• festival desportivo •

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— Tá bem amor? - Eiji veio correndo até mim, pegando meu rosto e erguendo gentilmente, todo preocupado.

— Tô, não é como se eu me importasse muito mesmo. - dou de ombros. — Mas ei, parabéns. Tô orgulhosa de você. - sorri quando ele sorriu, abraçando seu pescoço. — Vou torcer muito por você.

— Obrigado. - sussurrou, me apertando mais. Gemi, ainda sensível por causa dos constantes furos que eu levei. — Se machucou?

— Ela ficou esbarrando nos espinhos. - Sero respondeu por mim, vindo até nós e ficando do meu lado. — Eu tentei ajudar enrolando minhas fitas nela, mas acho que não ajudou muita coisa.

— Ajudou sim. - respondo.

— Valeu cara. - Eijirou agradeceu, e após uma troca de olhares que, por pouco não me deixou desconfortável, Sero se despediu, voltando para a arquibancada.

— Ele me falou sobre o que vocês conversaram. - falo, vendo seus olhos caírem sobre meus mais rápido que notícia ruim. — Era sobre isso que você queria conversar, não era?

— Era.

— E então? Você quer fazer? - troquei os pés, colocando o peso na perna esquerda agora.

— Acho melhor a gente conversar num lugar mais reservado. - desconversou, apesar de não desviar os olhos dos meus. Eijirou quase nunca fazia isso. — Passo no seu quarto mais tarde?

— Claro.

Quando voltei para o meu quarto, ouvi meu celular vibrar. Pensei ser mensagem, mas na verdade era ligação da minha mãe.

— Alô.

— Oi filha, tá bem? - sorrio, sabendo só pelo seu tom de voz o motivo da ligação.

— Tô sim mãe, e você? - me joguei na cama, arrancando os tênis e me aconchegando debaixo das cobertas.

— Eu tô bem. - a linha fica muda por um tempo, esperando ela falar de novo. — Eu tava torcendo por você filha.

Detesto quando ela fala nesse tom.

— Por que você está se desculpando? - questionei, suspirando.

— Eu também não sei. - riu, possivelmente sem graça. — Todos nós torcemos por você. Até mesmo seu pai.

— Claro, acredito muito. - debocho.

— Não fala assim S/N, ele está tentando ser um pai melhor pra você. - me irrita que ela ainda defenda ele.

— Pena, não tá sendo o suficiente. - seca.

— Olha, filha-

— Mãe, se essa conversa for sobre ele, eu vou desligar. - a corto, curta e grossa.

— Até quando vai ser rancorosa assim, S/N? - não respondi mais, simplesmente desligando e botando no silencioso.

Abri minha caixa de mensagens, recebendo felicitações e palavras de apoio de todo mundo, até mesmo de Yuri — que eu não tenho uma relação tão boa — menos dele.

Solto uma risada. Tô vendo o quanto ele está tentando mamãe.

Terceiro dia...

— Boa sorte. - desejo, beijando sua bochecha. Mas Eiji me para, prendendo minha cintura e me encarando meio emburrado. — O que foi?

— Me dá um beijo de verdade, porra. - rio, levando uma mão até sua nuca, infelizmente não podendo embrenhar a mão em seus fios porque ele prendeu em um rabo de cavalo, e o puxando para um "beijo de verdade". — Aí sim. - sorriu, apertando minha lateral e me beijando de novo.

— Você é tão carente. - resmungo em meio ao beijo.

— Não, só tô aquecendo pra mais tarde. - me arrepio com a lembrança do que faríamos quando o Festival finalmente acabasse. — Eu já falei com ele. - gesticulei para atrás de mim.

Não precisei olhar para saber que Sero estava ali.

— Vai lá. - incentivo quando nome dele é chamado, dando um último beijo de boa sorte e largando ele.

Eiji foi correndo, e eu acabei ficando naquele canto sozinha, com Sero.

— E aí? Como tá se sentindo? - perguntou, se aproximando. Quase sorri sarcástica, mas apenas dei de ombros.

O olhei de rabo de olho.

Sero nunca passou despercebido por mim. É alto, moreno, tem um estilo que eu acho legal, e com tantos anos de treinamento seu corpo cresceu igualmente atraente. Ele estava mais...largo e fortinho, e ele mantinha o cabelo curto agora.

Fora os piercings — malditos piercings — que ele tinha na orelha e na boca. Deveria ser um pecado esse povo ser tão bonito. Dá até raiva.

— Confesso que tô meio nervosa. - falo, quebrando o silêncio estranho que ficou entre a gente. — Mas, também, muito excitada. - me viro pra ele, que sorri ladino. — Não me faça arrepender de ter concordado com isso.

— Relaxa S/N. - praticamente encostou o peito no meu, abaixando a cabeça para falar perto da minha boca. — Você não vai.

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alexia, play daddy issues

𝐊𝐈𝐑𝐈𝐒𝐇𝐈𝐌𝐀 𝐄𝐈𝐉𝐈𝐑𝐎𝐔, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora