De Novo

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Sinto em minha pele e em meus ossos a tranquilidade,

A paz da qual queria foi alcançada e vou aproveitar;

Não sinto o medo e encaro com coragem a realidade,

Estou pronto para o mundo e vou alcançar

Tudo aquilo que desejo sem muita dificuldade;


O tropeço fez-me cair e levanto-me, de novo;

Minha energia está esvaindo-se, de novo;

Consigo sentir o medo apossando-se, de novo;

Entrei no mesmo círculo, estou no vício, de novo;

Exausto, fui iludido por meus sentidos, de novo;

Nada mudou afinal, caí na mesmice, de novo;


Sicut in caelo, et in terra, então prefiro ir para o inferno,

Porquanto em qualquer lugar sofrerei perpetuamente;

Incontáveis vezes vi este cenário macabro eterno,

Estou com falha no sistema, no mesmo lugar em minha mente;

Não adianta me esforçar se permanecerei neste embate interno;


Ouço os mesmos conselhos, de novo;

Encaro o mesmo reflexo, de novo;

Todos os dias são os mesmos, de novo;

Sem forças e preso em quarentena, de novo;

A estratégia foi inapta, de novo;

Quero melhorar, mas sei que vou falhar, de novo;

Enganei-me e tornei-me o carrasco, de novo.

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