O frio na barriga não parava, Jhonny parecia estar sossegado, como sempre. Precisei achar sua cabeça e dar um cascudo em cheio na divisão do crânio.
- Você é doido, Johnny? Estão nos levando a outro país! Aula de geografia, você lembra onde fica a América do Sul?!
- Humm, não.
- Burro!
Procurei uma caixa e me deitei apoiando a cabeça sobre ela, percebi que Johnny parou de mastigar.
- Johnny? - procurei por ele.
Nada.
- Ei, você ta aí, Johnny?
Silêncio por um momento e depois ouvi roncos, sim, ele estava dormindo.
- O.k.
Recostei novamente minha cabeça na caixa. Confusão, medo, escuridão, essas três coisas misturadas estavam embaralhando meus pensamentos, e me dando sono, fechei meus olhos e me concentrei a dormir, que fez efeito em pouco tempo.
Eu não tinha muita noção de tempo mas sugiro que dormimos muito, o veículo parou com força e fomos lançados para frente, o motorista falou algo, abriu a porta da frente e saiu, logo depois houve som de chaves e a porta de trás da van, ou o que fosse, se abriu lentamente.
- Rápido, entre em uma caixa! - cochichei para Johnny.
Não esperei para saber se ele já tinha se escondido, abri uma caixa grande e entrei, sendo espetado por diversos objetos pequenos que eu não sabia o que era. Alguém entrou cantando uma música da Adelle, enquanto chorava, peguei uma coisa embaixo de mim e furei a caixa, para poder ver melhor, mas foi um erro, a luz invadiu a caixa, meus olhos acostumados com a escuridão não aguentaram muito então coloquei a mão no furo da caixa e fui tirando aos poucos, mas isso só melhorou um pouco, pontos de luz ainda dançavam em minha visão, então foram desaparecendo e eu vi o homem pegando caixas e entragando ao outro, que estava com um uniforme diferente, acho que era de um aeroporto... AEROPORTO?! Meu Deus, eu tinha que sair dali, estavam nos enviando como carga, o homem pegou uma caixa e então soltou ela com violência.
- Que coisa pesada - ele disse.
Ah não, era a caixa onde Johnny estava, depois de avaliar a caixa, o homem foi embora, provavelmente para chamar alguém, rapidamente, abri a caixa e saí, mas antes de chegar à caixa de Johnny, alguamas vozes se aproximaram falando alguma coisa de tentar levantar caixas e se cagar todo de esforço. Entrei na minha caixa novamente, então dois caras apareceram e levaram a caixa com Johnny, depois vieram e também levaram a minha. Percebi que era mesmo um pequeno aeroporto com vários aviões de carga e alguns com passageiros, nos levaram para um que estava separado, e era um pouco diferente dos outros. Depois de várias outras caixas, pararam de vir, o que me levou a sair da caixa lentamente. Houve um ranger de ferro contra ferro e o ambiente começou a escurecer (por que toda vez tem que ficar no escuro?), percebi que o passagem para trazer as caixas estava se fechando, uma explosão de adrenalina veio por todo meu corpo e disparei em direção à passagem, faltava pouco para chegar lá, ainda menos para se fechar, continuei correndo a toda velocidade, mesmo percebendo que poderia não chegar a tempo, meu coração batiam acelerado feito uma metralhadora. BUM! ...
Tudo ficou escuro por um segundo e depois várias pequenas lâmpadas se acenderam. Eu ainda perplexo pelo que estava acontecendo, não havia mais esperanças, sentei no chão frio de metal, querendo quebrar tudo, o que aconteceria com meus pais? Por que isso estava acontecendo comigo? Nada mais adiantava, o avião começou a ir para frente, e não demorou para já estarmos voando, em direção ao Brasil.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O VideoGame
AventuraQue bom que alguém veio ler a sinopse mesmo com um título tão idiota, acho que gostei de você. Bom, não sei o que o autor tinha em mente quando criou um livro com um título que não combina com a história e muito menos com essa descrição maravilhosa...