Bianca Pov
16 de março de 2025
Quando acordei e meus olhos se voltaram para a cama vazia ao meu lado, a sensação de angústia tomou conta de mim mais uma vez. Eu estava decepcionada, quebrada, chateada, carregando comigo desde a briga com a Rafaella, uma carga de emoções negativas que sugavam completamente minha energia, de pouco em pouco...Quando encontramos com a Olivia naquele hotel, eu me senti intimidada... A mulher era bonita, elegante e transbordava uma autoconfiança que eu nunca estive acostumada a ter... Eu era apenas eu... simples.
Era claro que uma onda de ciúmes iria tomar conta de mim, mesmo que eu fosse bem tolerante nesse aspecto, mas quando o assunto é a ex-namorada de quatro anos da sua esposa, que por sinal, não se deu nem ao trabalho de comentar sobre o relacionamento, a situação muda completamente. Eu fiquei brava, irritada e Rafaella ficou na defensiva, enquanto, como sempre preferia fugir das brigas... Durante boas horas, sozinha naquele quarto de hotel, eu me convenci de que não havia motivos para deixar aqueles ciúmes atrapalharem nosso relacionamento, afinal, Rafaella estava casada comigo e preferiu deixar toda a sua vida em NY para ficar ao meu lado.
Eu não tinha dúvidas de que ela me amava...
O quão estúpida eu fui por pensar isso... Parte de mim ainda não acreditava que a minha Rafaella seria capaz de trair a minha confiança daquela forma, mas a outra gritava o óbvio e tinha como prova aquela maldita mensagem da Olivia no celular dela. Estava tudo tão confuso e por mais que nos últimos dias Rafaella estivesse se esforçando para concertar as coisas, eu não sabia se conseguiria a perdoar... eu não sabia se queria a perdoar.
Depois de longos minutos refletindo na cama, eu decidi me levantar e seguir para o hotel... Nos últimos dias só o trabalho conseguia manter minha mente longe de todos os problemas.
Quando passei pela sala, Rafaella ainda dormia totalmente espremida no sofá da sala, com o Gogh aninhado em suas pernas, e eu soltei um longo suspiro ao notar um livro sobre maternidade aberto ao seu lado. Eu não queria que fosse assim... Eu a queria deitada comigo, me abraçando em seus braços, queria que nós estivéssemos aproveitando todos os segundos da gravidez juntas, queria nossos beijos, nossos sorrisos, nossas carícias, mas também queria a sinceridade, queria a confiança...
Já na cozinha do hotel, Gi preparava algumas coisas do café da manhã, Nanda cortava algumas frutas para o Tom que estava sentado na bancada, enquanto André conversava distraidamente com um casal de hóspedes idosos.
-Buenos dias... - Eu cumprimentei com um sorriso. - Olá, meu lindo. - Eu encarei o Tom deixando um beijo em sua testa.
-Bom dia, baby momma. - Gi brincou com um sorriso. - Como estão os enjoos? - Ela perguntou interessada, enquanto eu abria a porta da geladeira a procura de alguns frios.
-Melhoraram bastante depois que a Rafaella cismou em fazer litros e mais litros de chá para mim. - Eu falei dando de ombros.
-Ela me pediu algumas receitas de comidas sem muita gordura para fazer para você, ela está se esforçando. - Nanda comentou num tom tranquilo e eu respirei fundo.
-Bom para ela... - Eu murmurei desinteressada.
-Bia... - Gi ia começar a falar.
-Não, Gizelly... Eu não quero entrar nesse assunto e muito menos falar sobre a Rafaella. - Eu disse firme.
-Ok, nós só ficamos preocupadas. - Nanda argumentou levantando as mãos em defesa.
- Eu sei... e estou bem. - Eu falei num tom convicto.
Pelo menos eu achava que estava bem...
Conforme os minutos iam passando, os hóspedes começavam a descer para o café da manhã e eu ostentava o meu melhor sorriso simpático para recebê-los, enquanto beliscava alguma comida ou bebida.
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Mis ojos verdes (Rabia Version)
FanfictionRafaella Kalimann se encontra presa em uma vida na qual não vê sentido, sendo controlada pelos desejos dos pais e o peso de comandar a empresa da família em seus ombros. Depois de um incidente, ela é incentivada pelas amigas a tirar três meses de f...