Capítulo 23

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Entrei na casa aonde eu mantinha Melissa em
"cativeiro." Olhei ao redor com as mãos no bolso. Eu estava cansado, não fisicamente, masvmentalmente.

Vejo Melissa caminhar até o minibar, ela abre o pequeno freezer e me olha.

— E então, o que vai querer beber? — Dou um suspiro pesado, esfregando as mãos na barba.

— Um whisky triplo, com gelo, por favor. — Respondo, me sentando ao sofá e fechando os olhos.

O perfume de Emily está impregnado em meu corpo, eu suspiro lembrando da intensa foda que tivemos no banheiro do restaurante. Dou um pequeno sorriso e meu coração acelera. Eu a amo, amo tanto que chega a ser doentio...

Sinto algo gelado encostar em minha mão, então abro os olhos e Melissa me serve a bebida, com um sorriso no rosto.

— Obrigado. — Agradeço seco, tomando logo uma golada do whisky sentindo-o queimar em minha garganta. Melissa se senta ao meu lado, remexendo sua taça de vinho.

— Pelo visto a conversa entre voce e a Emily, não acabou tão bem... — Melissa diz, receosa dando uma golada em sua taça de vinho.

— Na verdade, começou maravilho e terminou mal.

— Aposto que vocês transaram no banheiro. Por isso não acabou bem. — Franzo o cenho para Melissa. Ela sorri meneando a cabeça.

— Homens...

— Como sabe?

— Eu imaginei. Vi que ela estava escondendo o pescoço e toda nervosa quando chegou à mesa. Sabe o que você fez errado? Se você quer voltar pra mulher da sua vida, deveria ter conversado. Transado não resolve nada, e confunde a cabeça de uma mulher... Ela pode entender que todo esse amor que você sente, não passa de desejo sexual. — Dou um sorriso incrédulo.

— Isso é mentira! Eu e Emily temos uma história juntos, ela sabe que eu a amo. — Melissa arqueia a sobrancelha.

— Será que ela sabe disso? Será que ela não está desacreditada do seu amor, no momento em que você a acusou de traição e ainda me escondeu pra ela? — Fiquei em silêncio e tomei outra golada grande, finalizando assim, a minha bebida.

Me levantei puto e Melissa se levantou em seguida.

— Quer saber? É melhor eu ir embora! — Dou um passo, mas Melissa me segura pelo braço. Seus olhos são intensos sobre mim e eu suspiro.

— Desculpa, eu não queria deixar você
mal...

— Então aquele bastardo que estava com a Emily, é seu primo? — Melissa deu um sorriso bobo e triste ao mesmo tempo.

— Oh sim... Stephen é meu primo. Ele é um homem maravilhoso. — Bufo revirando os olhos e vou me servir mais um pouco do whisky.

— Sabe, desde pequena, sempre senti algo diferente por ele. Toda vez que meus pais vinham da Inglaterra visitar os pais dele, eu grudava nele. Até que eu cresci, me tornei adolescente e meus pais pararam por um tempo de vir aqui, eu conversava com Stephen por mensagens, chamadas de vídeos e fiquei muito triste quando soube que ele estava namorando a vizinha bonita que ele se dizia apaixonado. Aí passou um tempinho ele se mudou para a minha cidade e meu peito se encheu de esperança. Mas ele me negava dizendo que eu era sua prima e que isso não poderia acontecer, já que somos primos de primeiro grau. Meu pai com esse maldito vício de jogo, acabou se transferindo para Los Angeles, na empresa do irmão dele, fiquei feliz por saber que Stephen voltaria para trabalhar no lugar de seu pai aqui. Só não contava que meu pai fosse me vender... por dívida de jogo.

— Interessante seu caso de amor. — Digo com tédio.

— Amor platônico, eu nunca fui correspondida. — Ela diz fazendo bico e dando de ombros com os olhos tristes em seguida. Eu me aproximo dela e gentilmente acaricio seu braço.

— Esse Stephen é um idiota, você é uma das poucas mulheres que eu conheci que seja legal. É linda, inteligente... burro é ele. — Digo a ela e vejo um sorriso iluminado abrir em seu rosto.

— Sim, ele é um idiota. O idiota que eu amo, e tenho certeza que ele gosta de mim, só está confuso, tentando esconder o que sente. — Dessa vez eu sorrio zombeteiro e chateado.

— Será que gosta mesmo? Será que ele não tá afim de roubar uma mulher casada? — Digo sem pensar e vejo que magoei Melissa.

— Na verdade, saber que a Emily e ele se aproximaram, me deixa com medo. Eu lembro o quanto Stephen era apaixonado nela, quando foi morar na minha cidade. Ele sofreu muito com a distância, mas depois de um tempo, principalmente quando confessei o que sentia a ele, parecia ter superado. Agora... eu já não sei. — Melissa diz, com um olhar distante e meu ciúme volta a crescer.

Eu não posso perder a Emily para esse Stephen. Não vou aceitar isso.

— A Emily é minha mulher. Esse seu primo pode tirar o cavalo da chuva. — Digo frustrado, bebendo mais um pouco e me jogo no sofá. Melissa se senta ao meu lado.

— Mas se ela quiser ficar com ele, ninguém poderá impedir. A vida é deles...

— Eu não vou deixar! — Digo enfatizado.

— Como? Você não pode mandar na vida dela, Andrew.

— Cala a porra da boca! — Grito com ela e jogo o copo longe estilhaçando-o todo, deixando Melissa assustada. Eu ofego estressado. Só de imaginar outro homem tocando em Emily, eu piro.

— Desculpa. — Digo por fim. Melissa apenas balança a cabeça e se encolhe no sofá.

Por um momento, eu sinto pena dela e me aproximo a deixando ainda mais assustada. Eu a abraço e fecho os olhos.

— Eu sou um idiota! Um maldito idiota! Minha vida era uma merda, antes da Emily e agora se tornou pior. Me sinto sozinho e fodido. — Desabafo o que eu escondo de mim mesmo, com a voz embargada e sinto Melissa me abraçar, afagando minhas costas.

— Você não é um maldito... você só está mal, com tudo. Eu... eu estou aqui. Não vou abandonar você. — Me solto do abraço de Melissa e ela me encara com um olhar indecifrável e acaricia meu rosto. — Eu suspiro me sentindo um fodido, um fodido por ter feito merda desde o início e ainda por usar da bondade de Melissa, para me sentir melhor...

A Prometida: Uma Proposta Irresistível 2 - Completa Onde histórias criam vida. Descubra agora