Capítulo Nove

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Continuamos vagando por aí, entre o mato, estávamos andando por alguns minutos, mas só achávamos mato alto e seco, e as vezes, árvores ressecadas, a sensação era de estar no meio do nada. Mais ou menos uma hora e meia depois, achamos uma pequena casa, fomos lá e batemos na porta...nada... batemos de novo e depois de um tempinho, um homem sem camisa e bermuda suja abriu a porta, e falou algo que não entendi.
- Ele perguntou o que nós queremos - Johnny disse.
Olhei para o homem, depois para Jhonny.
- Você entende? - perguntei
O homem na porta continuava a olhar para a gente, provavelmente não entendendo nada.
- É, sabe, eu acabei fazendo meio que um curso de português... - ele respondeu, seu rosto já estava corando.
- E pra que você quer aprender português, criatura sem noção?
- Assim né, eu vi uma revista de modelos brasileiras e...
- Ah cara, não precisa mais falar, O.k., entendi, entendi.
- Sério, cara! Aí eu pensei, tipo, "quero encontrar com uma algum dia na minha vida", mas aí eu não em entenderia ela e...
- O.k.! Já entendi, meu Deus, Johnny, que droga. - interrompi.
No final, percebi que era uma situação engraçada e acabei rindo, Johnny ficou perguntando qual era a graça, e eu continuava rindo, ele não resistiu e também começou a rir. Paramos aos poucos, o homem, que eu nem lembrava mais que existia, estava olhando para nós com uma cara feia, e falou umas coisas que eu não sabia o que era, mas não deveriam ser coisas educadas. Johnny arregalou os olhos e falou para o homem se acalmar, então lembrou que falava em inglês e repetiu, sendo em português. Depois eles tiveram uma longa conversa, Johnny apertou a mão dele e voltamos a caminhar, Johnny dando informações de por onde ir, o calor nos tomando e a sede cada vez maior, as garrafas que estávamos carregando já estava secando, reclamei com ele por não ter pego outra garrafa, avisei que teria sede, mas ele não aceitou. Mais ou menos uma hora depois, Johnny disse que ouvia barulho de carros, realmente fomos mais adiante e havíamos chegado a uma estrada, concordei com Johnny que tínhamos de ir à pé o caminho por onde seguiam mais carros, caminhamos até a sola do sapato desgastar, mas valeu a pensa por causa que chegamos à uma praia, não muito habilitada, parecia limpa e bastante boa para banho, o idiota saiu correndo em disparada praia abaixo, tropeçou e caiu de cara na areia, mas a animação o fez se levantar outra vez, jogar a mochila de lado, correr para a água e pular entre as ondas, fiz o mesmo, sendo que decidi ir devagar. Realmente a água era muito boa, lembrei so detalhe de não sabermos onde estávamos, deixei isso para resolver depois, passamos em média uma hora na praia e saímos à procura de ruas, porque era só estrada. Enquanto caminhávamos, ouvi alguma coisa bipando perto de Johnny.
- Ei, espera - parei de andar e falei para ele.
Johnny parou e olhou para mim, então inclinou a cabeça para trás e tentou ver a mochila, virei seu corpo para poder procurar melhor, abri o zíper e observei o interior da mochila, havia um pontinho vermelho numa caixinha de metal, coloquei a mão e tirei a caixinha e a examinei, uma pequena luz de led vermelha piscava em um dos lados, demorei para perceber que não era uma simples luz de led , desconfiei que era algum tipo de microship e joguei a caixinha no lixo mais próximo, falei para Johnny tirar a mochila para eu procurar por mais coisas do tipo. Neste momento, dois homens de jaqueta de couro apareceram na esquina, parei de vasculhar a mochila e olhei para os homens, então eles pararam, tiraram algo do bolso, algum tipo de celular, algo estava estranho neles, comparei às poucas pessoas caminhando ao nosso redor, e deduzi que aqueles homens não eram da região, pareciam... mais americanos, fechei o zíper da mochila de Jhonny e pedi para ele continuar andando, olhei para trás novamente e vi eles olhando para o celular e apontando para nós. Então tentei caucular os acontecimentos: pegamos coisas de um avião desconhecido, um microship aparece numa caixinha metálica, e agora, dois caras americanos parecem nos procurar, surgiu em minha cabeça uma conclusão, percebi que o microship era um rastreador, e que não era um celular, era o radar do rastreador, estavam atrás da gente.
- Hey - cochichei, lembrando da cena com os cachorros -, sabe quando fomos perseguidos por cães?
  Johnny assentiu.
- No três, você corre como se estivéssemos novamente ali.
- Mas, por que? - ele interrogou.
Os caras aceleraram o passo, olhei para Johnny, e apontei discretamente para eles, depois de pouco tempo, Johnny olhou para os homens, que já estavam chegando perto. Por puro instinto, não esperei por ninguém, coloquei minhas pernas para trabalhar, corri para qualquer lugar, esperando apenas que meu amigo se salvasse, e que não fôssemos pegos.

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