Fluffly Blood • jjk + pjm

Capítulo 10

“Aquele que sabe mandar encontra sempre quem deva obedecer.”
-Friedrich Nietzsche.

-Sério, para um pouco. - Digo suspirando enquanto o Jimin continuava com o surto dele, estava jogando todos os travesseiros em mim desde aquilo que eu disse, talvez fosse melhor eu ter ficado calado de qualquer forma. - Vai se machucar desse jeito… - Quase suplico enquanto defendia meu rosto com minha mão, com uma voz fraca e meio melancólica, não entendia o porquê de toda essa situação, mas deixei-o gastar todo o sentimento no ato de jogar contra mim as almofadas fofinhas. - Desculpe se te ofendi de alguma forma. - Suspirei aliviado quando a situação finalmente parou.

-Me ofender?! Por que acha isso? - Seus olhos abriram-se e o olho atentamente, procurando qualquer resquício de raiva ou decepção em seu rosto, todavia, encontrei apenas um brilho estranho, quase como euforia.

-Porque está jogando travesseiros em mim…? - Eu não estava compreendendo o que ele queria dizer, sempre disse que Jimin era imprevisível e eu era incapaz de adivinhar o que pensava ou passava em seu coração.

-Mas não estou te jogando por isso! Você é tão lerdo! - Seguro seu pulso antes dele voltar a arremessar e ergo a sobrancelha, vendo-o abaixar a mão e bufar, cruzando os braços.

-Então, por que está fazendo isso? - O felino não demorou em fechar-se, deixando para mim apenas um biquinho e as bochechas em um tom rosado completamente adorável. - Se o que eu disse não te fez ficar assim, o que causou?

-Não quero responder. - Dou de ombros e me sento na cama, pressionando a ponta de meus dedos uns contra os outros. Fico de costas para ele, suspirando enquanto mirava minhas orbes no piso de madeira. Eram tantas dúvidas, não pensei como seria sua reação depois que eu revelasse minha própria verdade, deveria ter colocado-me em seu lugar. Um homem te compra, suga o seu sangue e depois de dias evitando e pedindo para ir embora, de repente fala querê-lo, eu também jogaria travesseiros nesse homem. - Bobo.

-Desculpe, pode ignorar o que eu disse se quiser. - Então senti um tapa nas costas e viro, olhando o híbrido que agora sim parecia irritado. Em meu rosto surgiu um sentimento de confusão, pois não tinha a concepção do que ele gostaria que eu dissesse agora.

-Não é assim também, eu só não me sinto pronto para responder agora isso, você joga uma bomba na minha mão e estou tentando entender como eu desarmo ela sem explodir. - Franzo o cenho, continuando a encará-lo. - Certo… Como se eu quisesse responder, mas quero ter certeza?

-Agora entendi. Tudo bem, não precisa responder agora e nem pensar também. Só vamos deixar as coisas como sempre foram, não é? - Dou um sorriso de leve, sendo retribuído por um enorme do outro, adorava essa sinceridade que ele tinha. - Agora pare de se mexer, suas costas estão todas abertas. - O ajeito novamente na cama e sorrio enquanto passava minha mão suavemente por seus fios que estavam molhados por culpa da chuva que ele pegou, precisava ficar atento para qualquer sinal de febre, doenças no estado mundial agora não é um bom sinal, então precisava tomar cuidado para não piorar seu quadro de saúde, era o que mais preocupava-me, dele pegar uma doença e não conseguir sobreviver ou lutar contra. Não queria perdê-lo, então faria o impossível para deixá-lo vivo, mas sem amaldiçoá-lo. 

A imortalidade é um prazer ingrato, pois é aliviante saber que não terá de morrer, entretanto, saber que nunca irá morrer é desesperador, ver todos aqueles que ama morrerem é algo o qual não farei Jimin passar, pois não desejo isso para sua vida, ele merece ter todo o seu ciclo e vou fazer da sua juventude e velhice serem os melhores anos, esse é o meu papel, essa é minha função para todo o sempre. Suspiro enquanto passava a mão pelo meu braço enquanto respirava fundo, perdido em pensamentos.

-Kooko? - Viro imediatamente meu rosto em sua direção, prestando atenção. - Eu posso dormir?

-Claro que pode, por que me perguntou? - Sento direito na cama e o cubro com cuidado, beijando sua testa enquanto ouvia seus ronronados baixos, ele era tão fofo e carinhoso, adorava acariciá-lo para ouvir esses barulhos que simplesmente acalentavam minha alma.