reencontrando o amor

Capítulo 45 - Recomeço

Capítulo 45 - Recomeço

Quando a lua tentar me encontrar
Diga a ela que eu me perdi
Na neblina que cobre o mar
Mas me deixa te ver partir

Um instante, um olhar, vi o sol acordar
Por de trás do seu sorriso, me fazendo lembrar

Que eu posso tentar te esquecer
Mas você sempre será
A onda que me arrasta
Que me leva pro teu mar

Sinto a calma em volta de mim
O teu vento vem me perturbar
Me envolve me leva daqui
Me afoga de novo no mar

Um instante, um olhar, vi o sol acordar
Por de trás do seu sorriso, me fazendo lembrar

Que eu posso tentar te esquecer
Mas você sempre será
A onda que me arrasta
Que me leva pro teu mar
Me perco nos teus olhos
E mergulho sem pensar
Se voltarei...

(Marjorie Estiano)

Três meses depois...

Mel

Hoje faz um mês que deixei o hospital. Saímos e ficamos quatro dias na casa dos meus pais, onde eu fui mimada e paparicada por todos inclusive Théo.

A perda do bebê ainda dói demais e eu evito falar sobre este assunto, embora muitas vezes eu me pegue pensando no tamanho que estaria minha barriga agora e em como seria o rostinho dele, "apesar de não termos tido tempo de descobrir eu tenho certeza que era um menino".

Depois de tudo o que aconteceu Théo e eu ficamos mais próximos. Ele me pediu em casamento formalmente aos meus pais e quando voltamos para São Paulo estávamos oficialmente noivos. Nosso casamento acontece em exatos dois dias e eu estou uma pilha enorme de nervos.

Voltei a trabalhar na empresa no mesmo cargo que já tinha antes. O Doutor César foi muito gentil comigo e tivemos uma conversa séria em que ele me pediu desculpas. Disse que de fato havia acreditado na conversa do Lucas, mas que depois compreendeu tudo o que ocorreu e se sentia envergonhado por ter caído no golpe e colocado tanto Théo quanto eu em perigo.

Nesse mês as coisas aconteceram muito rápido. A descoberta que tudo foi um plano de Lucas com a ajuda de Cecília foi um golpe enorme. Mesmo com tudo o que havia acontecido eu jamais imaginei que um dia minha prima pudesse tentar me matar como fez. Apesar de tudo o que havia passado e da forma como eu descobri a traição deles o tempo já estava arrefecendo a magoa no meu coração. Eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes, Cecília e eu crescemos como irmãs e mesmo com tudo o que houve saber da morte dela me causa um sentimento dúbio. Eu estou feliz em saber que ela não me oferece mais risco, mas ao mesmo tempo sinto-me em luto pela sua morte.

Até hoje Théo ainda não me contou exatamente como ocorreu à morte de Lucas, apenas disse que ele estava morto e não precisávamos mais nos preocupar. No momento que empurrei Cecília contra a parede da janela que eu sabia que estava muito velha e não aguentaria o impacto eu não pensei em consequências. Minha vontade era tira-la de perto de mim e do meu filho. Ele sim era minha prioridade e por ele eu lutaria até a morte. No dia que sai do hospital eu soube que ela também estava morta. Caiu da janela e não resistiu aos ferimentos. Eu não sei como tudo aconteceu ao certo. Meus tios foram me visitar nos dias em que passei na casa dos meus pais. Pareciam envergonhados, mesmo que não tivessem motivo pra isso, afinal eles nunca fizeram nada de errado. Cecília que buscou o próprio destino e teve um fim trágico. Soube que não aconteceu velório e meus tios não quiseram ver o corpo dela, então foi um dos Capangas de Allan que providenciou tudo.

Perdemos todos!!!

Esta luta não teve vencedor.

Sempre ficaremos marcados pela perda do nosso filho e apesar de nunca temos visto seu rostinho já o amávamos além de nós mesmos.