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Capítulo Oito

Enquanto nós corríamos dos cães, não me veio a cabeça a ideia que eu tinha uma variedade de coisas na bolsa, joguei a mão pra trás vasculhando a mochila, segurei algo e o puxei, um estilingue de ferro que havia achado enrolado num plástico bolha, já estava cansado, então bolei um plano rápido e simples, parei de correr e pulei deixando as pernas abaixo, como esperado, o cachorro que me perseguia passou direto por baixo de mim, assim que caí no chão, peguei uma pedra, apoiei o estilingue na mão, encaixei a pedra, puxei e mirei na testa do pitbull, que já estava vindo na minha direção a pouco mais de quinze metros, puxei a pedra agora envolvida em couro, quando a borracha de pressão já estava bem esticada, soltei a pedra que num piscar de olhos acertou em cheio a testa do pitbull, não queria matar ele, até me arrependi de mandar forte, sorte que o cão tinha cabeça dura, chorou um pouco e desabou no chão, parei pra respirar, minhas pernas ainda bambas.
- Tudo bem, Johnny, já estamos a salvo... - enquanto falava isso, Johnny veio gritando em minha direção com o hotwailler atrás dele.
Peguei outra pedra e atirei no focinho do hotwailler, que apenas rosnou e diminuiu a velocidade. Tentando pensar em algo, vasculhei a mochila o mais rápido que pude, tirei um saquinho de química, enrolei uma pedra com ela e atirei no cachorro, fazendo mais pressão ainda no estilingue do que na outra vez, quando enfim soltei, atirando a pedra mistirada com pó químico no cachorro, o saquinho explodiu, espalhando pó no cão, ele parou, andou para trás e começou a se coçar, tinha acabado de jogar pó de coceira num hotwailler, azar o dele, vai se coçar até ficar careca, literalmente.
- Valeu - Johnny disse, arfando.
- Disponha... mentira, você me deve uma.
Ele riu.
- O que foi? - eu disse - Não foi brincadeira, você, meu amigo, me deve uma.
O sorriso dele desapareceu. Ouvi um cachorro chorando, e parecia ser filhote. Olhe para o hotwailler que ainda estava se coçando, calado, depois olhei para o pitbull, ainda apagado. Saí procurando de onde vinha o som, com Johnny perguntando o que eu estava fazendo, do meu lado. Não demorou para encontrar um filhote de Beagle debaixo de um carro. Peguei o filhote com cuidado e analisei, parece que a pata direita da frente estava machucada, coloquei a mochila no chão, tirei algumas coisas que achei para no caso de precisar de "primeiros socorros", enfaixei a pata e tentei colocá-lo de pé.
- E o nome? - Jhonny perguntou.
- Humm, não sei.
- HotDog? - ele sugeriu
- Você quer dar o nome de uma comida ao cachorro?
- Por que não?
- Então ta né.
Coloquei HotDog na mochila de um jeito que ele ficasse confortável, com a cabeça para fora, e em seguida fomos em busca de descobrir onde estávamos.