— AAAAAAAAAAAAAH! — Gritou mais um dos jogadores após ter escolhido o vidro errado, caindo para a morte.
"Jogador 96, eliminado."
Fechei os olhos e cerrei a mandíbula, mantendo a bandeja firme em minhas mãos. Não podia demonstrar qualquer sinal de fraqueza, ou seria descoberto. Até o momento meus disfarces haviam sido quase impecáveis, por pouco não fui pego como número 29. Agora, erros eram inadmissíveis.
O salão VIP tinha uma aparência exótica de selva, com esculturas humanas vivas pintadas de animais, vegetação artificial e luzes amareladas fracas. Fedia a bebida, charuto, perfumes caros e promiscuidade. Uma mistura inebriante para os sádicos que, pelo que entendi, vieram para apostar.
Para mim, inspirar esse cheiro repugnante dava náuseas.
— Ei, você — chamou a mulher com máscara de leopardo dourado, fazendo um gesto de vir com o dedo indicador.
Fui sem demoras e servi mais um pouco de uísque. Antes que eu pudesse sair, ela segurou meu antebraço, me imobilizando.
— Não quero ter que ficar chamando você — disse com a voz arrastada —, sente-se aqui.
— Devo servir os outros convidados, senhora — respondi com calma.
Ignorando o que falei, ela se virou, ainda segurando meu braço, e perguntou aos demais:
— Vou deixar esse aqui ao meu lado. Alguma objeção?
— Nenhuma.
— Como quiser.
— Ele é todo seu.
Vendo que não tinha outra opção, cedi a pressão do seu braço e sentei no sofá.
Mantive o olhar fixo para frente, mas sentia os olhos dela queimando minha pele. Focando um pouco na minha visão periférica, pude ver quando afrouxou o robe de cetim, deixando seu decote maior, com os seios fartos quase pulando para fora do tecido fino.
— Ponha a bandeja ali — exigiu, apontando para uma das esculturas humanas, curvada no chão com as costas expostas.
Coloquei com cuidado, controlando a respiração para não entregar meu desconforto e fiquei ereto. A ponta dos dedos dela seguraram meu queixo e ela virou meu rosto, fitando meus olhos.
— Que olhos lindos você tem! — aveludou a voz.
Enquanto isso, mais dois jogadores foram eliminados. O jogo estava no ápice, todos os que haviam sobrado permaneciam no centro da ponte.
— Tire a máscara — pediu e desviei o olhar, enquanto os outros VIPs iniciaram um burburinho. — Tire sua máscara. Quero ver seu rosto — exigiu pausadamente.
Me mantive calado e ela não gostou, então tentou tirar a máscara, mas me esquivei.
— Não podemos mostrar o nosso rosto — segurei sua mão.
— Você é todo meu — forçou a mão.
— Mas, depois que for embora, eles vão me matar.
Ela riu com desdém.
— Se não fizer o que eu mandar, eu te mato antes de ir — ameaçou e praguejei por dentro.
Não tinha jeito, teria que tirar a máscara, entretanto, não podia ser aqui.
Soltei o braço dela e segurei a sua mão com delicadeza, sem desviar o olhar.
— Por favor, me leve a algum lugar onde podemos ficar a sós — dei minha última cartada e notei que deu certo quando ela apertou minha mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Round 6 - O policial e a VIP
FanfictionO policial Joon-ho se vê encurralado por uma das VIPs. Sem alternativas, com medo de entregar sua posição, se dispõe e acompanhá-la a uma das salas particulares, onde seus desejos mais sombrios se revelam. *Isso é apenas uma história! Não romantizem...