Capítulo 22

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EMILY FOLEY

Após a loucura no banheiro aguardei minha respiração acalmar. O que eu fiz?

Andrew me encarava com um sorriso presunçoso nos lábios e eu suspirei ajeitando o meu vestido e saindo do pequeno box. Caminhei em frente ao espelho e vi Andrew vir atrás de mim.

Olhei para as marcas visíveis em meu pescoço e fiquei aterrorizada.

— Emily... Nós precisamos conversar eu...

— Não temos nada para conversar, Andrew! Você não entende que acabou? Por que faz isso comigo? — Eu disse me virando de frente para ele.

— Eu te amo, nós podemos conversar, podemos salvar a nossa família! — Ele disse desesperado e eu bufei puta com ele por ter me deixado essas marcas e transado comigo como se nada tivesse acontecido entre nós e puta comigo por não ter resistido, como sempre.

— Já chega! Você acha que é assim? Dá o seu show, me culpa pelos seus transtornos psicológicos, depois me toma como se minha vida pertencesse a você e acha que tudo está resolvido? Não é assim que as coisas funcionam, Andrew.

— Eu fiquei louco quando eu te vi com aquele merda aqui! Não sabe como...

— E eu? Você acha que eu fiquei como quando vi você com essa garota no restaurante? A mesma garota que você trancafiou para saldar as dívidas e transar com ela como bem entender! Você acha que eu estou me sentindo como? Você me culpou por uma traição que eu não fiz e você sim me traiu! Você me humilhou de uma forma que não tem mais volta, Andrew! — Eu desabafei segurando as
lágrimas.

— Eu não a prendi na casa para transar com ela, Emily! Meu intuito foi para o pai dela me pagar o que deve e também... senti vontade de protegê-la do próprio pai. Esse homem parece ter um histórico ruim e eu não quero que outra pessoa sofra como eu a fiz sofrer, Emily. — Sorri perplexa.

— Fala sério, Andrew! Conta outra história... Você querendo salvar essa garota que mal conhece? Vai negar pra mim que transou com ela também? — Andrew engoliu seco e coçou a barba. Meu coração estava na boca tentando me agarrar numa mínima esperança.

— Confesso que no dia que vi as mensagens daquele homem, eu enlouqueci e sim, eu ia transar com ela pra descontar a raiva, o ciúme, a decepção,  mas acabei desistindo... — Respirei fundo, fechando os olhos e abri lentamente, tentando manter a calma.

Não demorou para que algumas mulheres entrassem dentro do banheiro e encarassem Andrew e depois a mim de forma desconfiada e surpresa.

— Pois é, você pensou em fazer... no fundo você se sente atraído e a deseja. Quer saber? Passar bem! — Eu disse saindo dali às pressas, colocando o cabelo na frente do pescoço para não mostrar as minhas marcas.

Cheguei no salão e vi Stephen conversando de forma alterada com a sua prima. Me aproximei da mesa evitando olhar para Melissa e Stephen me encarou.

— Eu quero ir embora. — Avisei e o mesmo apenas acenou chamando o garçom, eu aguardei encarando qualquer parte daquele restaurante, menos para a garota de tão chateada e puta que eu estava.

Stephen pagou a conta e encarou a prima.

— Pense bem no que eu te disse, Melissa... — Não escutei a voz da mesma. Stephen caminhou na frente e eu o segui com todos os meus pensamentos desnorteados lembrando da insana transa dentro do banheiro do restaurante. Eu gostei, foi intenso e gostoso como todas as vezes que tínhamos relação, mas poderia ter acontecido em outras circunstâncias.

Assim que chegamos na frente do carro, Stephen parou deu um longo suspiro olhando para o céu e depois me encarou.

— Pelo visto a conversa de vocês... — Pigarreou. — Foi bastante intensa. — Ele disse apontando com o queixo para meu pescoço. Eu fiquei sem graça ajeitando o cabelo em volta.

— Desculpa por na...

— Não precisa se explicar, Emily. Eu entendi tudo. Vamos embora? — Assenti perdida nas palavras. Na verdade eu estava uma bagunça, tanto por fora quanto por dentro.

No caminho fomos em um tortuoso silêncio. Eu estava me sentindo mal. Saí com Stephen e acabei transando com Andrew.

Stephen parou o carro na calçada e desligou. Permanecemos no silêncio enquanto eu retirava o cinto de segurança.

— Olha... Stephen, me desculpe por essa noite. Eu não imaginava que me encontraria com Andrew logo naquele restaurante. — Ele suspirou e assentiu.

— Sem problemas, Emily. Eu já disse, nenhum de nós prevemos isso. Eu sei que você o ama, e não estou impondo nada. Só quero te ver bem e feliz. Se ele é o caminho para isso... — Relaxei meu corpo sobre o encosto do banco.

— Na verdade, eu acho que é ao contrário. Eu pensei que ele fosse a minha felicidade, mas diante todo esse problema... eu já não sei mais. Não quer dizer que eu deixei de amá-lo. Mas depois do que aconteceu, de ele encarcerar sua prima, a forma como eles estavam naquele restaurante...

— Melissa me garantiu que eles não têm nada. Ela só se compadeceu do distúrbio que ele
sofre, e realmente ela é ligada nessas coisas de psicologia... — Sorri descrente.

— Você caiu nisso mesmo? Eu acho que a coitada da sua prima está encantada por ele, isso sim é perigoso. — Stephen amarrou a cara.

— Eu espero de coração que não seja. Tá na cara que aquele cara é louco por você. Melissa iria sofrer.

— Isso já não me importa, Stephen. Eu não vou voltar atrás. Andrew me fez sofrer demais, me humilhou demais e se eu voltar atrás agora, darei margem para ele fazer o que quiser porque sabe que sempre volta. Eu não sou um objeto para ele fazer o que bem entender, ele precisa entender de uma vez isso. — Stephen suspirou.

— Eu não sei como você se apaixonou por esse cara. Ele parece realmente um ogro ambulante. — Tive que sorri com o "ogro ambulante" lembrando dos tempos em que eu o chamava de ogro.

— Sinceramente, nem eu... Bom, eu vou lá. Estou morrendo de saudades da minha pequena e preciso realmente de um banho e descansar. Vê se aparece para almoçarmos juntos e tirar esse "clima" que ficou com esse jantar desastroso. — Stephen sorriu genuinamente.

— Pode deixar, Emi. Amanhã mesmo eu estarei aqui! — Ele piscou para mim e eu assenti agora aliviada.

Pelo menos, Stephen não ficou muito abalado com o que aconteceu, seria um desastre total se ele não fosse compreensivo...

ANDREW VITALE

Após Emily me largar feito um idiota no banheiro, eu chamei Melissa para irmos embora. Fiquei realmente puto, passei por cima do meu orgulho para tentar acertar as coisas.

Eu acreditei que depois da nossa transa, ela me desse a chance de conversarmos e acertarmos tudo entre a gente, mas não. Ela ficou irada e eu não sei o que fazer.

Será que ela está afim desse Stephen? Não pode ser! Não depois de sentir como ela estremeceu com meus toques, com a mesma paixão de antes...

Parei o carro na frente da casa de Melissa e a mesma sorriu para mim. Eu iria ir para um bar bem distante e beber todas até perder os sentidos após deixar Melissa em casa.

— Está entregue. — Avisei e a mesma se virou para mim.

— Vai para casa? — Eu fiz que não, não estava com clima de conversa.

— Vou para qualquer lugar que nem sei aonde é. Só preciso beber.

— Ótimo! Preciso beber também, você pode entrar e bebemos juntos, que tal? — Eu franzi o cenho e a encarei.

— Eu não sei aonde você quer chegar sendo "amigável" desse jeito comigo. Se pensa que podemos ter algo a mais... — Ela bufou me cortando.

— Não estou pensando em nada do tipo, seu bruto! Apenas me preocupo com a sua saúde psicológica. É visível que está abalado. Acho que você pode beber comigo e desabafar o quanto quiser. Eu gosto disso. — Assenti desconfiado.

Tudo o que eu menos quero é alguém envolvido por mim, sendo que eu já estou fodido e se Emily não voltar, eu nunca mais me envolvo sentimentalmente com alguém.

Espero que a Melissa esteja com os pés no chão quanto a isso...

A Prometida: Uma Proposta Irresistível 2 - Completa Onde histórias criam vida. Descubra agora