Lasanha

2.1K 235 90
                                    

Eu nunca tinha dado trabalho para meus pais, e agora estava sendo expulsa de casa era a segunda vez que não me quiseram mais, primeiros minha mãe biológica não sei nem seu nome ou como ela é, me deixou em um orfanato quando fui adotada ainda era muito nova, mas já tinha vivido alguns anos no orfanato, quando vim para o Japão jurei fazer de tudo para continuar comigo e ter uma família, nunca fiz nada errado só tentei agradar, mas agora eu estraguei tudo só me deixei me levar pelas coisas, deveria ter feito o que queriam  deveria ter ido para a faculdade, eles me deram uma família um irmão, e eu estraguei tudo e acabei sozinha de novo.

_ Ei, não fica desse jeito.
Yamagishi apareceu aonde estava sentada no passeio de uma rua.

_ Tá tudo bem.
Tentei enxugar minhas lágrimas não gosto de chorar na frente dos outros.

_ Ela só tá com a cabeça quente, tenho certeza que vai voltar a atrás.
Falou.

_ Não sei.
Respondi.

_ Toma.
Ele me entregou um dinheiro.

_ Você tem para aonde ir?
Perguntou.

_ Vou me virar, não se preocupa.
Falei.

_ Tem certeza, posso pedir um amigo para você dormir na casa deles.
Falou.

_ Tudo bem, não quero incomodar tenho aonde ficar.
Falei.

_ Se precisar de alguma coisa, me liga eu vou tentar convencer com ela para amenizar as coisas.
Falou.

_ Obrigada.
Falei pelo dinheiro e por se preocupem comigo.

_ Tem mesmo aonde ficar?
Perguntou.

_ Tenho, tudo bem.
Falou.

Ele voltou para a casa, não queria incomodar ninguém talvez com esse dinheiro que o Yamagishi me deu consiga ficar em um hotel hoje, depois eu me viro ainda bem que consegui um trabalho antes disso tudo acontecer, senão estaria perdida mesmo. Tava querendo voltar e implorar por perdão mas também não queria viver uma mentira, não queria ir para faculdade agora de jeito nenhum me sinto muito pressionada dessa maneira.

_ Oiê, meu bem.
Levantei minha cabeça, e encontrei o Rindou e o Ran, quem tinha falado era o Ran.

_ Como vocês me acharam?
Perguntei assustada, tentando limpar a lágrima do seu rosto.

_ Não sei como, mas seu irmão conseguiu meu número.
Ran falou, então ele não acreditou que tinha um lugar para ir.

_ Vamos?
Ran me deu sua mão, para me levantar e Rindou pegou minhas coisas.
°°°
Eu tava tão sem graça quando cheguei na casa deles falei que ia no banheiro, e entrei lá dentro só para chorar mesmo, até que comecei a escutar a conversa dos dois.

_ Ela vai ficar no meu quarto.
Rindou falou.

_ Não ela vai ficar no meu.
Ran agora.

_ E muito mais sábio ela ficar no meu.
Rindou falou.

_ Eu conheci primeiro, ela fica no meu.
Ran tava falando.

_ Conhecemos juntos.
Rindou rebateu.

_ Mas ela ficou foi comigo, primeiro então fica no meu quarto.
Ran continou falando.

_ Parem de brigar.
Falei saindo do banheiro.

_ Você tá bem?
Ran me perguntou, os dois pareciam preocupados.

_ Não briguem por minha causa, não consigo aguentar isso.
Falei.

_ Você tem razão, não vamos brigar você fica aonde quiser.
Rindou falou.

_ Eu só quero me deitar um pouco, tudo bem?
Perguntei.

_ Claro.
Os dois responderam juntos.

Me deitei no sofá para não ter briga entre eles, mas um foi buscar um travesseiro e o outro o cobertor tavam me tratando que nem uma criança mas eu tava tão triste para ter alguma reação, só queria esquecer tudo o que aconteceu um pouco.
°°°

_ Você tá fazendo, tudo errado Ran.
Acordei com o Rindou brigando com o Ran de novo, mas quando abri meus olhos e acostumei com a claridade notei que o som tava vindo da cozinha, será que os dois estavam cozinhando me levantei, e caminhei até lá o cheiro era ótimo.

_ O que vocês estão fazendo?
Perguntei.

_ Lasanha.
Ran respondeu.

_ Eu tô fazendo.
Rindou falou cortando ele.

_ Eu tô ajudando.
Ran rebateu.

_ Vocês estão parecendo dois gatos de rua brigando, hoje.
Falei observando eles se encararam por um segundo e depois começaram a rir que tinha comparado eles com gatos de rua, segundo o Rindou ele é um gato de raça bastante sofisticado e o Ran era o gato de rua sarnento e com os pelos arrepiados, e eu era uma gata muito fofa segundo ele.

Depois que a lasanha ficou pronta, sentamos na mesa e fomos comer um pouco não tinha contato o que tinha acontecido para eles, acho que era a hora de contar provavelmente meu irmão não falou porque eu tava chorando que nem um bebê sentada na calçada de uma rua qualquer com minhas coisas, tomei coragem e contei tudo para eles até o que tava sentindo e comecei a chorar de novo deixando os dois nervosos.

_ Para de chorar, o que a gente pode fazer para você parar de chorar?
Ran perguntou.

_ Você pode ficar aqui com a gente, podemos transformar a sala no seu quarto para você ter privacidade.
Rindou falou.

_ Ótima idéia, se ela tiver um quarto não precisamos mais brigar.
Ran falou.

_ Não quero incomodar vocês.
Respondi.

_ E você acha que vou deixar minha namorada na rua.
Ran falou.

_ Minha também.
Rindou falou, só para completar mesmo.
°°°
Acabei dormindo com os dois na cama do Rindou que arrumou vários motivos para dormir lá, e acabou que o Ran foi junto também, não fizemos nada aquela noite só dormi abraçada com eles, como isso poderia ser errado talvez isso me faça uma vadia, mas parece que é muito bom ser vadia eu tenho certeza que gosto dos dois e quero ficar aqui, não entendo porque pode ser errado algo tão bom. Vou parar de me julgar ou escutar o que as outras pessoas tem para falar, e vou ficar com eles sem receio nenhum só me entregar ao que está acontecendo.

O delinquente da minha vida. Onde histórias criam vida. Descubra agora