Capítulo 10

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Capítulo 10

O barco estava vazio. A equipe médica ocupava-se de realizar seu trabalho na vila enquanto meus funcionários curtiam um merecido descanso. O que era bem conveniente, já quenão estava a fim de conversar com ninguém.

Segui rapidamente para minha cabine com a intenção de tomar um banho decente edepois, talvez comer algo na cozinha. Assim que me livrei do vestido, Gustavo invadiu o meu espaço num rompante, mas logo paralisou e engoliu em seco ao mever seminua. Com o olhar, estudou o meu corpo por breves segundo, quando enfim, falou:

— Quem era aquele homem? Vi o quanto ficou nervosa.

— Ninguém que vá abalar seu trabalho. Não se preocupe.

— Mas é alguém que oferece risco para ti.

— Você não deveria estar trabalhando?

— Não tem muitos guris por aqui. — Afirmou com o olhar fixo em mim. Seu semblante demonstrava preocupação, mas eu não poderia expor a minha situação para ele só porque transávamos. — Conta pra mim, o que está havendo? Posso te ajudar.

— Você não pode fazer nada. Se preocupa com o seu trabalho, que eu me encarrego do resto! — fiz questão de não mensurar na rispidez, mas ainda assim, Gustavo não se intimidou.

Pelo contrário, logo ele me puxou para si e atacou minha boca com volúpia. Se aproveitando do fato de eu estar apenas de calcinha, ele pegou firme em minha bunda e num impulso, pulei em seu colo com as pernas envoltas em sua cintura. Minhas costas foram prensadas na porta, então, pela visão periférica, percebi que ele esticou o braço na direção da cômoda. Escutei a gaveta ser aberta e prontamente, ele tirou de lá um preservativo. Com maestria, abriu a embalagem, afastou o quadril para trás, desceu o zíper da calça e se protegeu. Fui penetrada sem sutileza. O vaivém impetuoso me deixou completamente acesa. Parecíamos adolescentes cheios de tesão, se pegando em qualquer lugar, a qualquer hora, totalmente inconsequentes.

Entre gemidos, beijos, carícias e estocadas brutas, nosso orgasmo não tardou para acontecer.

Aquilo tinha sido repentino e... uau! Incrível!

Ofegante, Gustavo se sentou na cama ainda dentro de mim e repousou acabeça na curva do meu pescoço.

— Acho que consegui amansar a onça. — Ele riu e o calor da sua boca aqueceu além da minha pele, como também o fundo do meu peito. A sensação de aconchego me fez sorrir.

Ele se deitou na cama me levando junto. Com suas costas apoiadas no colchão, me acomodei sem seu peitoral. Silenciosamente, iniciou carícias em meu cabelo, que ainda estava úmido. Minha perna direita descansava sobre as suas. Passei deslizar meu pé sobre sua pele quente, sentindo os pelos daquela parte do seu corpo e gostando de perceber sua respiração se acalmar através dos movimentos de seu tórax.

— O que está acontecendo, Ísis? — sua pergunta veio calma, mas nem por isso deixou de tirar um pouco da paz que ele mesmo tinha conquistado para mim. — Aquele guri não era nem um pouco amigável e provavelmente veio a mando de alguém. Quem está te importunando?

Fechei os olhos tomando uma longa respiração. Gustavo não deixaria passar batido o ocorrido com o capanga do Liberato. Então eu precisava dar um jeito de desviar essa sua obstinação sem que ele percebesse.

— Talvez eu possa ajudar a ti. — Ele voltou a falar. — Me conte, por favor. Eu sei que se trata de algo sério. Podemos procurar uma autoridade, recorrer a polícia. Nós vivemos em um país democrático. As leis servem para regular a sociedade.

Deixei escapar uma pequena risada desgostosa. Não era possível que um homem como Gustavo, com uma certa experiência de vida, não percebesse a incapacidade do Estado Brasileiro em efetivar as próprias leis nas ribeirinhas mais remotas da região Norte.

Nos Labirintos da SelvaOnde histórias criam vida. Descubra agora