Capítulo 15

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A supressa estampava seu rosto, enquanto ela permanecia estática, absorvendo cada palavra que eu havia falado

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A supressa estampava seu rosto, enquanto ela permanecia estática, absorvendo cada palavra que eu havia falado. Seu silêncio acompanhado somente pelo barulho ao redor das pessoas no restaurante, das conversas baixas, dos talheres e dos sons das panelas que ecoavam pelo ambiente me deixado em completa ansiedade.

Havia muitas dúvidas em meus pensamentos. –Não pelo fato de estar sentindo algo por Alícia – Sobre esse ter sido o momento certo de falar o que sentia, pois estava com medo de ter me apresado demais. Talvez o conselho de Erick sobre ser direto não servisse nessa situação.

O arrependimento começava a aumentar, à medida que uma palidez tomava conta de sua pele; Isso fez meu coração se apertar tanto que comecei a respirar profundamente buscando mais ar.

Em um gesto rápido Alícia tira as mãos que estavam sobre a mesa e as coloca apoiadas em suas pernas, mas não tão rápido que eu não pudesse ver que elas estavam trêmulas.

Sua respiração se tornou profunda diante do silêncio que ainda permanecia ente nós, porém depois de fechar os olhos e soltar um logo suspiro, como se finalmente tivesse absorvido todo o peso de minhas palavras e seu olhar é dirigido a mim.

–Seu eu não te conhece... –Pronúncia quebrando o silêncio. – Iria jurar que estava brincando comigo, ou apenas soltando mais uma de suas provocações mas... –Uma voz rouca e um pouco baixa ecoava conforme ela falava. –Por quê?

Fiquei apenas alguns segundos sem proferir nada antes de conseguir falar, pois mesmo que não deixasse transparecer, estava nervoso com toda essa situação.

–Eu não sei te responder... Mas não importa o que eu faça pra tentar evitar o que estou sentindo, não funciona. –Digo da forma mais sincera que consigo, enquanto seus olhos me analisavam e sondavam cada palavra minha.

–Durante esses anos que trabalhei com você sempre o vi sair com várias...E depois simplesmente as dispensava, no caso eu dispensava uma grande parte. –Alega de forma cautelosa e baixa. –Não quero ser igual a elas.

–E não é. –Falo apressadamente. –Você é importante pra mim, e no caso delas... É diferente, mas isso não quer dizer que as tratava mal, longe disso. Tratava-as como rainhas, mas não sentia nada, por isso sempre as dispensava... Sem levar em conta que grande parte só saia comigo pelo meu dinheiro ou pelo peso do meu nome...Mas você é diferente em todos os sentidos, por isso quero uma chance...

–Eu sei que... Eu não consigo... Não sei o que viu em mim, mas está errado, não sou como você imagina, não sou certa pra você. Não posso te dar uma chance.

Dor.

A única coisa que sentia nesse momento era dor. É como se meu coração fosse feito de vidro e alguém o tivesse arremessado com a maior força do mundo no chão, o quebrando em várias fagulhas.

Mesmo falando várias e várias vezes que não ficaria triste e que respeitaria sua opinião, não imaginei que fosse doer tanto.

–Você tem razão. –Solto um suspiro. –Você não é igual a elas... –Seus olhos se tornam distantes. –Porque elas não chegam nem perto dos seus pés, você talvez não veja isso, mas eu vejo. –Rapidamente volta a me encarar.

Uma Regra - Os SartoriOnde histórias criam vida. Descubra agora