Vinnie
A sensação de estar no controle mais uma vez, pulsava e corria pelas minhas veias. Pensar na Sarah implorando a mim para que possa sair dessa merda de vida, me faz delirar. Ela estava aqui agora, e eu juro pelo inferno que ninguém vai tira-la de mim. Sarah nasceu para me pertencer.
Prendi a garota de forma que seus braços ficassem acima de sua cabeça, enquanto estava deitada. Tirei a camiseta que estava usando e amarrei em sua boca, mas ela não permaneceria ali por muito tempo, não podia perder a chanca de escutar seus gritos. Subi em cima da garota colocando minhas pernas uma em cada lado de seu corpo. Sua respiração ofegante e acelerada fazia com que seus peitos inchados dentro do sutiã viesse para cima e para baixo desesperadamente. Pressionei minhas mãos sobre a barriga da garota, e observei seus olhos tornarem arregalados.
Sarah
Forçava meus pulmões a manterem-se funcionando mesmo com toda a força que o homem colocava em cima de mim.
- Me beije, Sarah. Finja ao menos uma vez que você queria estar aqui, finja que gosta de mim. Nem que seja por uma segundo. - O garoto falava enquanto tirava o pano de sua camiseta de minha boca. -
Seus olhos estavam presos a mim ansiosos a espera de alguma ação, mas tudo que fiz foi virar meu rosto.
Arrependi-me absurdamente ao sentir o homem apertar ainda mais meu estômago. Lutei por mais alguns segundos mas logo me virei e encostei meus lábios nos do Vinnie. Sua boca não estava fria, como me lembrara ser, mas ainda tinha a velha textura de uma carne sedosa e de alto padrão. Fechei meus olhos ao sentir sua língua entrar em contato com a minha, suas mãos mantinham-se firme ao segurar meu rosto, e por mais que tentasse soltar as minhas, elas permaneciam no apertado nó que o moreno havia feito.
Ao lugar de todo o peso de antes, agora pudia sentir o corpo do Vinnie em cima do meu. Seu jeans preto deslizava pela minha coxa descoberta, sua pele ia de encontro com meu peito a cada vez que eu respirava, e por isso tentei evitar de fazer o mesmo, mas ele parecia se pressionar sobre mim.
Seu rosto se afastou do meu e Vinnie me olhou por alguns segundos, era como se estivesse tentando achar ou entender algo, não conseguia decifrar o que ele pensava, nunca consegui.
- Por que, Sarah? Por que é tão difícil você aceitar tudo isso? Me aceitar, por que é tão difícil de você me querer?
Minha atenção pareceu se desmaterializar em todas as suas palavras, em todas as expedidas expressões que ele tentava fazer para eu pudesse enteder que aquilo era sério. Ele realmente estava me perguntando isso. Ele realmente queria saber.
- Ninguém é obrigado a aceitar isso; toda essa sua loucura, toda sua obsessão, você é doente Vinnie! Você não sabe se importar com uma pessoa, você não sabe o que verdadeiramente é nutrir sentimentos por alguém. - Seu rosto era um misto de ódio e dúvidas, e cada vez eu tinha mais certeza de que sua mente era completamente desestabilisada.
- Seria bem mais fácil se você compreendesse, se você colaborasse, entenda Sarah, você é minha. - Ele estava gritando, e nossa extrema proximidade naquele momento tornava tudo mais assustador. - Algumas pessoas Sarah, nasceram para serem amadas, e outras, apenas para ficarem nuas. Me desculpe se você não teve a sorte que desejava.
Antes que pudesse dizer qualquer coisa, escutei o barulho da fivela de seu cinto a ser aberta e o objeto logo a ser puxado. Vinnie esticou seu braço para que pudesse alcançar o interruptor e desligar a única luz que iluminava o ambiente. Em segundos deixei de sentir a textura seu calça, para agora a de sua pele. Ele soltou meus braços para pode retirar as alças do meu sutiã, mas logo os prendeu novamente, me fazendo bufar em descontentamento. Suas mãos estavam a deslizar o fino tecido da minha calcinha por toda minha perna, meu corpo se arrepiou ao perceber que estávamos a segundos de uma transa, e ao fechar meus olhos pude sentir algumas lágrimas descerem meu rosto junto com o forte impacto de seu membro penetrando em mim. Arqueei minhas costas com os movimentos já rápidos que o moreno fazia. Senti sua boca tocar a pele do meu pescoço. Ele sugava e beijava o mesmo. Minha veias estavam vibrando.
A cada três segundos eu tentava miseravelmente segurar nos lençóis, mas as cordas ainda me atrapalhavam. Vinnie percebeu meus movimentos e deixou seu trabalho sob meu pescoço para solta-las, automaticamente levei minhas mãos para os tecidos que cobriam a cama, mas Vinnie as levou para suas costas. Seus lábios vieram de encontro com os meus e morderam os mesmos, logo sua língua estava novamente passeando por minha boca, soltei um gemido abafado ao sentir seu pênis entrar e sair de mim, mais rápido do que pensei ser possível.
Depois de alguns longos minutos, seu líquido quente estava em mim. Vinnie se deitou ao meu lado na cama, eu conseguia escutar sua respiração como se fosse a minha, agradeci pelo fato das luzes estarem apagadas, e eu não ter que lidar com seu olhar. Acho que não estou pronta para isso nesse momento.
Senti meu estômago revirar. Vinnie permanecia dormindo, olhei ao relógio e me assustei ao ver que ainda eram 02:00 da madrugada. Silenciosamente me levantei da cama, procurando por qualquer coisa que pudesse vestir, peguei a primeira camiseta que encontrei ao chão e sai do quarto.
Segui em direção ao fim do corredor, procurando por um banheiro que pudesse ficar sozinha. Entrei no cômodo que mais parecia um quarto por todo seu tamanho avantajado para um ser banheiro, e me olhei no espelho. Eu estava péssima, meu cabelo estava praticamente fazendo nós em cada um dos fios, haviam manchas roxas por todo meu pescoço, e algumas em direção ao meu peito. Lavei meu rosto mas não adiantará de muito coisa, pois em questão de segundos eu estava chorando novamente. Tudo isso estava acabando com a minha vida, eu nem sequer tenho mais estruturas para lidar com toda essa situação. Minhas pernas doíam, minha cabeça estava quase explodindo e não havia ninguém ao menos para conversar.
Olhei para o espelho mais uma vez, e por ele pude ver o homem que a pouco estava deitado, agora atrás de mim. Meu corpo automaticamente recuou, mas ele nem sequer se mexeu. Quando menos esperava o loiro foi embora. Alguns segundos depois pude ouvir fortes barulhos vindo do andar de baixo. Corri atrás de informações e tudo que pude ver foi Vinnie a quebrar tudo aquilo que via pela frente. Eu estava assustada, mas principalmente curiosa.
Desci mais alguns degraus, tomando cuidado para não esbarrar nos pedaços de vidro que continham no chão. Mas eu acabei me assustando com um deles, e gerando barulho, o que fez com que logo Vinnie se virasse para mim.
Seus olhos estavam inchados e vermelhos, e sua mão segurava o que restará de uma garrafa.
Você está vendo, Sarah? Eu sou assim. Eu não sei o que é nutrir sentimentos, eu sou doente, obsessivo, e não, eu não me importo com as pessoas. - De repente Vinnie jogou a garrafa quebrada em minha direção, fazendo com que uma pequena parte do vidro entrasse em meu braço. -
Me sentei no chão tentando tirar o estilhaço, gemi de dor ao conseguir arrancar o pedaço que veio junto com uma mancha vermelha. Olhei para o loiro tentando entender o porquê de estar fazendo tudo aquilo.
Ele se aproximou de mim, pisando em todos os cacos sem ao menos se importar e parou a minha frente.
- Eu não consigo nem mesmo, cuidar da única pessoa de quem eu gosto.
O homem se sentou ao meu lado e puxou seus joelhos para si, o olhei uma última vez antes de encostar minha cabeça sob a parede. A dúvida e vontade de saber se a pessoa de qual ele estava se referindo era eu, estava martelando minha cabeça.
Mas eu optei por permanecer ali sentada, quieta. E isso, é só o que quero fazer por agora.