chapter thirteen: Elevador

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Pov; Sayuri

Não era de se surpreender que eu estava atrasada, mas de todos os dias da semana, hoje, só hoje, eu não poderia ser pontual. Ontem minha, 'querida amiga' Uraraka, me fez um convite para sairmos. E ela sabe que não gosto de ser avisada 'em cima da hora'. Era angustiante, saber que eu iria sair e não tinha uma calça digna de ser vestir. Poxa, Uraraka. Tu quebrou minhas pernas. Pensava comigo mesma, enquanto apressadamente vestia e pegava as coisas.

Era um sexta, e na maioria dos fins de semanas, eu costumo lavar minhas roupas sujas acumuladas. Estava a beira de um colapso, tudo ia dando errado. Vesti uma calça que não gosto. Meu cabelo está de mau humor. Meu tênis 'tá meio sujo. Nada estava saindo como eu queria. Olhava para meu relógio enquanto amarra meus cadarços. 8:30. Uraraka pediu para me encontrar 8:40. Era quase impossível, ao meu ver, descer em 10 minutos tranquilamente. Quando finalmente terminei a amarração, peguei minha bolsa e minhas chaves e sai em direção à porta. Meus passos eram longos e rápidos, os alunos me olhavam com curiosidade se perguntando o motivo da 'maratona'. A cada direção que eu virava, meus tênis rangiam contra o chão, como pneu que fora os freios apertados bruscamente.

Minutos se passavam rapidamente a cada velocidade que eu atingia. Minha respiração tentava se adaptar ao meu ritmo. Suor escorria pelo meu rosto. Até que eu chego na minha última curva e viro na direção do elevador. Corre, Sayuri. Quanto mais chegava perto da minha 'linha de chegada', mais a porta do elevador se fechava lentamente. Não, assim não. Por favor. Minhas pernas diminuíam a velocidade conforme a porta ia se fechando. Mas, pela minha felicidade. Uma pessoa que estava mais perto que eu, consegue alcançar o botão do elevador.

Bakugou. E pela primeira vez, o menino me mostra o seu sorriso. Ele tá zombando de mim?

Após adentrarmos no elevador, tentei controlar minha respiração. Inspira e respira. Mesmo não indo a 'cara do garoto'. Eu sentia a necessidade de agradecê-lo.

- Aah - começou - Obrigado pela ajuda - disse, tentando não manter contato visual - Eu já ia pegar o elevador, ver você correndo igual uma desgovernada me deu pena - revelou.

- É sério? - quando viu já perguntado.
- Não - sorriu em ironia - Sabia - respondir baixo, sorrindo com a 'ironia' dele. Já estava me acostumando com aquilo.

- Mas afinal, qual é o motivo dessa correria toda aí? Não que eu esteja interessado, óbvio - perguntou desviando o olhar.

- Bom, eu ia encontrar a Uraraka. Ela me chamou para fazer com... - em meio a minha frase, ouço uma espécie de 'trave' e percebo que o elevador parou de descer.

- Ah não, é sério isso? - me exaltei.
- Calma aí, Rainha das Feras. Você não 'tá aqui sozinha não, meus ouvidos agradecem - apontou para suas orelhas.

- Katsuki, estamos presos...no elevador - disse, com uma mistura de sentimentos. E nesses, minha voz emanava desespero - 'Tá com medo? - o garoto perguntou.

- Não, óbvio que não - disse, deixando sua voz mais firme e alta. Disfarce.
- Ah sei - aquele sorriso ladino apareceu.

- Qual é o motivo do riso? - perguntei com raiva. Como ele podia 'tá rindo?
- Você - respondeu. E por um momento, apenas por um simples momento, eu sentir minhas pernas perderem um pouco as forças. Minhas bochechas queimavam ao vê-lo olhar pra mim, ainda com o sorriso no rosto.

- Para com isso - esticulei em volta do seu rosto - O que? Apaixonou? - perguntou enquanto encostava na 'parede' do elevador e deixava suas costas escorregarem até se sentar ao chão.

- Cala boca - soltei um riso, e me sentei em sua frente. Ele logo tirou o celular de seu bolso e começou a digitar alguma coisa. Nesse ato, me lembro que Uraraka deva está me esperando. Pego o meu celular e mando o relato do acontecido. E para completar, tiro uma foto de Katsuki que está destraido. Mas antes de apertar 'enviar', observo a foto. Ele tinha uma silhueta bem definida, talvez seja por causa dos trajes. Suas mãos eram marcadas por algumas veias que seguravam o celular. Observo mais uma vez a foto, mas não mando. Em vez disso, tiro print e olho para Katuski a minha frente. E ao fazer isso, noto que ele já estava olhando pra mim. Nossos olhares se sustentam, ele não desvia e nem eu faço o contrário. E em meio a tudo isso, surge um eletrizante arrepio em mim. O que é isso? E mesmo não querendo, ele corta.

O lado escuro do vermelho - BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora