O jogo - final

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No salão principal estava um silêncio mortal e havia um cheiro ácido de vômito impregnando o local. Metade dos meus convidados estavam muito pálidos. Um deles voltava de algum canto, escoltado, provavelmente do banheiro, e estava com a cabeça encharcada e lábios muito brancos.

— O que aconteceu? — pergunto, mas ele apenas se senta em silêncio.

Me aproximo do vidro e observo o estrago do resto do jogo. Tem mais sangue do que antes e, de longe, vejo o sobrevivente sentado na grama, fumando. Sua máscara está num ângulo de difícil visualização e o filho da puta parece calmo, com ombros relaxados e a cabeça visualizando o teto.

— Quem ganhou?

Mais uma vez, silêncio.

Quando estou prestes a reclamar, o VIP se vira e começa a vir em direção a base do jogo. E, como a vadia disse, vaso ruim não quebra. O pedófilo estuprador, o filho da puta de máscara de pássaro, havia conseguido.

Saio da sala como uma bala e vou em direção a arena. O corredor não era longo, mas aquele trajeto pareceu durar uma eternidade. Meu ódio só crescia a cada passo dado e a mão estava bem segura no cabo da arma. Abro a porta de uma vez e entro na arena com passos decididos. O VIP estava a poucos metros de mim e seu olhar era furioso, porém, não tanto quanto o meu. Sorte do infeliz não poder visualizar o brilho demoníaco dos meus olhos.

— Você! — Gritou. — Que merda estava na cabeça ao sugerir esta merda?

Parto para cima dele e o derrubo com um único golpe, o pondo de joelhos diante de mim.

— Acha mesmo que está em posição de enfrentar alguém aqui?

— E desde quando um subordinado com você tem tanta relevância aqui? Já esqueceu quem financia metade desse lugar?! — Sua cólera só aumentava. — Você deu um tiro no próprio cu quando resolveu matar seus financiadores.

— Acha que eu ligo para isso?

— Quando os gigantes forem atrás de você, quero ver essa coragem. Tenho poder o suficiente para te destruir, basta uma ligação — diz e cospe sangue nas minhas botas.

— Não tem rede telefônica no inferno.

— Seu merdinha, você não me assus... — enfio o cano da arma na boca dele, o fazendo engasgar.

— Eu ando te observando faz um bom tempo, sei das atrocidades que cometeu. Não faz ideia do quanto queria que fosse você explodindo nos ares — digo com falsa calma. — Acha que eu ligo para o seu dinheiro? Acha que merece viver sendo quem é? Comece a orar se você acredita em algo, porque são seus últimos momentos de vida.

Tiro a arma de dentro da boca dele, chuto seu peito com força e a máscara voa da mão do filho sa puta.

— Quem é você? Não pode ser a mesma pessoa e ter se feito de surdo e cego todos esses anos só para agir agora — se arrasta pela grama.

— Sou a última coisa que você verá antes de ir para o inferno.

Quando ele tenta se levantar dou um tiro em cada um dos seus joelhos e ouço seus gritos estrangulados. É uma visão horrenda, mas muito satisfatória.

— Isso é pelas crianças inocentes que você abusou.

Ele tenta se arrastar, mas não vai longe, piso em uma de suas panturrilhas e ele para aos berro, enterrando os dedos das mãos na grama e a arrancando. O chuto e ele cai de bruços. Dou mais dois tiros, um em cada ombro.

— E isto por ser um sádico de merda que aposta na vida de pessoas vulneráveis.

O chuto até que ele se vire de barriga para cima e devo ter quebrado algumas costelas do filho da puta no processo. Com uma perna em cada lado do seu corpo, aponto a arma para o centro da sua testa, enquanto ele se engasga de dor.

Round 6 - O policial e a VIPOnde histórias criam vida. Descubra agora