Capítulo 44

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Finalmente Karine e seu filho receberam cuidados médicos já no hospital. Eu estava aflita, queria saber a condição da criança. Lucas me abraçou e sorriu.

— Você foi muita corajosa, amor. Eu não sei se eu conseguiria. — Eu assenti respirando fundo.

— Eu me coloquei no lugar daquela mulher na hora do desespero. Só me dói saber que ela despreza essa criança tão linda.

— Nós não sabemos o que aconteceu com ela para ter acontecido isso. — Permaneci
em silêncio, pensativa.

— Mesmo assim, eu não sei qual é a sensação, mas  deve ser muito bom você olha o rostinho de um bebê que acabou de nascer e sentir aquele amor imenso... — Me emociono, colocando a mão sobre minha barriga, lembrando que nunca vou ter essa experiência. Lucas percebe, se aproxima e me abraça.

— Ei, não fique assim... olha, você vai ter essa sensação de amar um filho, eu acredito que independente de ser de sangue ou não, o amor é  o mesmo. Escuta, vou procurar um café para nós, depois dessa noite cheia de emoções, nada melhor que um café. Me espere aqui. — Assenti e me sentei numa poltrona aguardando Lucas voltar.

Nos meus pensamentos, eu não parava de pensar naquele pequeno ser. Senti falta do contato de estar com ele. Tão lindo e parecia tão saudável apesar de frágil.

Não demorou para que Lucas voltasse com nosso café e ele percebeu que eu estava distraída, tão dispersa pensando naquela criança...

— Você está cansada, amor. É melhor voltarmos para casa. A mãe e o bebê com certeza estão bem...— Lucas sugeriu. Eu neguei me levantando com Lucas se levantando em seguida.

— Nem pensar! Não saio daqui até saber notícias do bebê. E se essa louca sumir com o bebê? Sei lá colocar ele em qualquer lugar... — Lucas assentiu colocando as mãos dentro da jaqueta.
- Você está certa. E agora compreendo seu semblante, você acabou se apegando ao bebê, não é? — Encaro Lucas, pensativa, ele está certo. Acabei me apegando a criança...

— Sim... ver o rostinho dele... Tão lindo. Fiquei imaginando como seria se eu fosse mãe de um anjinho desse. — Lucas assente e sorri, para a minha confusão.

— Que tal se fizéssemos uma proposta para ela? Sei lá... Ela poderia aceitar. Concordar em fazer a adoção da criança para você. — Meu coração
disparou esperançosa com a possibilidade de ser mãe. Era tudo que eu mais queria, cuidar, proteger e amar aquela criança como se tivesse vindo do meu ventre.

Avancei em Lucas o abraçando e beijando seguidamente.

— Claro! É isso! Eu quero ser mãe. Eu sinto que chegou a hora, Lucas... Mas e você? Está preparado para ser pai? — Lucas sorriu e assentiu me abraçando forte.

— É claro meu amor! É tudo que eu quero, me casar com você e formar uma família! — Lucas me rodopiou no meio da sala de espera me beijando despertando a curiosidade e a estranheza de alguns desconhecidos.

Ouvimos alguém nos chamar e vi que se tratava de uma assistente social.

— Você é a moça que fez o parto da Karine? — Assenti, alarmada me aproximando.

— É que ela quer falar com vocês. — Nem esperei a resposta de Lucas e concordei indo na frente, com ele logo atrás.

Chegamos no quarto em que ela estava. Karine aparentava outra fisionomia, limpa, vestida com uma camisola do hospital e sentada fazendo uma refeição. Eu e Lucas nos aproximamos dela.

— Olá. — A cumprimentei que logo secou a boca e me encarou.

— Oi madame. Pedi pra chamar você e seu marido ou namorado... Pra agradecer. Não sei o que seria de mim se vocês não tivesse aparecido. — Soltei um meio sorriso.

— Não tem de quê. Eu faria por qualquer um... Mas em respeito a criança... O que pretende fazer? — Ela deu de ombros.

— Conversei com a assistente social. Expliquei que fui abandonada no orfanato. Cresci, ninguém me adotou e tive que ir a luta. Tenho 26 anos moça. Moro em uma casa de madeira debaixo de viaduto. — Olhei para Lucas que parecia compadecido com a situação da Karine.

— Eu cato papelão, latinha pra sobreviver. Até consegui uns bico de lavar louça em troca de comida. Mas... Viver na rua me fez conviver com o lado obscuro. Passei a usar drogas para “viajar” para outra dimensão. Até que eu comecei a oferecer meu corpo em troca de qualquer merreca. Tive quatro abortos provocado e no terceiro havia descoberto que estava com DST. Fui tratada e não
sai do hospital porque uma madame como você fez questão de pagar o tratamento. Nessa última vez eu fui estuprada por cinco homens... E descobri a gravidez. Eu nunca quis ser mãe e piorou vindo de um estupro. Por isso decidi colocar a criança para adoção. Por sorte, não tive nenhuma outra doença depois que me tratei. A criança nasceu saudável. Será mais fácil ser adotada, a assistente vai cuidar disso para mim. — Respirei fundo e Lucas entrelaçou sua mão na minha e deu um leve aperto como se quisesse me dar coragem.

— Bom, eu tenho uma proposta para te fazer... Te dou uma boa grana para você tentar reconstruir a sua vida, pago um procedimento contraceptivo, o DIU, para você ficar 10 anos sem engravidar e em troca você me passa a adoção da criança, como se fosse barriga solidária. — A mulher parecia pensativa e meu coração pulsava com força com medo que ela não aceitasse ou fizesse proposta absurda, mas para o meu alívio,  ela sorriu e concordou.

— Mas é claro! Sem problemas! Aonde eu
assino?

— Amanhã mesmo, eu trago um advogado. Não é tão simples. Vamos precisar dos documentos, você tem algum?

— Não. Eu perdi tudo. — Assenti abrindo a bolsa e pegando uma caneta e papel. Pedi para que me desse seu nome completo para eu pedir a segunda via através do advogado.

Terminando de conversar com ela, consegui ver o pequeno sendo alimentando por uma das aenfermeiras no berçário. Saí dali radiante, em breve eu teria um filho.

Eu estava sem acreditar que faltava bem pouco para eu me tornar mãe.

(...)

DIA SEGUINTE

ANDREW VITALE

Após uma manhã cedo de exercícios pesados, logo fui tomar um bom banho relaxante para acalmar os músculos. Quando fui malhar, Emily ainda dormia com a nossa pequena em nossa cama.

Agora, ela já não mais está e acredito que ela foi até o quarto da nossa princesa trocá-la ou dar um banho.

Após o banho, fui até o quarto da nossa princesa para ficar com meus dois amores um pouco antes de começar a trabalhar no escritório de casa, mas quando entrei, estava vazio. Franzi o cenho e resolvi descer a escada. Talvez Emily levou a nossa pequena para um banho de sol...

Quando desci alguns degraus, gelei ao ouvir Melissa na sala conversando com a Emily. Eu não queria vê-la tão cedo e agora ela veio até aqui...

Desci a escada lentamente e assim que as duas me viram, pararam de falar. Me aproximei de Emily e a abracei de lado dando um beijo em nossa bebê em seguida. Encarei Melissa que parecia acuada e sem jeito.

— Posso saber o que está fazendo aqui? — Melissa engoliu seco e Emily apertou levemente minha cintura como se pedisse calma.

— Precisamos conversar. — Ela avisou e eu fiquei em silêncio.

Era fato que precisávamos conversar. Eu só não estava preparado ainda para isso...

A Prometida: Uma Proposta Irresistível 2 - Completa Onde histórias criam vida. Descubra agora