O delinquente da minha vida.

A primeira vez, que o encontrei

Me lembro de todas as crianças no meu bairro e da minha escola, não gostavam de mim nasci em um país diferente do Japão, fui adotada por um casal que me buscou e trouxeram para o Japão apesar de ter sido criada por uma família japonesa tradicional, ninguém me aceita por causa da aparência, fazem piada sobre meu cabelo ou como meus olhos são grandes.

Ninguém gostava de brincar comigo, mas eu tinha amor em casa então todos os dias que estava aqui ficava contando os minutos para acabar, e finalmente ir para minha casa. Me lembro de está sentada atrás de uma árvore me escondendo das meninas da minha turma, quando quatro garotos da minha escola mais velhos chegaram e começaram a rir de mim, por estar escondida de todos aqui.

_ Você nunca vai ser aceita aqui.
Eles repetiam, essas frases e ficavam me mandando para meu país de volta, de onde tinha saído não entendi o que de errado eu tinha feito, não tinha culpa mas faria de tudo para trocar meu corpo não queria estar nesse lugar.

Quando os garotos começaram a se aproximar demais de mim, um que parecia ser o líder dele ficou bem na minha frente não tinha como sair me levantei e virei meu rosto só queria que fossem embora quando ele começou a dizer.

_ Minha mãe me disse, que toda estrangeira é uma puta.
Nunca foram tão agressivos dessa maneira, senti o medo que estava mim esmagar meu coração com força parecia que era o que estava sentindo,  as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto antes que pudesse evitar.

_ Vão embora, antes que eu tenha que lidar com vocês.

Alguém falou atrás deles, não consegui ver quem era mas os garotos se viraram rápido e começaram a falar todos juntos confuso, mas entendi que estavam com medo e deram um jeito de correr daquele lugar me deixando sozinha com um menino que só falou algumas palavras e espantou cinco valentões, parecia inofensivo era alto comparado comigo, magro e usava duas trancinhas como uma garota. Usei as mangas da minha blusa para enxugar minhas lágrimas e me sentei novamente no chão a sensação de ser uma inútil se ao menos eu tivesse uma aparência diferente era tudo que eu desejava, talvez se tivesse nascido como as garotas do meu bairro poderia até mesmo ter uma amiga.

_ Eles já foram embora, não precisa mais chorar.
O garoto falou, me chamando a atenção dos meus pensamentos.

_ Se eu tivesse outra aparência, isso não teria acontecido comigo.
Não sabia o motivo de estar desabafando com um estranho, minha mãe sempre me falou para não conversar mas esse estranho era uma criança então acho que tudo bem.

O garoto se aproximou de onde estava sentada, e ajoelhou na minha frente e usou uma das suas mãos e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha dando a ele uma visão perfeita do meu rosto que estava vermelho de tanto que estava chorando.

_ Você é linda.
Fiquei sem acreditar em suas palavras, será que esse garoto realmente me achava bonita ele sorriu para mim e se levantou o observei se afastar e ir embora.

°°°
Dez anos depois.

Estava no último ano do ensino médio, lembro que todos esses anos eu esperei para passar pela escola e deixar tudo isso para trás, só teria que aguentar mais um ano e estaria formada e não precisava mais vim todos os dias em um lugar que odeio com pessoas que não gostam de mim, o fundamental foi horrível as garotas eram ruins e os garotos só sabiam zombar e rirem de mim, porém tudo mudou no ensino médio todos começaram a ser mais amigáveis hoje em dia parece que nem se importam mais com minha aparência e até formei amizades. Apesar de tudo ainda sentia mágoa e escutava algumas coisa ou outra sobre ser a garota estrangeira estranha, acho que isso que fazia ter tanta vontade de sair da escola e me formar, com o passar dos anos comecei a entender que eu não tinha feito nada de errado e que crianças podem ser cruéis isso me marcou, mas também me tornou forte hoje em dia.

Estava conversando com minha mãe na cozinha, quando meu irmão mais novo que estava no primeiro ano do ensino médio agora tinha que o aguentar na mesma escola do que eu, apesar de toda implicância de irmão eu gosto dele. Ele estava totalmente empolgado e saindo rápido pela porta sobre alguma coisa, minha mãe o chamou e falou:

_Kazushi Yamagishi, vem aqui agora.

Ele deu meia volta, é só deu um sorriso para ela.

_ Espera sua irmã para ir a escola.
Ela deu sua ordem, então me levantei e peguei minha mochila e fomos caminhando até a escola, ele estava falando sobre delinquentes era seu passatempo preferido falar sobre isso, quando estava no fundamental lembro que entrou em uma gangue e foi o sonho dele realizando só sabia falar sobre isso e já estava me deixando louca agora parecia que tava vivendo normalmente, mas sempre tava pesquisando sobre os grandes delinquentes parecia que eram heróis para meu irmão, agora para mim não via graça nenhuma neles só eram uns valentões andando de moto a única coisa que gostava sobre os delinquentes era o estilo, não poderia negar eram bem estilosos tirando o amigo do meu irmão Takemichi já que o Yamagishi falava com admiração e que o garoto era uma espécie de imã que atraia os grandes deliquentes segundo meu irmãos, só que eu sei que o Yamagishi e o Takemichi só apanharam nessa vida até agora mas eles não desanimam era uma grande força de vontade, chegando a ser admirável.

Quando estávamos na escola, me despedi do meu irmão e segui até minha sala a aula foi tranquila, li um livro que tinha pegado na biblioteca da cidade no intervalo que era bom, mas tava lendo como uma desculpa para as pessoas não conversarem comigo, fazia muito isso gostava de ser deixada no meu canto. Depois quando finalmente a aula terminou, fiz meu irmão ir comigo até a biblioteca para devolver o livro e pegar outros, quando estávamos perto da biblioteca Yamagishi segurou no meu braço e começou a falar freneticamente.

_ Você não vai acreditar, mas aqueles são os irmãos Haitani.
Demorei a perceber para aonde estava olhando, dois garotos vestido de preto perto de duas motos, mas estava longe para eu ver a aparência, já que minha miopia era grande e estava sem óculos.

_ E quem são eles?
Antes de terminar de falar já notei que o deixei indignado.

_ Como você não sabe quem eles são, os irmãos Haitani são muito importante no mundo dos deliquente...
Ele tava falando, mas não tava prestando muita atenção já que outra coisa chamou minha atenção. Não conseguia acreditar as tranças não tinha dúvidas, o menino que encontrei quando era criança no parque. Comecei a andar até ele, meus pés estavam agindo por conta própria até que Yamagishi segurou meu braço me fazendo parar de andar bruscamente.

_ O que você tá fazendo?

_ Tô indo falar com eles.
Falei.

_ O que, você tá doida não pode conversar com eles.
Meu irmão tava quase gritando comigo, mas comecei a andar novamente.

_ Você não tá entendendo s/N, esses caras são lendas não pode conversa com uma lenda.

_ Que bobagem.
Falei o que pensei, então quando noite já estava na frente dos dois que voltaram sua atenção para mim, agora nesse momento que eu percebi que péssima idéia são assustadores e não sei o que falar.

_ Oi.
Falei e dei um sorriso, meu irmão estava atrás de mim como se tivesse se escondendo dos dois.

_ Oi.
O de trancinhas me respondeu, ótimo ele conversou comigo não posso deixar ele ir quero conversar, nunca mais o tinha visto depois daquele dia no parque.

_ Você aceita, tomar um chá comigo qualquer dia desses?
Quando eu fico nervosa sem saber o que falar, coisas como essa saem da minha boca sem pensar acabei de chamar um garoto para sair, nunca tinha feito isso na vida.

_ Tá bom, que ir agora?
Fiquei surpresa com sua resposta.

_ Sim.
Respondi.