Prólogo

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As sirenes ecoavam em minha mente, as luzes vermelhas e azuis estavam por todo lado

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As sirenes ecoavam em minha mente, as luzes vermelhas e azuis estavam por todo lado. Os policiais entravam e saíam da minha casa, do meu lar, como se fosse apenas mais uma cena de crime.

O barulho ao redor me incomodava, as pessoas comentando, olhando e sussurrando me davam agonia.

Meu pai não era um criminoso, meu pai… Eu já não sabia mais quem ele era.

— Elizabeth Monroe Roberts — escutei uma voz rouca me chamar e me virei tentando descobrir quem era o dono daquela voz.

Um policial alto caminhava até mim, então conclui que a voz era a dele.

— Sou o oficial John, é preciso que você e sua irmã me acompanhem. — seu rosto era iluminado pelas luzes que piscavam dando contraste com a noite.

Meu nome é Elizabeth Monroe, e eu tinha dezessete anos quando meu pai foi acusado de assassinato.

Eu tinha dezessete anos quando precisei ir para a casa de parentes que eu nem mesmo conhecia.

Eu tinha dezessete quando me vi perdida sem solução.

Como uma flor prestes a florescer que foi arrancada de seu jardim à força, poderia sobreviver?

Meus olhos rodeavam o lugar procurando pela face da minha irmã. A única pessoa que independente de tudo, ainda me deixava preocupada. Como ela estaria se sentindo com tudo isso?

— Clara, onde está minha irmã? — perguntei baixo e tive a impressão de um sorriso no rosto do homem à minha frente, mas que não foi confirmado.

— Ela já está no carro, precisamos ir agora! — ele ordenou assim que viu outros oficiais carregando uma maca, tiraram o corpo falecido de dentro da minha casa. Enquanto isso, caminhamos até o carro, onde ele abriu a porta e eu entrei sentando ao lado de Clara.

Eu não sabia ao certo o que falar, oque dizer.

Defender meu pai?

O corpo estava na minha casa.

Encarei o rosto da minha irmã, que estava molhado com lágrimas frescas. Ela era tudo que me preocupava naquele momento. Era um anjo na minha vida, e eu queria ser na dela. Clara sempre foi dócil, a pessoa que me inspirava, uma das poucas pessoas que eu podia ver e querer viver apenas para ver seu sorriso por mais um pouco de tempo.

— Está tudo bem? — perguntei e me critiquei em seguida. Ela não respondeu.

Seus olhos estavam inexpressivos, não tinham brilho e nem sinal de vida neles. Seu choro era baixo e seus olhos estavam vidrados em suas pequenas mãos, enquanto as mesmas tremiam e apertava com força a barra do vestido que usava.

Observei o policial pelo retrovisor, o que ele percebeu em segundos. 

— Estamos a caminho da casa da tia de vocês, Celine Monroe Evans — ele falou e parecia querer uma resposta, mas não a obteve — Ela é irmã da mãe de vocês.

Pingos de chuva começaram a cair molhando a estrada, fazendo subir o cheiro de grama molhada. Fechei o vidro por completo para não pingar em mim.

Saímos da minha cidade, saímos do lugar onde vivi toda minha vida. E agora estávamos indo rumo a algo totalmente desconhecido.

"O desconhecido é perigoso" 

Era oque meu pai dizia toda vez que queríamos fazer algo novo ou que estava na moda quando éramos pequenas.

E ele tinha razão. O desconhecido era perigoso, apenas quando é desconhecido. Depois que passamos a conviver com o novo, ele vira algo normal.

Mas quem era meu pai para falar do desconhecido? Ele nunca se arriscava. Era o que nós pensávamos, o que eu pensava.

Meu pai era um simples escritor de fantasia.

Meu pai ainda está vivo.

Meu pai deve estar em algum lugar e ele virá atrás de nós, as filhas dele..

Mentira SilenciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora