Capítulo 18

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"O que temos dentro de nós é o essencial para a felicidade humana."

-Arthur Schopenhauer.

Deixo minha palma sobre suas costas, o fazendo carinho enquanto sentia sua respiração mais calma. Eu não gostava de vê-lo chorar, principalmente dessa forma tão violenta e desesperada. Não entendia o porquê dele ficar assim, o que Lee disse teve tanto impacto assim? Não fazia sentido.

-Quer conversar comigo? - Seu rosto virou-se para mim e dei um sorriso, passando meu polegar em seu rosto, limpando o rastro das lágrimas salgadas que ungiam de seus olhos. - Não sou da mesma espécie que você, mas... Sabe, quando precisaram de mim eu fui fraco, quis fugir de tudo. Não tinha coragem e sabia que tentar lutar contra não daria certo, porque eu estava sozinho. - Seus olhos estavam fixos nos meus, ele nem ao menos piscava. - Você não está sozinho e tem coragem! Eu vejo, eu sinto. Você é o garoto mais forte que eu já conheci, mesmo todo mundo dizendo que não, você vai lá e faz. Arranhar aquele caçador é um ato de coragem, podia custar a sua vida e mesmo assim você foi. - O ajeito em meu colo, arrumando sua postura e erguendo levemente seu queixo. - Jimin, você enfrentou três alfas!

Suas orelhas se abaixaram e pude perceber que um sorriso crescia no canto de seus lábios. Eu não era bom com palavras, mas era bom com ele.

-Está certo, você pode ter razão... Mas eu me sinto... Fraco. Eu tenho nada e queria realmente fazer diferença aos ômegas. Eu quero ser livre para ser quem sou, ficar com quem quero e viver como pretendo. Não há razão para viver sem liberdade, eu... Quero ser livre. - Conseguia ouvir seu coração pulando batidas e a determinação nascia de seu peito e iluminava seu rosto. Ele nunca esteve tão lindo quanto agora.

-Você me tem. E eu farei tudo que você precisar, eu quero ver você feliz e sei que necessita disso para ser completamente pleno. - Seguro em seus ombros e sorrio aproximando-me. - Vamos te libertar. - Ergo as sobrancelhas em sobressalto quando o pequeno colou os lábios com o meu, em um beijo afoito e cheio de energia.

Separo depois de alguns segundos o selar e acaricio suas bochechas, acabando por suspirar e encostar nossas testas. Queria vê-lo feliz, cheio de energia. Tudo em si era vivo e gritava para ser visto, então eu iria vê-lo, iria sentir sua respiração, assistir brilhar.

-Eu te amo. - Sussurro e suas orelhas abaixaram-se, uma cauda passou por meu braço e desço os olhos até suas mãos. Seguro-as e afasto nossos corpos para poder encará-lo. - Você é tudo que me importa. Saiba disso, por favor.

-Eu também te amo. - Puxo sua nuca suavemente e selo nossos lábios novamente, fechando meus olhos e deixando-me entregar ao momento. Nada mais importava.

-Agora pare de chorar, você fica com o rostinho fofo e me dá vontade de te esmagar. - Um riso fora solto contra meus lábios e separo, olhando atentamente suas orbes azuladas que estavam levemente avermelhadas por conta do choro. - Ergue esse rostinho e vamos voltar à sala. Quero ver o Lee dizer algo para você agora.

-Kooko, posso te fazer uma pergunta antes? - Concordo com a cabeça, esperando pela frase que ele queria tirar de sua garganta. - Por que você me ama? - Fico surpreso com a indagação e abro a boca, procurando as palavras que poderia dizer para ele. Era uma pergunta que eu precisava saber como expressar.

-Bom, primeiro que você é uma graça, seu rosto é perfeito, corpo é bem desenhado e céus... Seu cheiro é tão bom e eu fico com vontade de ficar abraçado em você, mas acho que o que mais me faz amar você é algo simples, mas complexo. É porque você é Jimin, a forma como me sinto contigo é mágico, como se não tivesse problema algum em minha volta, é a causa da minha serotonina, da minha esperança de viver novamente. Sem você eu ainda estaria isolado aqui, vivendo como uma alma caída. Com toda certeza minha vida é melhor consigo aqui, saiba disso. Meu peito, se eu tivesse um coração que batesse ainda, ele bateria por você e para você. - Pego sua mão com cuidado, o puxando para minha boca e deposito diversos beijos em suas costas, subindo para o pulso e sentindo o cheiro doce de seu sangue, fazendo-me franzir meu cenho. - É por isso que não sei se consigo mais me alimentar do seu sangue. - Subo meus olhos para ele, vendo sua expressão confusa.

Fluffly Blood • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora