Capítulo 12 - Minutos

739 55 4
                                    

Capítulo 12 – Minutos...

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranquilo e tão contente

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo

Já não me preocupo se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você

Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto

                                               (Legião Urbana)

A tarde Mel arrumou as coisas na mala que levaria para a viagem e se produziu para sair com  Dylan que a pegou em frente ao prédio as seis horas da tarde. Mel se divertiu horrores com a nova turma de amigos. Beberam, dançaram, comeram e riram muito. Combinaram que quando ela voltasse da viagem sairiam juntos novamente. Mel Chegou em casa já era quase meia noite, correu para o banho e de lá para a cama. Quando acordou estava toda molhada de suor, enrolada no lençol e atrasada para caramba. O voo sairia às oito e meia e já eram sete e quarenta e cinco. Levantou da cama num pulo. Dez minutos depois ela estava trocada, de mala na mão, fechando a porta do apartamento e ligando feito uma louca para o Théo, tinha que avisar que chegaria atrasada.

Não deu outra ela chegou ao aeroporto oito e quarenta e cinco depois de pagar quase o dobro para o taxista pegar um atalho e fugir do transito.

Theodoro estava puto no saguão de embarque e quando a viu levantou-se rápido dizendo, “A Bela Adormecida chegou, podemos ir”. Mel ficou com raiva daquele comentário, mas como estava atrasada acabou ficando quieta.

O voo foi tranquilo. Viajaram por seis horas e meia até o México. No aeroporto um carro os aguardava para nos levar até o hotel. Durante o trajeto de carro que durou mais ou menos quarenta minutos Theodoro atendeu a pelo menos cinco ligações e três delas eram de Tatiana. A mulher era insistente. Levava vários foras, mas continuava ligando. – Isso deixou Mel com uma luzinha piscando, “por que essa mulher liga tanto para ele? Será que são namorados?” – Uma ligação foi do pai dele perguntando se haviam chegado bem e a outra foi de um dos negociadores do México para marcar o horário da reunião no dia seguinte. O carro parou em frente a um hotel lindo. A construção era de arquitetura antiga e luxuosa em estilo Vitoriano. O hotel Hampton era um dos mais famosos da Cidade do México e era nele que eles ficariam. A recepção era linda toda iluminada. O chão coberto parte por um carpete e parte por granito branco, Melissa ficou maravilhada com o que seus olhos viam. Sem perceber ela ria sem parar. Estava se comportando como uma criança, mas não conseguia evitar estava realmente feliz com aquela experiência.

Depois de fazer o check in na recepção do hotel Théo olhou pra ela e sorriu.

__ Vamos. – ele chamou e ela o segui. Pegaram um corredor lateral e pararam em frente ao elevador.  

__ Nós ficaremos no último andar. Nossos quartos estão um ao lado do outro.

__ Ok. Tudo bem. – Apesar de sua expressão não ser tão séria a voz dele estava mais firme do que o normal. – “Nossa acho que nem aquele hotel maravilhoso era capaz de abrandar o humor Theodoro Rhumell”, Mel pensou.

__ A nossa primeira reunião será amanhã às nove horas. Por favor não se atrase. – “Ai que droga agora ele vai jogando na minha cara toda hora. Maldita hora que eu inventei de sair com Dylan”. Apesar de ter sido muito legal sair com eles ela dormiu demais e além de tudo estava cansada da viagem, fora o fuso horário que era de quatro horas. Se estivessem em São Paulo já seriam três horas da tarde, mas lá ainda eram onze horas da manhã.

Chegaram  ao andar dos quartos que ficaríamos e Théo esperou que ela passasse e depois a conduziu pelo corredor até os quartos. Eles ficavam com as portas uma ao lado da outra. Ela parou e ele entregou a chave.

__ Obrigada. Teremos algum compromisso hoje? – Perguntou Mel, Ela queria tomar um banho e torcia para que ele não a chamasse para nada. Com um pouco de sorte ela queria explorar a cidade. Ver como era a vida na Cidade do México.

__ Não Melissa como disse nosso compromisso será amanhã.

__ Ótimo então eu vou descansar um pouco e depois vou sair. Quero conhecer a cidade. – Théo sorriu , mas não foi um sorriso qualquer, foi um sorriso daqueles que viram a nossa cabeça.

__ Se você me quiser te faço companhia, não é bom que uma garota fique andando sozinha por uma cidade desconhecida. – Ai minha nossa senhora das mulheres com fraco por sorrisos masculinos.

__ Se você não se incomodar eu adoraria ter companhia.

__ Certo então me avise que horas quer ir. Irei com você.

__ Agora são onze horas, bem acho que por volta das três da tarde . Pode ser?

__ Pode. Combinado as três então. Espero-te na recepção do hotel. – Théo disse entrando no quarto e em seguida fechou a porta.

Melissa abriu a porta e entrou no quarto dela. Ficou estarrecida. O quarto era muito lindo.

A cama era enorme e estava coberta com uma coxa bordada em dourado com fios de seda. Era linda demais. Deixou a mala no closet e fui até o banheiro. Olhou a banheira enorme cor de marfim com granito em volta e ficou tentada a mergulhar nela, mas queria descansar um pouco então a ducha foi à opção escolhida. Depois do banho caiu na cama e se esqueceu de tudo, era muito bom poder esticar o corpo depois de seis horas e meia dentro de um avião.

“Hum nossa Théo que gostoso, esse morango esta muito doce” – Théo mergulhava o morango no champanhe e depois colocava na boca dela. Ela nunca havia comido morango assim. Era muito erótico. Cada vez que ele colocava o morango na boca dela, ela chupava um pedacinho da pele dele. Os cinco sentidos estavam sendo despertos naquele momento. O paladar pela textura suave da fruta com o sabor do champanhe, o tato no corpo dele, o olfato com o perfume natural que ele tinha e  em Mel funcionava como afrodisíaco, a visão era alertada pelo corpo maravilhosamente perfeito que Théo possuía a audição com as sacanagens que ele falava enquanto chupava a pele dela. Theodoro Rhumell era de enlouquecer qualquer mulher. Mel estava nua, e sentia os olhos gulosos dele em cima de seu corpo. Ele a havia colocado de bruços na cama e estava ao lado dela. Por vezes ela fechava os olhos enquanto ele colocava o morango nos seus lábios. Não via a hora de sentir o corpo dele pesando sobre ela. Era tão gostoso.

TRIM TRIM TRIM TRIM

TRIM TRIM TRIM TRIM

Mel pegou o celular e desligou o alarme já eram duas e quarenta. Ainda bem que colocou pra despertar porque com aquele sonho ela só acordaria no outro dia. Levantou em um pulo e foi tomar uma banho rápido. Estava uma tarde abafada então escolheu um vestido bem fresquinho de alças finas, colado do busto até a cintura e rodado na saia, ele ficava um pouco acima dos joelhos. Azul claro e branco, ela adorava aquele vestido. Escovou os cabelos e passou um gloss nos lábios. Optou por uma rasteirinha branca pois iria caminhar e não queria ficar com dor nas pernas mais tarde. Os saltos ficariam para o dia seguinte.

Pegou a bolsa e o celular. Ficou pronta cinco para as três e pensou “Ótimo não vou me atrasar, agora é só descer para o saguão do hotel e pronto”.

Aos poucos Mel estava ficando mais envolvida com Théo do que com qualquer outra pessoa. Ele era protagonista dos sonhos mais eróticos que ela tinha tido na vida. Nenhum homem havia chegado aonde ele chegou, nas fantasias dela. Lucas havia sido diferente, ela se entregou pra ele sem reservas, mas com Théo não era assim, ela não admitiria pra ninguém e muito menos para o próprio Théo, mas ela estava extremamente envolvida por ele e nenhum suspiro que ele desse passava despercebido por ela, então ela começou a se acostumar a se afastar durante o dia e sonhar durante a noite. Um amor impossível... era isso que Mel pensava. 

reencontrando o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora