Capítulo 06

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HORAS MAIS TARDE...

As horas passam enquanto caminho pelo quarto de um lado a outro pela dor que mais incomoda que verdadeiramente dói. Eu suspiro novamente e sinto minha barriga endurecer. Será que estou sentindo contração?

Mordo o lábio pensando em algo e lembro de ligar para a mamãe para saber se ela sentiu essas dores quando eu estava para nascer. Apanho meu celular na cômoda. Olho novamente para Andrew que dorme pesadamente e decido sair dali para não acordá-lo.

Chego à sala sentindo a dor aumentando, e ligo meu celular e vejo duas mensagens de um mesmo número desconhecido.

"Olá, minha linda, Emi, sou eu o Stephen, salva aí"

"Me desculpe por ter saído daquele jeito, espero poder falar com você novamente. Beijos."

Eu decido não responder agora. Salvo o número de Stephen e apago suas mensagens para Andrew não ver e não surtar sem saber as coisas direito, conhecendo o meu marido como eu conheço.

Ligo para mamãe que demora atender. Ligo novamente e ela atende na quarta chamada com a voz carregada de sono.

"Emily, me ligando quase cinco da manhã, aconteceu algo?" - Ela pergunta e eu sinto uma pontada, caminho de um lado a outro sentindo a queimação irradiar da minha lombar até o centro do útero.

"Mãe! Acho que seu neto ou neta quer nascer! Ai...!"

"Filha! Oh, meu Deus! Por que não vai ao médico?"

"Porque tô com medo de Andrew acordar mal-humorado. Praticamente eu obriguei a ele ter relações comigo, mãe." - Digo, envergonhada.

"E ele não queria por medo de prejudicar nosso filho e depois de ter relação comecei a sentir um incomodo com dores que aumentam cada vez mais!" - Digo colocando a mão nas costas sentindo uma ponta forte vindo das costas para a barriga.

"Filha! Por favor! O sexo não prejudica o bebê, apenas favorece o trabaho de parto se estiver nos dias de chegar, pelo visto meu neto ou neta está querendo chegar no mundo! Me diga? A bolsa já rompeu?" - Eu continuo a caminhar de um lado a outro.

"Ai, mãe, não sei! To morrendo de dor!"

"De qualquer forma, faz o seguinte, acorda o Andrew, e vai para o hospital! Qualquer coisa me liga que eu vou me encontrar com vocês." - Eu dou vários pequenos suspiros sentindo as dores aumentar.

"Certo, mãe! Eu vou acordar o Andrew." - Desligo a chamada e me contorço de dor antes mesmo de chegar na escada. De repente, vejo Andrew surgir assustado na escada, descendo rapidamente ao meu encontro.

- Emily, o que aconteceu? - Ele pergunta praticamente gritando e eu o encaro, com minha feição sofrida de dor.

Que merda! Eu não imaginava que a dor fosse tão intensa!

Eu tento me sentar no sofá segurando a barriga que endurece em um intervalo pequeno e Andrew corre até a mim.

- Merda, Emily! Diz alguma coisa!

- Eu tô com dor a horas, Andrew! - Digo esganiçada pela dor e Andrew passa a mão pelo cabelo, parecendo apavorado.

- Eu sabia que ter transado não ia dar certo! Tá vendo no que dá sua teimosia? - Andrew esbraveja e eu grunho com raiva e dor ao mesmo tempo.

- Andrew, por favor cala a porra da boca e pega minha bolsa que arrumei para o hospital e a do bebê! - Digo soltando o ar com a dor que vem forte. Andrew parece paralisado ao meu lado.

- Mas você vai assim? Vestida desse jeito? Eu olho para minha vestimenta, uma camisola própria para grávida.

- Andrew, pelo amor de Deus! Eu tô sentindo dor e acho que nosso filho vai nascer e você vem me falar de roupa?

- Tá, tá certo! Desculpa! É que eu tô nervoso. Só um minuto! - Ele diz e sobe a escada de dois em dois degraus enquanto eu me contorço de dor e sinto algo gelatinoso e quente, escorrer para a minha calcinha. Com certeza, a bolsa estourou!

Não demora muito, e Andrew surge vestido com a camisa pelo avesso, trazendo as malas.

- Vamos? - Eu assinto com dor e Andrew apanha a minha mão me levando até o carro.

[...]

Chegamos ao hospital e Andrew abre a minha porta me ajudando a sair. Entramos no hospital e Andrew parece desesperado como se eu estivesse morrendo. Eu seguro minha barriga que endurece enquanto me contorço andando de um lado a outro. Enquanto isso Andrew vai até a recepção.

ANDREW VITALE

Eu tô completamente desesperado! Por minha culpa, Emily está se contorcendo de dor e eu nem sei o que fazer.

- Por favor! A minha mulher está com dor e ela está gravida! - Digo na recepção a uma das atendentes que não disfarça o olhar em mim.

- Senhor, o médico dela já vem. Precisa fazer a fichinha. - Eu franzo o cenho e encaro Emily que anda de um lado a outro e volto o meu olhar para a recepcionista.

- É doutor? Não tinha doutora? - Ela arqueia a sobrancelha.

- Sim! Mas a outra médica está ocupada em outro parto. Temos só o médico disponível. - Eu assinto em desgosto e então preencho a ficha de Emily.

- Pronto, agora é aguardar o médico. - Ela assente mordendo o lábio de dor.

- Eu nunca imaginei que trabalho de parto
fosse tão dolorido! - Ela diz, eu fico sem saber o que fazer. Tento abraça-la, mas ela me impede.

- Não, Andrew! Eu preciso de espaço. - Ela diz, colocando as mãos nos quadris.

- Emily... eu tô muito preocupado! - Respondo, aflito e realmente preocupado, passando a mão no
rosto.

- E se o... o sexo prejudicou o nosso bebê? - Pergunto olhando para a barriga de Emily e mesmo com dor, ela abre um pequeno sorriso.

- Andrew! Por favor, não pense nisso! Eu tenho certeza que estou em trabalho de parto. Não tem nada a ver com o que fizemos! Esqueceu que eu estava prestes a ter o nosso bebê? - Eu assinto ainda incerto, até que vejo a porta do atendimento ser aberta e um médico, digamos que jeitoso... Chamar pela Emily. Eu não posso acreditar no meu azar! O médico é novo e sim, é... loiro, boa pinta, estilo galã. Que merda!

- Senhora Emily Foster Vitale? Por aqui, por favor! - Ele chama e ela vai até ele e eu vou junto, claro!

Quando estou prestes a entrar na sala, o doutorzinho me impede, olho para o crachá dele e vejo que o tal medicozinho se chama Michael.

- O senhor vai ter que esperar aqui. - Eu franzo o cenho.

- Eu? Esperar aqui? Você tá brincando que eu vou deixar a minha esposa sozinha com você! - O médico me encara como se eu fosse algo de outra dimensão.

- Andrew! Eu tô morrendo de dor, por favor! Não dificulte as coisas! - Emily esbraveja e eu apenas assinto, puto da vida.

- Eu sou um profissional, senhor. Creio que a sua esposa está com bastante dores. Se ela estiver em trabalho de parto, eu peço para chama-lo. Mas por enquanto, não é preciso a sua presença. - Eu assinto querendo xingá-lo pela forma rude como falou.

Ele entra com Emily para o escritório fechando a porta na minha cara e eu fico do lado de fora andando de um lado a outro com as mãos no bolso da calça, sem saber o que fazer.

[...]

A Prometida: Uma Proposta Irresistível 2 - Completa Onde histórias criam vida. Descubra agora