— O que você quer saber exatamente? — falou com os olhos cintilando de luxúria, sem medo da arma, como se o que eu tivesse feito não fosse o suficiente.
— Tudo! Quem comanda este lugar, como funciona, o porquê desses jogos de sádicos e até quem você é.
— Assim fica mais fácil — se moveu e cruzou as pernas, limpando os lábios com os dedos e os chupando, degustando a minha porra. — Para começar, não sei quem é o chefe, mas sei que não é o mascarado, o líder. O chefe é quem todos conhecem por anfitrião. Nunca o vi sem máscara e pouco me comuniquei com aquela pessoa, e também faz muito tempo que ele não aparece para nos cumprimentar. E como o lugar funciona? — soltou uma risada sem humor.
— Sem gracinhas — pressionei a arma na cabeça dela.
— Ah, por favor, né? — revirou os olhos. — É óbvio, um bando de pobres fodidos, que nem têm onde cair mortos, são chamados na rua e recebem um convite para um jogo que oferece dinheiro. Eles só esquecem de mencionar a parte do mortal — conta nos dedos a partir do mindinho —, da tortura física, psicológica, a comida ruim e quantos jogadores ganham… — disse a última parte com certo peso.
Sua cara ao contar era, curiosamente, de nojo.— E quantos são?
— Apenas um, os outros são cadáveres ambulantes, só não sabem ainda — disse isso de uma maneira sombria, como se estivesse incomodada.
Por isso os jogos são tão mortais e com uma dificuldade quase absurda de sucesso. Se só pode existir apenas um vencedor, é óbvio que eles querem um derramamento de sangue em massa. Pensei que veria alguma mudança nos livros de registros, não remexi em todos, mas agora dá para ter uma ideia dos padrões que eles seguem.
— Não sei o que os motivou a criar esse jogo, mas penso que os problemas mentais fizeram com que continuassem, não existe uma pessoa normal nesse meio. São eles ricos, em sua maioria, sádicos cheios de tesão em gente se fodendo… Tudo o que você puder imaginar. Aquele discurso igualitário? — cuspiu no chão com cara de nojo. — Bobagem! Mas o dinheiro é real, o vencedor recebe cada centavo prometido.
— E quem é você?
— Uma vadia sedenta por sexo — disse olhando para o meu pau.
— Não me tente, sua puta, continue falando! — Quase rosnei.
— Ainda tem detalhes do jogo que você não sabe, como, por exemplo, a quantidade de jogos que tem por ano, ou o sistema de aposta VIP — continuou como se não tivesse dito nada antes. — Venho para cá quase todos os meses, às vezes, até duas vezes num mês. Há doze jogos por ano, dois em cada mês ímpar, e em mês par eles limpam a merda deles para que não sejam pegos. Geralmente venho no final do mês, como agora, e aposto nos jogadores. É para isso que os VIPs servem, para ficarem mais ricos.
Em nenhum momento ela demonstrou medo da arma, ou de mim, como se não tivesse nenhum filtro de perigo. Seu corpo estava relaxado mesmo quando pressionei a arma na sua cabeça. E o que mais me chamou atenção foi a facilidade com que contou tudo, já que não estava com medo, podia só ter ficado calada. Uma pessoa com medo falaria tudo tentando poupar sua vida, mas uma pessoa sem medo nem teria motivos para abrir a boca, até aceitaria morrer e levar as informações para o túmulo.
Então, por qual motivo ela havia me dito tudo aquilo? A troco de quê?
— Vou perguntar novamente e, dessa vez, não quero gracinhas… Quem é você? Por que me deu todas as informações de bandeja?
É a primeira vez que a vejo tensa naquela noite.
Ela se remexeu desconfortavelmente do chão e me olhou séria. Seus olhos brilham venenosamente e fico ainda mais confuso.
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Round 6 - O policial e a VIP
FanfictionO policial Joon-ho se vê encurralado por uma das VIPs. Sem alternativas, com medo de entregar sua posição, se dispõe e acompanhá-la a uma das salas particulares, onde seus desejos mais sombrios se revelam. *Isso é apenas uma história! Não romantizem...