Sarah
Ouvi barulhos exagerados vindo do andar de baixo e com audácia me atrevi a descer e ver o que era.
Desci alguns degraus e me abaixei para evitar de ser vista. Vi um homem de costas e reconheci ser os cabelos castanhos do Noah. Ele gritava e jogava coisas contra Vinnie , que apenas se defendia.
- Você não pode prender ela aqui para sempre, Vinnie! Você é doente, complemente louco! - Ele tentava atacar Vinnie, mas o mesmo parecia ser mais forte. Sorri ao perceber que Noah estava me defendendo, não era tudo uma mentira. -
- E quem é você para me dizer alguma coisa Back? Trabalhou para mim todos esses anos, estamos em níveis bem diferentes!
- Você teve que prender a Sarah em uma casa para conseguir ter algum contato com ela depois de todos esses anos, e apenas em um construí um relacionamento com ela sem usar força nenhuma! Quer mesmo comparar nossos níveis?
Queria gargalhar ao ver a cara que o loiro fez, mas essa não era lá uma boa opção. Pisquei e Vinnie já estava em cima do Noah, lhe dando socos repetidamente. Eu precisava fazer alguma coisa, Noah não era alguém tão confiante assim, mas ele já me ajudou de qualquer forma. Observei a sala em que os dois estavam e vi uma garrafa de vidro vazia. Essa era minha única opção. Corri até ela e os dois não me viram devido a situação que estavam.
Segurei firmemente a garrafa e respirei fundo algumas vezes. Quebrei a mesma fortemente contra a cabeça do Noah e o loiro caiu no chão.
Me sentei no chão assustada com o que estava acontecendo e Noah me encarou por um longo período.
Me levantei e corri de volta para o meu quarto, já estava imaginando tudo de ruim que Vinnie iria querer fazer comigo. Não vou negar que pensei na possibilidade de fugir com Noah , mas não era possível com o tanto de segurança que haviam nesta casa. Não me preocupei em trancar a porta. Ficar tentando fugir de Vinnie era inútil. Eu seria mulher o suficiente para encara-lo e aguentar o que vier pela frente. Se fui capaz de quebraruma garrafa na cabeça dele, sou capaz de fazer isso.
Me deitei na cama e tentei ao máximo não fechar os meus olhos, pois sabia que se o fizesse iria dormir. Resisti ao máximo, porém, o sono foi mais forte eu. Estava cansada, essa não era uma rotina e tanto. Queria estar em minha casa, dormindo em minha cama, no meu quarto. Mas a realidade não era bem essa no momento.
Senti um ar frio contra meu rosto. Abri meus olhos e senti vários fios de cabelo entrarem nos mesmos. Logo os fechei e tentei prender meu cabelo. Mas estranhei ao ver que, primeiro, minhas mãos estavam presas, e segundo, o meu cabelo também. Rapidamente eu voltei a abrir meus olhos e só então vi Vinnie por cima de mim. Eram os fios do cabelo dele. Ele observava cada centímetro do meu rosto mas focava em minha boca. Quando percebeu que eu tinha acordado ele logo se levantou.
Senti falta do brilho dos raios solares e percebi então que não estava de manhã. Virei minha cabeça para encarar o relógio. Eram 3:34. Estava de madrugada.
- Bom dia querida! Ou não tão dia. - Ele se abaixo e pegou algo no chão. Tentei manter a calma ao ver que era um chicote.
- Hoje nós vamos fazer um jogo novo. Se chama colocar a Sarah no lugar dela! - Ele deu algumas risadas e alisou o chicote em sua mão. -
- Eu tenho mesmo que estar com as mãos amarradas? Isso é tão clichê! - Eu juro que tentava segurar a ironia dentro de mim. -
Ele veio em minha direção e quando pensei que ele fosse me soltar, apenas apertou a corda ainda mais.
- Vamos fazer assim, se doer você me avisa, certo? Porque assim saberei a hora certa de fazer ainda mais forte.
Apertei meu olhos ao sentir o objeto bater contra minha perna. Tentei não demonstrar dor, mas ele faria mais forte de qualquer forma. Vinnie bateu novamente em minha perna, o que fez com que começasse a arder, e desta vez não tive como não reclamar de dor. Ele batia cada vez mais forte e em lugares diferentes. Quando a situação chegou um nível extremo, Vinnie jogou o chicote ao chão e arrancou sua camiseta preta. O pior ainda estava chegando.
O loiro subiu na cama e apertou ainda mais a corda que prendia meu punho. Ele se sentou sobre minha cintura e se apoiou em seus braços. Vinnie voltou a me encarar e mordeu seus lábios enquanto passava a ponta de seus dedos sobre minha barriga. O tamanho de meu nojo por este homem não pode ser descrito em palavras. Ele se abaixou e mordeu meu queixo, tentei me esquivar ao máximo mas ele segurou meu rosto.
Respirei fundo e me preparei para o que estava por vir.