capítulo 17

15 4 0
                                    

        Não sabíamos o quê ou o porquê o soldado havia aparecido em frente a casa pela manhã, porém tínhamos a impressão de que algo muito estranho estava prestes a acontecer

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

        Não sabíamos o quê ou o porquê o soldado havia aparecido em frente a casa pela manhã, porém tínhamos a impressão de que algo muito estranho estava prestes a acontecer.

Como se desde que cheguei as coisas tivessem sido normais.

Calel o prendeu no porão de Ully, mas aquilo não o deu mais segurança. Ele andava de um lado para o outro na cozinha e eu comecei a checar as janelas o tempo todo como Had fez durante toda minha infância. Talvez fosse um karma e eu logo entenderia como era estar no lugar de uma protetora.

– Não podemos ficar aqui dentro para sempre. – Tobias estava inflexível.

Ele tinha acendido um cigarro e o segurava com dificuldade entre os dedos. Às vezes arriscava uns esforços com o lado machucado, no entanto desistia com uma careta e alguns xingamentos. Eu admirava ainda conseguir falar tanto, ele estava entupido de remédios para dor, além de ter perdido uma quantia considerável de sangue.

– Não estamos nem um dia aqui. – Calel retrucou.

– Está anoitecendo e você está paranoico com um soldado.

– Acha que é um aviso? – aquilo me fez deixar a cortina de lado e me acomodar pensando em todas as possibilidades.

– Pelo que conheço o meu pai, não. Ele não dá avisos presenciais tão singelos assim. – ele finalmente sentou no sofá ao meu lado.

– Vão colocar o cão de guarda para fora? – Tobias apagou a bituca na mesinha de centro. – Foi por causa dele que soubemos da chegada do cara.

– E por causa dele, quase não restou nada do mesmo cara. – rebati.

– Achei que fosse matá-lo. – Calel me fitou.

Comprimi os lábios e ele automaticamente entendeu.

– Não importa o quanto queira, não mate. Ele é nossa moeda de troca.

– Eu não mato.

Calel deu um sorrisinho.

– Falando em moeda de troca: ótimos poderes, Serena. – Tobias tinha um jeito ácido de levar as coisas, o que me fez ver o elogio como um grande insulto.

À sua maneira, Tobias queria ver onde aquilo iria chegar.

– Não dê a ela esse tipo de incentivo. – Ully chegou trazendo algumas latinhas e pondo-as na mesa. – Refri?

– Tem café? – Calel procurou em meio as latinhas.

Café enlatado parecia piada quando lembrei que Calel tinha um cheiro de cafeína impregnado até nas roupas.

– Que café, príncipe. Tem cerveja?

– Deve ter esquecido que eu não bebo. – Ully frustrado abriu uma latinha.

Amarras de Prata Rubra | PresaOnde histórias criam vida. Descubra agora