Pelo Medo

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Eu quero ser rico, quero ter rios de dinheiro,

Eu quero serviçais e ter de ouro um pinheiro;

Não dou importância à inteligência,

Não dou atenção à negligência;

Eu quero ser um deus de porcelana,

Moldado por ego inflado e ganância,

Sendo maconha com cocaína a minha fragrância;


Com um olho aberto para adoração em massa,

Criar um mundo utópico como uma real ilusão

Para manter todos cultuando minha carne de caça,

Enquanto, por milésimos, você posta a tua hipócrita opinião;

Pensarei em um procedimento facial que me encha de graça

E a disparidade é imensa, porém quero ser parte do padrão;


Não reconheço o certo e a realidade,

Não sei o que sou e o que vou fazer,

Devo ser escravo da produtividade?

Saí da conspiração, duvido do conhecer,

Sou abraçado pela depressão e ansiedade,

Agora sou mais um tomado pelo medo;


Sou impassível, porquanto tenho o sexo

Se o meu pseudo talento for azedo;

Vou mentir e expor minhas opiniões sem nexo,

Pois é assim que se alcança a Presidência

Ou publicá-las em um livro e sobrepor à ciência;

Isto são detalhes, o suprassumo é ter o poder de plástico,

Serei ovacionado sentado em meu trono edificado

Em mediocridade; serei o rei fantástico do mundo líquido

No qual o teu tempo é o sacrifício exigido.

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