melhor de ser celibatário: não ter que lidar com as frescuras...