Duas semanas antes...
Deixo cair a cabeça sobre a mesa.
Merda!
Como eu me meti nessa confusão?
Adoro os meus avós, e não perderia a comemoração do aniversário deles por nada, mas... Sei a pergunta que todo mundo vai me fazer. Quando é que você vai finalmente casar?
Não quero pensar nisso agora. Preciso focar no trabalho.
Tava mexendo no meu almoço, quando o Isaac, meu amigo e colega de trabalho na revista de moda para qual trabalho, se joga numa cadeira ao meu lado.
— Ei, mocinha, porque essa cara? Desembucha.
— Então... eu disse aos meus pais que estava namorando alguém.
— Não, você não fez isso!
— Sim, eu fiz.
— Mas você não está saindo com ninguém, ou você está escondendo algo de mim?
— Você sabe que não estou escondendo nada, mas é que... Bem...
— Alguém te fez a pergunta "Quando é que você casará?"
Aponto o garfo para o Isaac.
— Exatamente isso.
— Qual é o problema?
Bufo pelo nariz.
— Os meus avós estão comemorando 50 anos de casados e todo mundo quer conhecer o meu namorado imaginário.
— Diz para eles que vocês terminaram.
— Eu não posso fazer isso com os meus avós! Sou muito apegadas a eles. Não quero estragar a comemoração deles.
— Quanto tempo você tem para sair dessa embrulhada?
— A festa e daqui a cerca de duas semanas. Eu estava pensando viajar mais cedo e ajudar nos preparativos. Ei, você...
— Não.
— Como você sabia que eu estava prestes a te pedir para ser o meu namorado de mentirinha?
— Porque sou incrível, esqueceu? De qualquer maneira, eu seria a sua pior escolha.
— Porquê?
— Talvez eu representasse bem o papel por algumas horas, mas se você tiver primos gatos... eu me jogaria neles!
Explodo em um riso.
— Você é incorrigível!
— Você não disse que a Hanna te convidou para ir ao clube dela hoje á noite?
— Sim?
— Bem, vai à caça querida! — Ele levanta as sobrancelhas de forme significativa. — Aposto que você não terá qualquer dificuldade em arrumar um, cara.
— Obrigada por ouvir os meus desabafos.
— Não precisa agradecer, querida. — Ele se levanta, pega o prato dele, se inclina para baixo e me beija na testa. — Tenho que voltar ao trabalho.
— Te vejo mais tarde.
Meia hora depois...
— Obrigada por me ajudar a entrar, Hanna
Sento-me num banco do bar.
Hanna pega um shaker e algumas garrafas, e começa a misturar a sua bebida favorita. Contorce-me no banco, batendo com os dedos na superfície do balcão.
— Então, o que tá! Pegando?
— Sou tão obvia assim?
— É... você está parecendo bastante nervosa.
Suspiro ao explicar a sua situação para Hanna: o aniversário de casamento e o namorado inexistente.
— Sei o que você devia fazer! O irmão de uma colega minha trabalha como namorado de aluguel, então você podia... sabe... contrata-lo para ele fingir ser seu namorado. Pelo que eu ouvi, ele tem ótimas referencias.
— É mesmo?
— É. Escuta, eu descobrirei mais algo, discretamente é claro. — Um cliente faz um sinal para Hanna, a multidão noturna se reunindo. — Você ficará bem aqui sozinha por um tempinho?
— Claro, não e a primeira vez que venho quando você tá trabalhando. — Ela olha para mim com cautela — Prometo que ficarei bem.
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Namorado de aluguel (CONCLUÍDA) / Revisado
FanfictionTem algo mais difícil do que ir a um aniversário de casamento, sozinha? Para evitar todas as perguntas incomodas da sua família sobre quando você vai ser casar, sua melhor amiga, marca um encontro as cegas para você. Mas quanto tempo isso durará? P...