Life Goes On

Piscina ou banheira

Gente, não consegui postar antes, perdão. Minha princesinha (de quatro patas) ainda é um nenê e precisa de muita atenção e cuidado. Mas voltei com mais um capítulo, até maior para compensar, e espero que gostem!

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- A Anne chegou hoje no Brasil. A Carol deve estar dando pulos de alegria.

- Não duvido, - Rosamaria comentou enquanto passava os canais da TV pequena que estava pendurada na parede do quarto na frente da cama.

Ela podia ouvir a água do chuveiro vindo do banheiro, e um pouco do vapor que havia se formado lá dentro estava saindo por baixo da porta. Ela havia brincado mais de uma vez que Gattaz gostava de tomar banho com a água na temperatura vulcânica, mas, de alguma forma, a mulher ainda conseguia ter a pele macia.

- E eu falei com a Macris agora pouco. Ela me disse que vai roubar um tênis da Gattaz antes de devolver as malas.

Rosa sorriu, mesmo sabendo que a amiga não podia vê-la. Tentou imaginar Macris usando o tênis número 43 da central e só conseguiu rir da cena. - A Gattaz mata ela. Ela ama os tênis mais do que a lancha.

Do outro lado da linha, Roberta também riu. – Impossível isso ser verdade. – Houve uma pequena pausa enquanto elas riam de novo, sabendo que a lancha de Gattaz era seu orgulho e alegria, antes que Roberta conseguiu falar novamente. - Como ela está?"

- Bem. Não para de me atazanar as ideias, para variar.

Conhecia a levantadora bem o suficiente para saber que Roberta havia revirado os olhos para suas palavras e o que ela disse depois apenas confirmou isso. - Vocês duas estão sempre implicando uma com a outra. Parece Tom e Jerry.

- Eu sou o Tom, - Rosamaria afirmou rapidamente sem pensar nas implicações antes.

- Correndo atrás do Jerry? – Claro que Roberta não iria deixar a oportunidade passar. A outra mulher riu de sua própria piada enquanto Rosa balançava a cabeça para si mesma. - Vulgo, Gattaz?

- Engraçadinha, - a oposta falou, finalmente desistindo de achar algo na TV, que tinha apenas os canais locais para assistir. Acabou deixando em um canal qualquer só para fazer barulho no quarto, e suspirou quando ajeitou suas costas contra os travesseiros na cama. Podia ter encerrado o assunto por lá mesmo, sem necessidade alguma de cavar sua cova, mas parecia que sua boca tinha vontade própria. - Eu nunca vi ela com outros olhos.

- Nunca mesmo? – Roberta perguntou sem conseguir esconder a surpresa de sua voz. Rosa não conseguia dizer se era por causa de sua afirmação ou pelo fato dela ter prolongado o assunto dessa forma.

- Nunca! – afirmou, tentando reunir toda a convicção que podia.

Não tinha motivo algum para tentar convencer Roberta de suas palavras, muito menos se justificar, mas havia algo na levantadora que sempre deixou a tarefa de abrir o coração mais fácil. Sempre foi assim entre elas. Se havia alguém que conseguia fazer Rosa se abrir sem precisar se esforçar muito, essa pessoa era Roberta, mesmo que ela não soubesse o motivo para isso. Justamente por isso que não conseguiu manter a mentira por muito tempo.

- É, quer dizer...

- Agora termina. – Roberta riu e Rosa sabia que ia acabar contando tudo para ela. Talvez fosse exatamente isso que estava procurando quando ligou para a amiga após Gattaz entrar no banheiro. - Fofoca contada pela metade quase mata fofoqueira, - disse a levantadora em tom humorado.

- Teve um breve momento que eu até pensei, mas... – Não terminar suas frases parecia ser a maneira que seu cérebro ia lidar com aquela conversa. Rosa encostou a cabeça na parede, segurou seu celular com um pouco mais de força e fechou os olhos. Era, literalmente, a primeira vez que admitia aquilo em voz alta.