• festival desportivo •

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AVISO DE GATILHO: estupro, abuso sexual, violência.


— Obrigada. - agradeci, me inclinando e deitando minha cabeça no peito dela. — Eu vou falar com ele.

— Bom, depois me conte o que rolou. - beijou minha testa. — E se o Kiri se mostrar um babaca, você me avisa. - me afastou, olhando bem nos meus olhos. — Eu corto o pinto dele. - ri, achando graça de sua superproteção. — Tô falando sério.

— Tá bom. - sorrio, tentando tranquilizar ela. — Vamo voltar para os dormitórios agora?

— Bó.

E com a minha ajuda, voltamos para o campus da Yuuei. Hannah veio mancando e reclamando o caminho todo. Mas eu nem podia culpá-la coitada. Eu arrebentei a menina.

Algumas horas mais tarde...

— Oi amor. - cumprimentei, entrando em seu quarto e me jogando ao lado dele na cama. Ele estava meio úmido, e a julgar pelo cheiro forte de sabonete, ele tomou banho recentemente. — Fez o que hoje?

Ele se virou pra mim, apoiando o cotovelo no colchão e a cabeça na mão. Parecia feliz.

— Passei a maior parte do tempo na academia do campus hoje. - disse, levando uma mão para o meu rosto e descendo.

É incrível que sempre quando estamos perto um do outro ele sente a necessidade de me tocar.

— Se alimentou direitinho? - comecei minha sessão de interrogação.

— Sim.

— Bebeu quantos litros de água?

— Três.

— Teve pausa pra descanso? - ele desviou o olhar na hora. — Eijirou.

— Não muito, mas só porque eu estava treinando com o Katsuki também. - bufei.

— Tentou impressionar ele. - resmunguei irritada, e cruzando os braços.

— Não! - se apressou em dizer. — Eu não tentei impressionar ele, tentei ir até o meu limite. - subiu em cima de mim quando não voltei a olhar pra ele, segurando meu rosto e me obrigando a fazê-lo. — Não precisa ficar com raiva do Bakubro, linda.

— Se você desmaiar de cansaço que nem aconteceu aquele dia, eu juro q-

— Eu não vou. - me cortou, olhando nos meus olhos e soando sincero. — Te prometo. - beijou meu nariz, e eu acabei amolecendo.

— Hm.

— Agora me conta sobre o seu dia. - pediu, saindo de cima de mim.

Suspirei, sentindo as palmas da mão suarem de nervosismo.

Eu do fundo do coração, não queria contar isso pra mais ninguém.

— Ajudei Hannah com o treinamento dela. - comecei. — Levei ela pra academia do meu pai.

— Uau, você levantou da cama. - zombou, e eu lhe dei um tapa no braço.

— Enfim, eu basicamente fui a instrutora dela por um dia, e aparentemente vou ser o resto da semana também. - resmunguei, e ele riu. — Mas, quando eu estava lá, acabei reencontrando uma pessoa.

— Que pessoa?

Meu coração parecia que ia escapulir do peito de tão forte que batia.

— Eu tinha quinze anos quando conheci ele, um ano antes de entrar na Yuuei. - engoli a saliva inexistente, me sentando e encostando minhas costas na parede. Continuei sem olhar pra ele. — Ele era um cara legal, sempre sorridente e falava bastante. Me conquistou fácil. - prendi o choro, imagens do fatídico dia vindo como pisca-alertas na minha cabeça. — Um dia, me chamou pra ir numa festa.

— Amor...

— Nessa época eu era bem revoltada com o meu pai, e minha mãe estava viajando, então eu simplesmente escapei. - ri, limpando rapidamente a lágrima que escorreu. Como eu era idiota. — Fugi com ele e alguns amigos dele pra uma boate. Eu nem me lembro como eu consegui entrar já que não tinha uma identidade falsa, mas eles deram um jeito. - respirei fundo, resolvendo parar de enrolar e contar a merda mesmo. — Eles me drogaram.

— Porra. - ouvi ele murmurar, se sentando na cama também.

— Me levaram para um quarto e me trancaram lá dentro com ele. - nesse ponto, eu já não conseguia disfarçar o choro mais. — Eu fui...eu fui...

— Shh, não precisa falar mais nada amor. - me abraçou, encondendo meu rosto no peito dele.

Chorei, lembrando de tudo. Ou tudo que eu conseguia lembrar.

"— Ah, você tem uma cara ótima querida. Abre mais sua boquinha pra mim. "

"— Que buceta apertadinha, mal consigo entrar. - riu, se forçando mais pra dentro e me machucando. Gritei, mas tive a boca tampada. — Quietinha, não gosto de meninas escandalosas."

"— Você que pediu por isso querida, só estou atendendo os seus desejos. - disse, quando mais uma vez implorei para que parasse."

"— Cala a boca vadia! - senti o impacto de sua mão na minha cara, não conseguindo me mover para me defender dos outros. — Você que quis isso quando me seguiu por aí que nem um cachorro abandonado, agora aguenta. - e meteu mais forte, o gosto metálico tomando todo o meu paladar."

"— O que aconteceu? - resmunguei grogue, perguntando pra pessoa que havia me acordado.

— Ah meu deus! Você está bem querida? - era uma mulher, e ela parecia bem aflita."

"— Tem certeza de que foi isso mesmo que aconteceu? - o policial perguntou, pela milésima vez.

Eu já nem sabia mais. A prova do que sofri era o meu corpo, mas as memórias estavam bagunçadas e eu mal conseguia falar. Era como se eu tivesse um bolo na garganta.

— Acha que minha filha mentiria? - segurei meu pai quando tentou avançar no policial. Eu nem sei como ele chegou até aqui tão rápido.

Pensei que não se importasse."

"— A culpa não é sua amor. - mamãe acariciou meus cabelos, sussurrando aquilo pra mim mais uma e outra vez. — A culpa não é sua.

Mas o choro não descia. Eu estava em choque."

"— Eu vou acabar com ele! - Matt rosnou.

— Eu ajudo. - Yuri também, os dois bravos e ensandecidos com o que mamãe acabou de contar.

— Vocês não vão fazer nada! - gritou mamãe. — Tudo o que devem fazer agora, é dar apoio à sua irmã. - apontou pra mim. — Não vêem o quanto ela está sofrendo?"

É, ainda dói mamãe.

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lembrem-se, não importa oq fizeram com vcs. se foi contra seu consentimento, contra sua vontade, você nunca é culpad por aquilo q aconteceu.

a culpa é do monstro q fez isso com vcs.
amo vcs, e saibam q eu qro q fiquem bem <3

𝐊𝐈𝐑𝐈𝐒𝐇𝐈𝐌𝐀 𝐄𝐈𝐉𝐈𝐑𝐎𝐔, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora