19 • casa da praia II

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Acordei com uma luz bem fraca batendo em meu rosto. Abri os olhos lentamente e me virei para o lado, onde Louis deveria estar deitado, mas não o vi. Olhei para o lado de fora e ele também não estava lá, comecei a ficar assustado.

— Louis? — chamei alto, com a minha voz ainda rouca de sono, ouvi duas batidas no teto do carro.

— Estou aqui em cima.

Ajeitei os bancos novamente, para a posição normal e saí do carro. Lembrei que estávamos com o meu carro, e eu tinha uma bolsa de viagem no porta-malas com a minha Polaroid. Tive uma ideia.

Saí do carro e Louis estava acompanhando o nascer do sol, tinha um cobertor enrolado em si e um sorriso no rosto.

— Eu peguei o cobertor do porta-malas, espero que não se importe.

— Claro que não, vou pegar mais uma coisa e já volto.

Dei a volta, me dirigindo até a parte de trás e abri a grande porta vendo a minha normal bagunça naquela parte do carro. Uma mala de viagem, três cobertores a mais, uma caixinha de primeiro socorros e mais algumas coisas que talvez eu nunca precise, mas eu tenho.

Abri a mala de viagem, e dentro dela havia um estojo onde eu guardava a minha câmera. Levantei a cabeça para olhar Louis mais uma vez, e me certificar de que ele não havia saído da posição em que estava.

Peguei a câmera com cuidado, olhando aquele presente que eu guardei por tanto tempo. Posicionei a Polaroid em minhas mãos e apontei para Louis, tirando a primeira foto do dia.

— Lou! Olha pra cá! — no momento em que ele se virou eu tirei mais uma, esperando que ela revelasse segundos depois. Olhei para aquele homem no teto do meu carro e sorri, ele já estava sorrindo. — Você tá parecendo uma criança.

Falei enquanto ele me olhava. Eu precisei colocar a mão na frente do rosto pela luz do sol que vinha diretamente em meus olhos.

— Para de tirar foto! Eu estou todo desarrumado.

Caminhei de volta para a frente do carro, ainda o olhando.

— Você não quer subir aqui? — perguntou.

— Tem espaço nesse cobertor para mim? — ele sorriu e assentiu, sentando-se mais para o lado, enquanto eu tentava subir no teto do carro. — Se eu arranhar o meu carro, você vai pagar.

Ele riu. A luz dourada do sol refletindo em seu rosto, deixando seus olhos mais claros assim como seus cabelos.

— Você pode chegar mais perto Harry, eu não vou morder você — falou quando percebeu que eu sentei longe de seu corpo, abrindo um lado da coberta me chamando para mais perto. Me aproximei até estar com meu corpo colado ao de Louis e poder me enrolar com a coberta também.

— Mais uma foto! — espichei o braço e apertei o botão da câmera, apontada para nós dois, naquela coberta de criança e a luz dourada criando uma ótima iluminação.

— Temos que continuar viajando se quisermos chegar a tempo do almoço.

Louis deitou a cabeça em meu ombro e colocou sua mão sobre meu braço, como se não quisesse sair dali, como se não quisesse se afastar. Exatamente como ele fazia antigamente.

— Só mais alguns minutos.

Com Louis sobre mim, a luz dourada, e nosso cobertor nós aproveitamos o nascer do sol, talvez soasse clichê, mas era o nosso clichê. Um porto seguro onde poderíamos descansar. Ficamos longos minutos ali, até Louis se levantar e dizer que precisávamos seguir viagem, porque ele estava com fome.

Through The Window ❀ 𝗹𝗮𝗿𝗿𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora