Capítulo 53

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Voltamos para a sala, e todos aguardavam aflitos. Vi quando a mãe e o padrasto de Emily se aproximaram, juntamente com Jessica e Melissa que estavam aflitas e chorosas.
 
— Aonde vão? — Ela perguntou e eu a encarei.
 
— Vamos buscar a Emily, minha filha e minha mãe. — Ela ficou surpresa assim como os outros.
 
— Eles vão liberá-las? — Jessica me perguntou curiosa.
 
— Na verdade não. Apenas descobri o esconderijo dele. Então eu estou indo buscá-las. — Eu avisei e vi um olhar temeroso em minha sogra.
 
Jessica correu para abraçar Pietro, obviamente preocupada com o marido.
 
— Não é muito arriscado? Não seria melhor acionar a polícia? — O padrasto de Emily ponderou, preocupado. Eu bufei.
 
— Não vou perder tempo. Tenho que ir salvar as mulheres da minha vida! — Respondo impaciente.
 
— Vá com cuidado e que Deus os proteja. — Minha sogra uniu as mãos em um gesto de oração.
 
— Pelo amor de Deus, tomem cuidado, eu não vou suportar perder vocês três. — Melissa alertou com medo e pela primeira vez depois de descobrir tudo, eu a abracei de verdade, tomado pela emoção.
 
— Não se preocupe, voltaremos salvos. — Ela assentiu parecendo petrificada com meu abraço e  então me retirei com Pietro e Stephen a caminho daquele maldito.
 
Chegamos em frente ao balcão vazio. Pietro parou o carro, ele teve que dirigir poisbmeus nervos não me deixariam dirigir direito.
 
— Esse local tá estranho... Parece estar vazio... — Stephen analisou com a arma em punho. Observei-o e assenti.
 
— Eu tenho certeza que é aqui a localização. Vamos para dentro. — Comecei a caminhar em direção ao balcão completamente trêmulo. Não por medo, mas sim pelo ódio que eu estava em querer
colocar as mãos em Peterson. Senti alguém
me puxar para trás e Pietro me encarou.
 
— Você está louco em ir desse jeito!? Temos
que ter cautela. Não sabemos o que esse Peterson quer em troca da liberdade de Emi e nossa mãe. — Respirei profundamente. Queria contestar, mas Pietro estava certo. Não sabíamos o que esperar de Peterson.
 
Retirei minha arma da cintura e a destravei, Pietro fez o mesmo e Stephen já havia feito. Começamos a caminhar em passos lentos dando cobertura um ao outro, até que ouvimos barulhos e dois homens armados nos parou. Com certeza, eram os capangas de Peterson. No meio de uma investigação, soube que Peter estava fechado com gente da pesada.
 
— Ei vocês. Podem ficar quietinhos aí se não
quiser morrer! — Um dos homens gritou. Minha vontade era de meter bala na cabeça desse filho da puta, mas eu não sabia as consequências, até porque minha filha, Emily e minha mãe estavam à mercê desse filho da puta maldito.
 
— Eu vim buscar a minha mulher, minha filha e minha mãe. Não saio daqui sem elas! — Vociferei.
 
Os dois homens trocaram olhares zombeteiros e gargalharam me fazendo irritar mais. Vi quando Pietro tentou me acalmar envolvendo sua mão em meu braço. Ele sabia que eu estava a um passo de cometer uma loucura.
 
— O chefe disse que só você pode entrar! Os dois aí vão ficar aqui. Qualquer barulho suspeito lá dentro, eles morrem! — Encarei Pietro que ofegava e assentiu em silêncio.
 
Era nítido seu semblante nervoso. Sempre se manteve calmo e longe de confusão. Eu imagino a foda que está sendo para ele suportar tudo isso para salvar nossa mãe, minha mulher e minha filha.
 
— Certo. Mas eu digo o mesmo. Qualquer barulho suspeito aqui fora, eu acabo com o seu maldito chefe em dois segundos. — Os homens riram e se afastaram para eu poder entrar no galpão velho e imundo.
 
Assim que entrei no galpão, minha espinha dorsal parecia ter congelado e arrepiado meu corpo inteiro. Peterson estava transtornado com a arma engatada na cabeça da minha mãe. Apesar da minha vontade de acabar com Peterson, eu estava com medo. Medo de perder as três mulheres da minha vida.
 
Minha mãe me encarava com lágrimas e pavor nos olhos. Eu sentia seu medo e tentei mostrar pra ela com o olhar que tudo ficaria bem.
 
— É melhor você abaixar essa arma garoto. — Peterson disse sorrindo.
 
— Nem fodendo! Cadê a minha filha e minha mulher? — Peterson deu uma risada nojenta e deu de ombros. A cada risada dele, uma fagulha acendia em mim.
 
— Elas estão sendo muito bem tratadas, não se preocupe seu merdinha... Sabe... Pensei que você fosse mais esperto, mas até que eu imaginei que você era um idiota e não ia envolver a polícia nisso. Plano perfeito. Mato você e essa maldita que me abandonou! — Peterson puxou os cabelos da minha mãe a fazendo gritar e me fazendo enlouquecer de ódio.
 
— Não machuque ela, seu filho da puta desgraçado! — Avisei mirando a arma na cara dele que parecia despreocupado.
 
— Olha só se o filhinho não está arrependido e quer a mamãe de volta. Só se for no inferno porque eu vou acabar com vocês!
 
— Pare com isso, Peterson! Não entendo o porquê
de tanta amargura! — Minha mãe gritou com a voz esganiçada.
 
— Não se faça de idiota, você bem sabe que seu filho destruiu a minha vida. Só estou mostrando a ele a dor que causa nos outros quando inventa de manter em cárcere e privado a filha dos outros, querendo humilha-las e abusa-las.
 
— A Melissa não é a sua filha, Peterson! — Minha mãe ralhou com ele, mas o desgraçado deu uma coronhada na cabeça dela, me fazendo dar um passo para frente. Sua arma mirou em mim e eu parei no mesmo local.
 
— Ela é sim a minha filha, sua maldita! Ou se esqueceu que eu a peguei na rua passando fome e gravida do pai desse desgraçado aí? Esse sangue Vitale só te faz mal, Antonella. Eu tentei interferi para você nunca encontrar essa raça, não sei porquê você teimou nisso...
 
— Você está ficando louco Peterson. Andrew e Pietro são meus filhos assim como a Melissa. Jamais eu quis me distanciar deles e você sabia disso desde o início.
 
— Já chega! Acabou a brincadeira, me fala agora aonde está a Emily e minha filha ou....
 
— Ou o que? Vai puxar o gatilho? — Peterson gargalhou.
 
— Se fizer isso, a sua filha e sua mulher vão morrer, os imbecis que vieram com você e principalmente meu sobrinho vão morrer também. Então acho bom você parar de achar que pode mandarem tudo, Andrew Vitale. O jogo virou. Por tanto você tem uma escolha a fazer: Sua vida em troca das vidas de Antonella, Emily e sua filha. Essa é a única condição em que elas sairão vivas. — Engoli em seco.
 
Peterson não estava brincando. Ele queria acabar comigo e eu me senti um inútil. É obvio que eu morreria por elas se fosse necessário. Olhei para a minha mãe, já sentindo o gosto do sangue antes mesmo de morrer. Ela chorava sem parar.
 
— Mãe... me perdoa... eu sempre achei que a senhora fosse culpada por toda desgraça que aconteceu na minha vida, mas agora vejo que ninguém foi culpado de nada. Apenas o maldito destino não me quis e não me quer feliz. Eu sinto muito. Queria poder passar mais tempo com você, te conhecer melhor, mas infelizmente não será possível.
 
— Não... meu filho...
 
— Avise a Emily que eu a amo muito e que de onde eu estiver, eu estarei sempre com ela e nossa filha cuidando das duas. Diga que pedi perdão por tudo e principalmente por ter queabandoná-la para criar nossa filha sozinha. — Eu disse baixando a
guarda. Peterson só ria cantando a vitória. Minha mãe com o olhar desesperado me encarou.
 
— Não, meu filho! Não faça isso! Por favor não... — Implorava chorando mais e mais.
 
Eu em silêncio sentindo a dor... não da morte, mas a perda dos momentos que teria com a minha família, não veria minha filha crescer, não poderia passar mais tempo com Pietro e Melissa. Era o fim da linha e eu não poderia reverter. Peterson jogou baixo usando a minha mãe, minha filha e a mulher da minha vida.
 
— Adeus mãe... — Ultima coisa que eu disse a ela. Peterson então gargalhou.
 
— Que cena patética. Um homem tão marrento e cheio de si, se cagando de medo porque vai morrer hoje. Já que ele escolheu o destino dele, pode ir Antonella. O jogo acabou.
 
Sim, ele estava certo, eu perdi o jogo, perdi a vida...

A Prometida: Uma Proposta Irresistível 2 - Completa Onde histórias criam vida. Descubra agora