Capítulo 22

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"Uma vida não questionada não merece ser vivida."

-Platão

Olhei para Jimin na mesma hora que tive aquela informação. Extintos? Não tinha mais alguém como ele?

Eu estava preocupado. Com minhas novas obrigações, o pavor exorbitante de ter que criar novas vidas em um mundo caótico. Claramente esse não é um mundo que eu quero que meus filhos nasçam. Apenas a frase meus filhos causava calafrios por todo o meu corpo. De repente, um calor subiu por todo o meu corpo e passei a mão na testa. A responsabilidade caía sobre mim, como se agora meu cérebro finalmente aceitara a concepção dos filhotes. Terei gatinhos para tutelar.

-Mas não se preocupe, vocês terão mais gatinhos e a espécie dele está bem. Senhor? Está suando? - Percebo que minha mão saiu molhada e suspiro. Há anos que eu não suava. Mal sinal.

-Querido. - A voz de Jimin se fez presente e olhei para ele, largando tudo que eu estava fazendo e indo até seu encontro. Os cozinheiros iriam conseguir se virar.

-Sim? Está bem? Enjôo? Dor em algum lugar? - Toco em sua barriga, fazendo uma carícia enquanto o analisava da cabeça aos pés. Precisava ter a certeza que estava tudo bem consigo.

-Pare de ser protetor. Vim avisar que depois do jantar temos uma coisinha... Vou comer separado, porque vão me ajeitar. Farão o mesmo com você, apenas não conteste. Vai gostar. - Já estava em paranoia antes. Nunca gostei de surpresas, então iria contestar.

-Eu... Tudo bem. - Desisti assim que prendi-me em seus olhos azuis. Não adiantava, eu era rendido por ele e entrelaçado por sua voz mansa que o mesmo dirigia a mim. Eu faria qualquer coisa por si. - Mas me diga assim que estiver mal e irei ao seu auxílio. - Tenho a bochecha beijada e meu ômega logo afasta-se de mim.

-Bobo. Te vejo mais tarde. - Ele esfrega a cabeça em meu queixo, deixando-me completamente amolecido com isso e o observo sair. Meu peito subia e descia rapidamente.

-Realmente. O líder tira seu fôlego. - Olho diretamente ao rapaz que falou isso e ele disfarçou, assobiando.

A noite logo caiu, trazendo a lua cheia junto. Estávamos todos reunidos jantando. Realmente, a comida tinha ficado fenomenal. Eu ajeitava o salão, usava meu terno preto de sempre enquanto esperava. Queria saber da surpresa.

Alguns ômegas aproximaram-se de mim, pegando minhas mãos e minha memória resgatou a fala do felino de mais cedo. Não contrataria, apenas deixei levarem-me até uma salinha separada. Tiraram meu blazer e abriram minha camisa branca. Fiquei desconfortável, mas permaneci quieto. Confio no Jimin, então devia ser só uma brincadeirinha.

Sento na cadeira assim que me pediram e começaram a passar uma tinta em meu rosto e meu tronco, com desenhos tribais. Minha tintura era preta com alguns detalhes em vermelho. Creio que combinava comigo.

Colocaram detalhes em meus pulsos, com pulseiras feitas de amarras de cipós. Creio que Jimin devia estar parecido.

Assim que terminou, fui levado até o salão novamente. As grandes lanternas foram apagadas e velas iluminavam um grande círculo vazio no centro. O que era isso? Um ritual?

Fico no meio e fizeram-me sentar de pernas cruzadas. Respiro fundo, vendo alguns ômegas com tambores e outros instrumentos. Eu estava completamente confuso, entretanto, meu coração se acalmou quando virei o rosto para frente.

Jimin com a roupa totalmente branca e aberta em algumas partes caminhava calmamente, com pinturas delicadas em branco e roxo em sua pele. Sua pele se destacava por ser tão branquinha e perfeita. Ele era perfeito da cabeça aos pés.

Fluffly Blood • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora