Capítulo 16

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Foto acima de uma semente de jarina, a matéria que faz biojoias.
Boa leitura

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Capítulo 16

Quando a noite chegou, a equipe foi convidada para jantar com a família de Ísis Valentina, a recém-nascida. Meus funcionários tinham ido visitar alguns amigos e, desse modo, eu me encontrava sozinha no barco.

Gustavo foi o último a terminar de examinar as crianças na tenda, então, quando ele voltou para o barco, todos os seus companheiros estavam em terra.

— Tu não vais jantar com a família da bebê? — ele parou na porta da cozinha e sorriu, bagunçando seus fios loiros. O visual displicente, parecendo um astro do rock grunge, deixa-o mais jovem e bonito.

— Não. Estou cansada, vou aproveitar pra dormir cedo.

— Entendi, te vejo depois. Vou tomar um banho.

— Ok. — Foi tudo que consegui falar ao vê-lo se retirar.

Presenciar algo tão emocionante como o nascimento da bebezinha, me fez reaver muitas coisas. Uma delas era o porquê de eu ter adiado tanto a maternidade em minha vida. Eu não sabia discernir se tinha sido algo bom ou ruim; se isso teria melhorado ou piorado o meu casamento.

A bem da verdade era que eu vivia usando o meu trabalho como desculpa para não ser mãe.

"Uma criança gera gastos que não podemos arcar."

"Uma gestação me deixaria incapaz de realizar meu trabalho por um tempo e depois, um barco que trafega com tamanha frequência, não é ambiente para uma criança crescer."

"Uma criança precisa de um lar seguro e bom para viver. Algo que no momento não temos."

Essas eram algumas das infinitas respostas dirigidas a Zé sempre que o assunto "filhos" entrava em discussão.

Deixando os arrependimentos de lado, segui para o meu quarto, precisava mesmo descansar um pouco. Mas aproveitei o banho para hidratar o cabelo, algo que raramente fazia. A máscara para hidratação de maracujá com pitanga, além de ser cheirosa, era ótima para meus fios oleosos.

Quando voltei para o quarto, fui surpreendida por um ambiente escuro, iluminado por duas pequenas velas. Gustavo usava apenas uma calça jeans, cheirava a perfume masculino e me olhava como se eu fosse o doce mais gostoso. Uma música erótica e lenta tocava baixo, completando o clima sensual.

Então ele se aproximou devagar, desenrolou a toalha do meu corpo e me puxou para um beijo lento, intenso e delicioso. Os calores de nossas pelas me arrepiou dos pés à cabeça.

Gustavo me apertou contra a parede e começou a fazer uma trilha de beijos e leves chupões, descendo pelo meu pescoço e alcançando os meus seios. Quando sua boca quente bolinou um dos meus mamilos, arfei alto. Somente ele conseguia manusear aquela região de uma maneira que me deixava sensível, bastante vulneráveis.

Uma de suas mãos foi escorregando devagar, passando na altura do meu estômago, ventre, lábios grandes e, por fim, o clitóris. Foi vagaroso, gostoso, cheio de sutileza e cuidado. Em seguida, ele começou a alongar seus movimentos para espalhar minha lubrificação e assim, me penetrar com dois dedos. Com os olhos fechados e a cabeça apoiada na parede, recebi dedadas morosas. Eu estava literalmente me derretendo ao seu toque quando ele se retirou e me levou para a cama. Lá, ele me sentou devagar, depois levantou a fronte e tirou algo do seu bolso dianteiro.

Era a biojoia de semente de jarina, a mesma que vi na Vila de Murumuru.

— Hoje eu gostaria de vê-la apenas com este colar. — Falou, colocando a peça em meu pescoço.

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