Capítulo 17

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Cedo na manhã seguinte, acordo com o som do telefone do Yago tocando sem parar.

— É o meu agente... já tenho cinco chamadas perdidas. — Ele joga as cobertas para o lado, desbloqueia o telefone e o pressiona contra o ouvido. — Sério?!

Sento-me na cama, abraçando meus joelhos contra o peito, enquanto observo Yago andando para frente e para trás.

Os olhos dele estão arregalados de admiração e ele mal consegue controlar o sorriso animado, tentando manter a voz calma e profissional.

Um minuto depois, ele desliga a ligação. O sorriso do Yago é largo e contagiante.

— O que aconteceu?

— Fui escalado para um trabalho! Um verdadeiro trabalho de atuação, numa série de TV, e não apenas como figurante.

— Estou tão feliz por você! — Pulo da cama e corro para abraça. — Mas você tem que me dar mais detalhes do que isso.

Ele coça a nuca.

— Bem... eu não deveria dizer nada... — Faço minha cara igual a do gato de botas. — Mas já que ainda não assinei os acordos de confidencialidade que estão enviando pro meu e-mail nesse exato momento... consegui o papel masculino principal numa série de detetives em fase de produção. — Meu coração bate com a empolgação dele. — Eu me sinto que nem um adolescente que conseguiu o papel principal em... não sei... Romeu e Julieta ou algo assim. — Rio da empolgação dele. — Você não sabe a melhor parte... Posso continuar na nossa cidade... e se você me der uma oportunidade, podemos explorar ainda mais o que há entre a gente. Podemos fazer isso dar certo... Deixarei de trabalhar como namorado de aluguel.

— Você faria isso por mim?

— Com ou sem esse papel, eu faria isso sem pestanejar!

Estarei pronta pro desafio de ser a namorada de um lindo ator em acenação. Yago segura  minhas mãos e me traz para perto.

— Estou falando sério sobre meus sentimentos por você. Jade, mas você não precisa tomar nenhuma decisão agora... é apenas algo para você considerar, tá! Certo?

— Sim, obrigada.

— Sabe de uma coisa? Vou te levar para um café da manhã comemorativo. Pegarei a chave do carro  com seu pai.

Yago sai do quarto após ter me dado um selinho.

A cozinha e a sala de jantar estão fervilhando de atividade, por isso vou pela sala de estar.

A voz irritante da Emma chama minha atenção. Pera aí... ela tá! Lá dentro com o Yago?

Observo pela esquina bem a tempo de ver a Emma envolvendo os braços no pescoço do Yago.

— Ela não precisa saber... — Yago segura as mãos dela e as remove do pescoço dele. Ele dá um passo atrás com um suspiro profundo, fazendo Emma franzir a testa. — Não me diga que você tá me rejeitando.

Yago aperta a ponta do nariz.

— Olha... você é uma garota legal, e... — A voz dele é firme e fria, sem dar espaço para uma discussão. — Me deixa ser claro. Eu não estou interessado em você. Não há nada que você possa fazer ou dizer que me faça ceder aos seus avanços. Amo sua prima.

O quê? Ele realmente disse o que acredito que ele disse?

Meu coração dispara e eu engulo em seco.

— Eu... eu a amo...

Yago parece tão surpreso com essa revelação quanto eu.

— Você é patético. Não se preocupe. Acabei de perder o interesse.

Ela dá as costas para ele e vai direto na minha direção.

Corro para fora de casa.

Namorado de aluguel (CONCLUÍDA) / RevisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora