Inocente menino eu fui ao confiar,
Embora o teu papel fosse convincente
Sob o tempo investido para nos delongar,
E a personagem de um fiel crente
Foi merecedora de um galardão;
Satã reveste-se de anjo de luz para enganar
E fui uma vítima por uma longa duração,
Por mais que eu não goste de me equiparar;
Por fim, não partilhamos da mesma comunhão;
Sou, portanto, a substância que te pereces,
Um templo constituído por sangue e influição;
Após localizar as letras do escrito nas paredes,
Minha indenidade e inocência em decomposição,
Segreguei-me da virtude e de suas alvas redes
E entreguei-me à perversidade e à deturpação;
Sentei-me à mesa, compartilhei da mesma ceia,
Bebi o vinho do cálice de sangue como um irmão;
Com os olhos fechados, minh' alma anseia
Por vingança e relembra quando me ajoelhei em adoração;
Tu ajoelharás clamando por tua vida alheia,
Porém a espada de dois gumes cortará o teu pútrido coração;
Tu és a entidade que se alimenta da mocidade,
És o dissimulado demônio da corrupção;
Assola minha mente e minha carne com indignidade,
Roubou a alma de uma criança para própria unção;
Fechou ad aeternum a janela dourada do ocidente
E agora morro nesta masmorra de escuridão.

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PoetryAos 18 anos, tudo pode ser cíclico e com muita dor até se conhecer melhor - enfim destruir os muros e construir alicerces. É um livro onde os anseios e medos de um jovem fazem com que ele se exclua da sociedade. Os poemas são gritos de ansiedade nes...