Capítulo 49

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UM MÊS E MEIO DEPOIS...
 
EMILY
 
Um pouco mais de um mês se passou e estou feliz.  Andrew permanece firme no tratamento, tem estado melhor e até mesmo a sua mãe tem nos visitado com certa frequência.
 
Andrew é durão pra admitir, mas percebo que ele gosta da visita da mãe, ainda que ele se mantem reservado e não a chamou de mãe por enquanto.
 
Olho pela janela do quarto e vejo um dia lindo lá fora. Hoje vou à casa da minha mãe, para encontrar com ela e com Danna. Vamos a prova do vestido de noiva de Danna. Ela está irradiante de alegria desde que adotou o pequeno Miguel... Parece até que o relacionamento dela com Lucas, melhorou.
 
Agora faltam dois meses para o casamento dos dois que vai ser algo completamente grandioso. É o sonho de Danna...
 
[...]
 
Andrew está no banheiro se arrumando para ir em alguma das empresas onde ele é acionista.
 
Termino de me vestir, me encaro no espelho da penteadeira e ouço a porta do banheiro abrir. Andrew sai do banheiro exalando o perfume dele que eu mais amo...

— Hum... Meu marido tá tão cheiroso! — Eu digo me aproximando dele sentindo o seu perfume e sua loção pós banho. Andrew sorri e vem de encontro a mim me abraçando.

— Se eu pudesse eu ficava o dia inteiro nessa cama com você... — Seu polegar escorrega da minha bochecha até meu queixo.

— Eu sei que precisa trabalhar, mas você poderia optar. Trabalhar durante o dia nas empresas em que você tem ações... Deixar o cassino com alguém da sua confiança  — Andrew se afastou com a feição mais dura.
 
— Eu não posso fazer isso Emily. O cassino é algo que eu prezo muito. Sabe, é uma herança do meu pai. Foi do cassino que eu pude desfrutar da vida que eu tenho hoje. — Respirei fundo ajeitando meu rabo de cavalo.
 
— Eu entendo... Mas esse cassino é um tanto perigoso... Uma hora um dos seus devedores podem querer fazer algo com você. Isso te faz criar muitos inimigos, Andrew. Eu fico com medo. — Fui sincera e Andrew me encarou com um sorriso ameno.

— Meu amor, não se preocupe. Você sabe... Eu ando com seguranças a paisana. Nada poderá acontecer contra mim e nem contra você agora que anda com o motorista crosfiteiro.

— Já disse que não gosto de ter motorista. Eu gosto de liberdade, mas pelo visto vou ter que me acostumar, né? — Eu disse e Andrew bufou.

— Eu respeitei isso e respeito. Mas só o fato de você andar com um motorista que possui porte legal de arma e ter um curso de vigilante, já traz segurança. — Franzi o cenho perplexa.
 
— Então quer dizer que o Caleb tem uso legal de porte de armas? — Andrew assentiu.
 
— Obviamente. Ou você acha que se ele fosse um simples motorista musculoso, te traria alguma segurança? Eu fiz questão de pedir na agência um “motorista” desse tipo, quer dizer, não com aparência de galã. — Assenti segurando o riso do mini ciúmes de Andrew, mas suspirei frustrada.
 
— Tudo bem. Mas saiba que assim que a Annie crescer, eu não quero ter motorista me guiando.
 
— Mas a nossa Annie vai precisar quando começar ir para a creche e escola. — Andrew contestou me dando um beijo na cabeça e eu assenti vencida.
 
— Certo Andrew. Você venceu. — Avisei arqueando a sobrancelha.
 
Andrew se aproximou de novo me abraçando e eu virei o rosto chateada. A única coisa que eu odiava em Andrew era ele querer ser controlador e achar que só ele estava certo em tudo que pensava.
 
— Não fica assim, é para o bem seu e da nossa princesa. Que aliás eu tô com eu tô com saudades... Ontem trabalhei o dia todo e mal tive tempo de vê-la.
 
— É isso que eu tô falando. De dia você vai na empresa e a noite pro cassino. E o tempo para a família? Isso acaba me fazendo lembrar do tempo daquele Andrew... — Ele bufa e me encara de forma carinhosa, afagando o meu rosto.
 
— Prometo que vou arrumar, vou me reorganizar para ter tempo para vocês duas.. Agora vou ficar um pouco com a nossa Annie antes de sair. — Assenti em silêncio  e Andrew beijou meus lábios antes de ir para o quarto da Annie.
 
Eu respirei fundo indo me encarar no espelho e prometi a mim mesma que ia evitar de procurar briga com Andrew.
 
ANDREW VITALE
 
Caminho até o quarto da minha pequena em silêncio, Emily está me cobrando ser mais presente novamente, mas o que ela não sabe, é que estou trabalhando constantemente para pegar o maldito que anda me enchendo de ameaças. Vi o medo nos olhos dela e não quero que ela saiba até eu dar um jeito nisso.
 
Me aproximo do cercadinho Annie brinca com a mãozinha e ergue os pezinhos para cima. Sorrio observando a cena.
 
Eu sou capaz de dar a minha vida pela a minha filha. Me aproximo dela que assim que me vê, resmunga com certeza querendo sair do berço.
 
— Ei, coisa linda do papai, vem cá. — Digo mansamente pegando a Annie no colo. Ela me encara com seus olhinhos castanhos e abre um sorriso banguelo me derretendo todo.
 
— Desculpa pelo papai não poder dar toda a atenção para você meu anjo, assim que eu me organizar, papai terá todo o tempo do mundo! Eu amo muito vocês duas, sabia?
 
— Ahhh — Annie balbucia e eu sorrio.
 
— Isso meu amor. Olha, o papai vai ter que sair pra trabalhar... Mas prometo voltar mais cedo para ficar com você. Tá bom? — Ela me encara em silêncio e a resposta dela vem em forma de trovão. Com certeza Annie encheu a fralda e eu não seguro a gargalhada.
 
Com ela no colo, caminho até sua cômoda apanhando de la a fralda, pomada e lencinho para limpá-la.
 
— Ei garota, o papai vai trocar você. — Ela sorri mais uma vez como se entendesse o que eu disse.

A guio até o trocador e então eu abro seu macacão abrindo em seguida a fralda suja. Ergo o seu bumbum o limpando toda a área suja em seguida e colocando a fralda limpa em baixo passando a pomada antes de fechar.
 
Quem diria, eu o Andrew Vitale, o homem mais temido do cassino um dia pensaria em trocar fralda suja, ou melhor, gostaria de fazer tudo isso em nome da paternidade?
 
— Prontinho! Agora o papai vai deixar você com a mamãe e vai trabalhar. — A ajeitei em meu colo e a levei para Emily.
 
(...)

EMILY FOLEY

Andrew já foi trabalhar e eu dei de mamar para Annie até ela dormir. Agora arrumei a mochilinha dela para irmos visitar a vovó e sairmos com Danna.
 
Eu já estava me sentindo monótona de ficar nessa enorme mansão praticamente sozinha com a Annie, já que Andrew passa o dia trabalhando e Deise encerra seu horário às quatro.
 
Avisei a Deise que se Andrew chegasse antes, que era para ela o avisar que eu fui para casa da minha mãe, para sairmos com Danna, mas eu já sabia que eu chegaria antes dele. Andrew sempre chega as seis, fica duas horas comigo e depois sai para o cassino.
 
Termino de ajeitar tudo, caminho com a Annie e a bolsa até a garagem, onde vejo Caleb ao telefone. Assim que ele me vê, encerra rapidamente a ligação e sorri para mim.
 
— Caleb, você pode me levar na casa da minha mãe, por favor? — Ele assente.
 
— Claro, dona Emily. — Logo ele abre a porta de trás para mim.

Nem avisei a minha mãe e Danna que já estava indo pra lá...
 
(...)
 
Nem percebi quando adormeci no carro e acordei com a Annie resmungando.
 
Observei a estrada e franzi o cenho. Não era o caminho que eu costumava ir para a casa da minha mãe.
 
— Caleb, acho que você pegou o caminho errado... Esse caminho não sai na casa da minha mãe. — Eu disse confusa e desconfiada. Caleb permaneceu em silêncio, mas após alguns minutos decidiu responder.
 
— Não se preocupe. Eu só peguei um atalho... O gps me indicou que o trânsito tá péssimo indo por dentro. — Assenti ainda incerta.
 
Vi que estávamos a mais de uma hora na estrada e comecei a ficar cismada.
 
— Caleb... — Caleb jogou o carro para o acostamento e parou. Meu coração acelerou na hora.
 
— Sinto muito, senhora... — Franzi o cenho sentindo meu corpo formigar.
 
Caleb desceu do carro e vi um outro carro nos cercando. Peguei Annie no colo me sentindo acuada.

— Caleb... O que está acontecendo? — Perguntei aos gritos já nervosa. Não vi mais Caleb e vi dois homens estranhos e encapuzados entrando no carro.
 
Tentei sair do carro com a Annie, mas os homens foram mais rápidos e travaram a porta.
 
— É melhor ficar quietinha aí madame! — Um dos homens disse, apontando o revólver na minha cabeça.
 
— O que vão fazer comigo? — Perguntei desesperada sentindo o pavor tomar conta de mim.
 
— Fica quieta aí, madame!
 
— Vocês querem dinheiro eu posso dar. Quanto precisam? — Os homens gargalharam dando partida em alta velocidade.
 
— Não se trata de dinheiro madame. Se trata de honra. Agora fica quieta se não quiser um buraco na sua cabeça. — Chorei apavorada com medo do que estava acontecendo. O que ia acontecer comigo? Com a minha bebê?
 
Se eu pudesse voltar atrás nem de casa eu tinha saído...

A Prometida: Uma Proposta Irresistível 2 - Completa Onde histórias criam vida. Descubra agora