Depois de um tempo conversando, Márcio se convenceu que Adamastor realmente havia feito um bom trabalho durante sua ausência.

- Muito obrigado Adamastor, gostei muito de tudo, realmente você cuidou da empresa. - sorriu ele, cumprimentando-o.

- Não tem de quê Senhor Sterling. Ainda não entendo porquê estava com dúvidas, afinal, trabalhamos juntos há anos e nunca teve problemas enquanto eu estive aqui. - retrucou Adamastor, retribuindo o cumprimento.

A verdade era que Márcio, desde que descobrira a sua doença óssea, sofreu tanto bullying que perdeu a confiança nas pessoas, não importava o quanto as pessoas se esforçavam para provarem o seu valor, sempre terá algum momento em que Márcio duvidará dele. 

E claro, isso deixava Adamastor incomodado sempre.

- Esquece isso. Como reconhecimento pelo bom trabalho, te convido para um almoço entre patrão e empregado, o que acha? - suspiro Márcio.

- Aceito sim, com certeza. - sorriu Adamastor.

Então, ambos saíram da sala e caminharam para o refeitório, quando chegaram na mesa de Karen, Márcio a olhou:

- Karen, estamos indo para o refeitório, você vem? - perguntou.

- Já estou indo Senhor Sterling. - respondeu ela, com uma voz doce e os olhos verdes fixados nos dele.

Márcio apenas assentiu e saiu com Adamastor.

Porém, antes de partir, Karen se levantou lentamente e caminhou a passos curtos em seus saltos plataforma para disfarçar os seus 1,60 de altura e adentrou a sala de Márcio.

Fechando a porta lentamente, ela caminhou até a mesa dele, aonde tinha o computador, ligando-o e sentando rapidamente na cadeira. Em seguida, tirou um  pen drive que estava escondido em seu cabelo disfarçado de presilha e o plugou na lateral do mesmo.

Com ele, Karen conseguiu acesso aos dados do computador sem precisar usar a senha para entrar, então começou a vasculhar tudo o que tinha ali por trás daquela tela. Começou com os projetos futuros que Márcio tinha arquivado,  carros que não poluíssem o meio ambiente, aviões movidos à energias solares ou lunares, para evitar a poluição do ar com seus combustíveis, no entanto, nada demais, então fechou o arquivo.

Tentou outro arquivo, mas eram apenas os gráficos do quanto sua empresa lucrou no último mês, porém, ela não desistia tão fácil.

Saindo de lá, encontrou o que tanto procurava.

PROJETO CASA CAI

Karen sorriu e começou a copiar tudo o que tinha encontrado naquele arquivo.

- Te peguei... - sussurrou ela, sorrindo de orelha a orelha. 

                                                      Enquanto isso, no refeitório da empresa...

- Então, Senhor Sterling, estive pensando em fazer uma festa simples, hoje à noite, sem muitos gastos, apenas com suas canções favoritas e um pouco das ONG's que nossa empresa faz parceria, para celebrar sua volta.

- Não precisa, Adamastor... - suspirou ele.

- Como assim não precisa? O senhor sempre foi festeiro. 

- Sim, eu sei, mas estive pensando melhor nessa última internação, não quero ficar tanto tempo longe de casa. Já passei tempo demais fora, voltei hoje de manhã, preciso aproveitar um pouco mais a minha filha. 

Adamastor suspirou.

- Por quê não trás ela para a festa? - sugeriu.

- Ela não gosta desse tipo de festas, mesmo que tenha crianças. Prefere festas das amiguinhas dela. Você entende né? Ela só tem três anos, lógico que não vai se animar tanto.

Homem TitânioOnde histórias criam vida. Descubra agora